Srª da Pena

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Uploaded with ImageShack.us Há vaga tradição de que,
de tempos a tempos, a Moira vai sentar-se na parte mais alta dos
rochedos de N.ª Senhora da Pena, onde parece existirem vestígios de
templos ou de pequena fortificação, com recortes simétricos e
degraus de acesso.O Penedo do Ronca fica a uns 30 metros do
primeiro, e do outro lado a capela de Nossa Senhora da Pena. Junto
dele, cometeu-se em tempos recuados um crime de homicídio. Quando
os soldados que tinham de ir para a guerra eram apanhados, um
destes pediu que o deixassem ir despedir-se de Nossa Senhora da
Pena, o que lhe foi concedido, mas sempre acompanhado pelos
Tonicos, carrascos do Administrador da Abrunhosa, Sr. Dr. Bácoro.
Ficavam lá os Paços do Concelho, hoje propriedade do Sr. Dr.
Ilário, do Sátão. Em frente a uns 30 metros, está a forca. O
referido rapaz chamava-se Vouga. Como demorasse muito as suas
orações de despedida, os Tonicos disseram-lhe bruscamente: "Já
basta! Vamos embora que estamos com pressa! Ainda não tiveste tempo
de te despedires?" À saída, noite de luar esplêndido, o rapaz
tentou fugir, mas os Tonicos assassinaram-no, junto dum grande
penedo, ao lado da capela, o qual canta, tilinta e ronca, depois
daquele crime. É o Penedo do Ronca.
Imediatamente, depois daquele crime, ferrou-se uma noite escura
como breu. E agora o penedo, quando lhe tocam, tilinta, canta,
ronca...
O assassino à hora da morte, fora de si, repetia muitas vezes:
"Retira-te de cima de mim, ó Vouga, que me carregas". Diz-se que
este penedo misterioso falava todas as noites com o Tonico,
incriminando-o do horroroso crime e provocava-lhe insónias.De cima
destes misteriosos rochedos, onde os moiros viviam, com grandes
riquezas subterrâneas, como dizem, domina-se um extenso e
riquíssimo vale, situando-se nos seus dois lados as povoações de
Figueiredo e Forniçô, onde se encontra um célebre e antigo solar
fidalgo; Bassim, antiga estação romana; S. Martinho, Adegas,
Covelo, solar dos famosos fidalgos Serpes e Carvalhal. Todo este
vale é banhado por um rio até ao Sátão, onde desagua. Os seus
terrenos são fertilíssimos e não precisam de muitos adubos porque o
seu solo é quente e tem muita água. Aqui é abundantíssimo o pão,
vinho, azeite e deliciosas frutas. As montanhas à volta estão
povoadas de matas riquíssimas, importante abrigo. Como as pastagens
são abundantes, esta gente apresenta sempre os seus bois e cevados
muito gordos nas feiras do Ladário, Pereiro, Sátão, Aviuges e
Viseu. Toda a região é denominada Paraiso de S. Pedro de
France.
Aqui, alguns lameiros extensos são, desde tempos imemoriais,
propriedade de casas solarengas, muitas delas estranhas à
freguesia. Não virá este domínio, já dos tempos da reconquista
cristã quando lhes teriam sido dados em recompensa dos seus
insignes serviços prestados nessas lutas? As rendas que os fidalgos
levam aos caseiros são baratíssimas. Quando algum dos terrenos é
posto em venda, é logo apanhado, ao primeiro preço, o que aliás é
muito raro acontecer porque esses senhores geralmente conservam
essas heranças como relíquia dos seus antepassados. Deste modo,
estes caseiros ordinariamente vivem desafogados e com dinheiro, mas
em casas sem condições higiénicas, se são desses senhores, porque
estes não se interessam por elas e os seus caseiros não querem
gastar dinheiro com aquilo que não é seu.
A senhora de Vilar, viúva do Sr. Rui, actual proprietária de
quase toda a povoação de Balisque, desta freguesia, transformou, à
sua custa, todas as habitações taciturnas, negras e meio
desmanteladas, dos seus caseiros, em casas brancas, sorridentes,
modernas. Até as próprias ruas melhorou. Essa boa senhora, digna de
todos os elogios, demonstrou, pelo seu exemplar e inteligente
procedimento, estar perfeitamente enquadrada na constante evolução
da mentalidade cristã do nosso tempo.
Existem na imaginação popular lendas e provérbios muito
curiosos, referentes, certamente, à fecundidade daquelas terras:
"Entre o Recouco e o Rapadoiro, está uma grade e um cambão de oiro.
Só pode ser encontrado por Maria em gadelha ou pata de ovelha".
Outros dizem desta maneira: "Entre Covelo e Covelinho, Carvalhal e
Casainho, está uma mina de oiro fino. Só o tira ponta de relha,
pata de ovelha ou Maria em gadelha".
Próximo dos rochedos das inscrições gregas, está a capela de
Nossa Senhora da Pena, de origem desconhecida, onde ocorrem em
certo dia do ano, ladainhas de várias freguesias do concelho de
Sátão e Viseu. Quando a seca é grande, lá vão essas ladainhas à
Senhora da Pena pedir a tão desejada chuva. Diz-se que, quando ali
vai Mioma, a chuva vem imediatamente. Não teria sido este lugar um
centro de grandes festas pagãs, onde acorria a gente de toda aquela
região, vindo depois a Igreja cristianizar aquelas bacanais pagãs?
Assim a lenda do templo pagão teria a sua razão de ser.
Segue-se a curiosa referência do Santuário Mariano, publicada em
1716, àcerca deste misterioso lugar: "Da milagrosa Imagem de Nossa
Senhora da Penha, ou Pena, junto à Quinta do Covelo. Defronte da
Quinta do Covelo dos Fidalgos Serpes, vê-se um altíssimo monte,
todo de penhasco vivo, onde se lhe erigiu e levantou ema Ermida à
Soberana Rainha dos Anjos, e onde se venera uma milagrosa Imagem
sua, a quem dão o título de Penha, ou da Pena, tomado sem dúvida do
mesmo rochedo, em que é venerada. É esta Ermida tão antiga, que se
não sabe nem pela tradição dizer nada da sua origem, nem da ocasião
que houve, para que entre aquelas penhas lhe edificassem aquela
Ermida. A mim se me representa, que nela apareceria a algum
pastorinho, que descobrindo a sua boa sorte à Senhora a iriam
buscar, e levar para alguma igreja; e porque ela se não pagaria
deste obséquio, por ter em mais estimação aquela pedreira, em que
estava oculta a pedra preciosa, se resolveriam então em lhe
febricarem no mesmo lugar aquela Ermidinha. Esta com os muitos anos
que tinha de duração se arruinou há pouco tempo, e porque os seus
devotos não acharam entre aquelas penhas lugar para a reedificação,
se resolveram a lhe levantar outra no plano, e encostada ao mesmo
rochedo, a qual se fabricava no mesmo tempo em que iamos tratando
do seu Santuário.
É esta Santíssima Imagem de pouco mais de dois palmos e meio,
porque será do tamanho da Senhora da Lapa; e assim como aquela
Santíssima Imagem se ocultou dentro daquela Lapa; também poderiam
outros semelhantes cristãos, com o mesmo temor dos Mouros,
ocultá-la naquele lugar julgando-o por seguro campo deste tesouro,
até que Deus o manifestaria. Com esta Soberana Senhora têm muita fé
e devoção os moradores do lugar do Covelo; e eles são os que
fabricam a sua Ermida, e os que agora novamente lhe edificam a
nova, por não se poder edificar a primeira no lugar em que estava,
com a perfeição com que os seus devotos desejavam.
Quando se vêem faltos de água para as suas terras, logo recorrem
à Senhora, e Ela logo pela sua piedade lha alcança; o mesmo sucede
quando é muita, e necessitam de sol, a mesma Senhora lhes concede
tudo quanto pedem, como muitas vezes o têm experimentado. E assim
sempre recorrem a com o seguro de que seram bem despachadas suas
petições.
Texto publicado :http://eb1-bassim.edu.pt/lenda.htm
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