Forte do Bom Jesus, este sita na freguesia de São Sebastião, perto do Farol das Contendas e defronte com o Ilhéu da Mina na Baía das Mós.
História:
Você encontra-se neste momento no designado ponta do Ilhéu da Mina, onde em tempos existiu uma pequena fortificação cujo nome não é indicado pelos historiadores.
Mas esta fortificação fez parte da defesa da Ilha Terceira entre os períodos de 1581 a 1583.
Foi mais tarde substituído pelo chamado forte do Bom Jesus o qual tinha forma pentagonal e foi adaptado à rocha sob a qual o forte foi edificado. Este forte tinha 6 bocas-de-fogo bombardeiras.
Um torreão, e um pequeno paiol.
Foi edificado por iniciativa dos oficiais de Angra do Heroísmo em lembrança de D. João IV.
Este forte ofereceu pouca resistência pois não impediu que desembarca-se nesta baía a 20 de Junho de 1641 o capitão espanhol D. Luiz Peres de Viveiros, que veio em socorro do seu irmão o general D. Álvaro de Viveiros que na época era governador do Castelo de S. Filipe (Fortaleza de S. João Baptista), o qual acabou por ser derrotado em terra pelos habitantes locais.
Qual a sua Importância Militar?
Como descreve a parte histórica deste forte, este teve como função a defesa dessa pequena baía, embora a sua importância tenha vindo sempre a decrescer quando faltaram os outros fortes com o qual cruzava fogos, pois este estava escondido por detrás dos ilhéus.
Relato do desembarque dos espanhóis na Baía das Mós:
'O reforço era constituído por uma nau, com 300 soldados, víveres, armamento e munições. Chegando a 20 de Junho à vista da Terceira, rumo ao porto de Angra, saiu-lhe à caça a pequena armada local, fundeada no Porto Judeu. Duas fragatas neerlandesas, ostentando a bandeira das Províncias Unidas, se adiantaram, chegando quase à distância de um tiro de peça. Julgando-se confrontado por uma armada das Províncias Unidas, D. Luís de Viveiros buscou a costa, e fez desembarcar os seus homens no ilhéu da Mina, local onde, em 1583, o marquês de Santa Cruz havia sido bem sucedido. Enquanto isso, em terra, os sinos de São Sebastião a rebate, haviam convocado a população. Como os homens válidos se encontravam no cerco ao Castelo de São Filipe, no Monte Brasil, as mulheres, crianças e padres acudiram ao rebate, postando-se em frente ao ilhéu com tamanho alarido que os espanhóis não se atreveram a atravessar o estreito, sendo forçados a aguardar quase um dia até à chegada do capitão-mor Francisco Ornelas da Câmara, no comando de quatro companhias, a quem se renderam, sem que um único tiro fosse disparado. A tropa espanhola, composta por jovens inexperientes e enfraquecidas, necessitou que mais de cem homens fossem transportados em carros de bois até ao hospital da Praia; os restantes, famintos, a caminho das prisões de Angra, atravessavam uns campos de tremoços ainda verdes, que foram comendo, como um saboroso alimento.'
Em Anais da Ilha Terceira, de Francisco Ferreira
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