Tipologia: Arquitectura jurisdicional, revivalista. Pelourinho revivalista de tabuleiro e fuste torso. Classificação: Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público.
Características: Pelourinho revivalista em neomanuelino, de tabuleiro quadrangular com quatro colunelos nos ângulos e esfera armilar central acrescentados numa das reconstruções do séc. XX. Descrição: Soco de planta quadrada formado por cinco degraus. Do lado Este possui mais um degrau, devido ao declive do pavimento da Praça. Plinto prismático com molduras e chanfro nas arestas. Fuste torso, constituído por três elementos, suportando um capitel com molduras e um friso com decoração vegetalista. De um lado do capitel as armas do reino, do outro as de Chaves: brasão com as armas de Portugal, com bordadura de oito castelos, ladeado por duas chaves com grandes palhetões de três dentes voltados para cima e para o centro; servindo de apoio, troço de ponte constituído por quatro arcos. Sobre os cantos do tabuleiro formado pelo capitel destacam-se quatro colunelos torcidos, tendo ao centro um outro liso e maior, encimado por bocel e esfera armilar.
História: • 1258, 15 Maio - D. Afonso III concede o foral à vila, instrumento de autonomia concelhia e de incentivo ao repovoamento; • 1350 - D. Afonso IV confirma todos os antigos privilégios por carta de foral; • 1514, 7 Dezembro - D. Manuel concede-lhe foral novo; • 1515 - construção do pelourinho frente aos Paços do Concelho, na Praça da República, símbolo maior da autonomia judicial; • 1864, finais - demolição dos velhos Paços do Concelho, vendidos à Sociedade Civilisadora Flaviense, para no seu terreno se construir a nova sede daquela sociedade; • 1870 - vereação manda nivelar a praça, construindo-se um lageado de granito, conhecido como "eira", mandando-se apear o pelourinho, por prejudicar a regularidade do lageado e ali já não existirem os Paços do Concelho; em vez de o transferirem para frente do novo edifício, ergueram-no no pequeno largo da Madalena, colocando-se um catavento de ferro cravado no capitel; • anos depois - foi novamente apeado para a construção de um fontanário no local; o seu fuste e capitel estiveram arrumados muitos anos no quintal do Tenente Coronel Sousa Machado, no largo da Madalena; • 1910 - depois de proclamada a República, houve a ideia de o reerguer frente à Câmara; o Padre António José Serimónias propôs em sessão camarária a reconstrução do pelourinho e do cruzeiro; • 27 Outubro - aprovado em sessão de câmara, devendo colocá-los no lugar onde antigamente se erguiam - o largo de Camões e do Anjo, respectivamente; os largos deviam ser devidamente calcetados e embelezados; para a base, foi-se buscar os elementos de um cruzeiro que em tempos houve quase à entrada do caminho para a Capela do Pópulo; para o remate, introduziram-se outras pedras de granito, pôs-se a meio do capitel um pequeno plinto, cravou-se-lhe em cima uma esfera armilar, que em tempos servira de ornato a um chafariz, e pôs-se-lhe à volta 4 pináculos; • 1911, 19 Janeiro - pagamento de 15$660 a Francisco Moreiras, morador na vila, para a colocação e aformesamento do Pelourinho no Largo Camões; • 16 Fevereiro - por promoção do Senhor Administrador do Concelho, foi deliberado mandar concluir a reconstrução do Pelourinho no Largo Camões; • 1919 - a vereação eleita neste ano mandou apear o pelourinho aquando do arranjo do largo Camões; • 1920 - apeamento do pelourinho; • 1934 - novamente erguido na Praça da República, onde ainda hoje se encontra. Observações: Um autor anónimo descreveu o pelourinho manuelino como sendo constituído por coluna, sem base, com o fuste assentando directamente em pequeno patamar quadrangular, servido em todas as faces por escadas de três degraus na parte mais baixa do terreno e por dois na parte mais alta; o fuste compunha-se por dois blocos cilíndricos de granito, colocados verticalmente um sobre o outro e grosseiramente trabalhados a pico grosso, a dar aspecto pouco mais que esboçado, de quatro colunas torcidas sobre si; sobrepujava-o capitel de base quadrada, tronco de pirâmide quadrangular invertida, de faces sem relevos, em duas das quais, as voltadas a Norte e a Oeste, havia vestígios de antigas pinturas posteriores, conhecendo-se serem dois escudos, um com as armas reais e outro com as da vila.
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