
Ponte de Esmoriz
Na Rota do Românico encontra-se esta interessante ponte implantada sobre o Rio Ovil. A Ponte de Esmoriz está enquadrada numa paisagem marcada ainda por uma forte ruralidade. Esta ponte reflete a utilização tardia de modelos construtivos bastante remotos. Constituída por um único arco de volta perfeita, insere-se no conjunto das travessias viárias associadas à importância religiosa e económica do vizinho Mosteiro de Ancede.
O que é o Românico
É ao longo da segunda metade do século XI e do início do século XII que uma série de transformações irá propiciar o aparecimento e a expansão do estilo românico. Uma maior estabilidade política é então acompanhada de um lento mas significativo crescimento demográfico.
Simultaneamente desenvolvem-se, na Europa, dois fenómenos cruciais para a compreensão do aparecimento, do desenvolvimento e da expansão da arquitetura românica: o monaquismo e o culto das relíquias.
A fundação do Mosteiro de Cluny, na Borgonha, em 910, marca um ponto de viragem na história do monaquismo ocidental. O poder deste Mosteiro contribuiu para a consolidação de alguns princípios de unidade, que estão na base da linguagem artística comum à Europa de então, ou seja, a arte românica.
O culto das relíquias e as peregrinações são aspetos que ultrapassam o fenómeno religioso e devocional. Revelam-se fatores de intercâmbio e de partilha de conhecimento, transformando-se em motores da criação artística.
Foi o fator religioso, mais do que qualquer outro, que contribuiu para a europeização e difusão dos elementos que permitem definir o conceito de românico, embora haja edificações de caráter profano, civil e militar, de grande importância no desenvolvimento e afirmação da arquitetura românica.
O Românico em Portugal
O estilo românico surge em Portugal no final do século XI, no âmbito de um fenómeno mais vasto de europeização da cultura, que trouxe para a Península Ibérica a reforma monástica clunicense e a liturgia romana. A chegada das ordens religiosas de Cluny, Cister, dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho e das Ordens Militares deve ser entendida no processo da Reconquista e da organização do território.
A expansão da arquitetura românica, em Portugal, coincide com o reinado de D. Afonso Henriques.
Sendo uma arquitetura predominantemente religiosa, o românico está muito relacionado com a organização eclesiástica diocesana e paroquial e com os mosteiros das várias ordens monásticas, fundados ou reconstruídos nos séculos XII e XIII.
Em Portugal a arquitetura românica concentra-se, essencialmente, no Noroeste e no Centro, sendo coeva do período em que se estrutura o seu habitat, com as freguesias e toda uma organização religiosa e vicinal de aldeamentos. A expansão do estilo românico não corresponde propriamente à Reconquista, mas antes à reorganização do território. As dioceses dividem-se em paróquias que têm, no Entre-Douro-e-Minho, uma rede muito densa.