História de Ruivães
A mui nobre terra de vila de Ruivães, situa-se na margem esquerda dos rios Cávado e Rabagão, a cerca de 25 quilómetros NE da sede do concelho, ocupando uma extensa área geográfica de 3126 hectares, sendo em termos de área a segunda maior freguesia de Vieira do Minho. O limite norte é definido pelo rio Cávado apresado na Albufeira de Salamonde e pelo rio Rabagão que conflui com aquele próximo da ponte da Misarela, subindo a encosta, Campos percorre o limite nascente numa linha que passa próximo de Santa Leocádia, Botica, Zebral e até próximo do Fojo da Serra da Cabreira; a sul, percorrendo a linha de cumeada da Cabreira no sentido do SE-NW, o limite é definido por território de Rossas, Anjos, Vilarchão e, já próximo da serradela, Pinheiro; daqui e até colina da Cabeça da Vaca, é Cantelães que marca o limite poente, seguindo-se Salamonde, ao longo de uma linha que desce a encosta até à albufeira com o mesmo nome.Além do Cávado e Rabagão que estão no limite de freguesia, o rio Saltadouro e a ribeira do Toco as duas linhas de água mais relevantes na área de freguesia. O primeiro recebe os caudais de Bibeira da Lage que tem origem na Cabreira na zona de Campos e da Ribeira de Zebral; o segundo, nasce na zona do Toco Próximo da Chã do Prado, passa a poente de Espindo, desce encosta abaixo e despenha-se no Saltadouro. Qualquer deles vence grandes declives, proporcionando quedas de água espectaculares e graciosos despenhadeiros e conforme refere o Padre José Carlos Alves Vieira na nota histórica e descritiva de Vieira do Minho, aquele foi bem crismado pois é um “saltador incorrigível”. Esta freguesia está situada numa zona de transição, predominando aglomerados urbanos do tipo concentrado mais típicos de Trás-os-Montes. Por outro lado, as condições topográficas dominantes e as condicionantes da prática agrícola nos fortes declives existentes, conduzindo à existência de aglomerados rurais típicos, como é caso de Espindo, Santa Leocádia, Zebral e a Própria Vila. A agricultura e sobretudo a pastorícia tiveram uma forte influência ao longo dos tempos nas condições de subsistência das populações locais onde, ainda hoje é possível observarmos práticas ancestrais, como à o caso das vezeiras de gado caprino existentes em Espindo e Zebral.
Vem mencionado a primeira vez em documentos de1426. Chamou-se antigamente Villar de Vacas,Pertenceu à Casa de Bragança e à província de Trás-os-Montes.
Era uma das “sete honras de Barroso” Foi vila e sede de concelho, extinto em 31 de Dezembro de 1853. Em1836 pertencia à comarca de Chaves e em 1842,constituindo um julgado subordinado à comarca de Montalegre e tinha, nessa qualidade, uma forca no lugar da Tojeira. Na dependência desse julgamento, estavam as freguesias de Ferral, Salto, Venda Nova, Pandosas, Vila da Ponte, Covêlo do Gerês, Ruivães e Cabril. Em tempos remotos, houve um cemitério e uma Igreja na zona de S. Cristóvão, onde ainda hoje é possível observar alguns vestígios dessas construções.Em 1695 existia já o morgado de Ruivães, de que foi seu instituidor Gervásio da Pena Miranda. Deste descende toda uma linha de ilustres capitães-mores, senhores da Casa de Dentro. As memórias paroquiais de 1758 localizam ainda S. Martinho da Villa de Ruivães na Província de Trás-os-Montes, embora pertencente à comarca e Arcebispado de Braga e registam sessenta e oito fogos para 299 pessoas apenas na zona da Vila. Enquanto Vila e sede de Concelho, agregava as freguesias de Fafião, Campos e Pincães, mas acabou por ser extinto pela reforma administrativa de 1843, passando a partir dessa data a actual freguesia e a de campos que passaram para o Concelho de Vieira do Minho e as restantes para o concelho de Montalegre. No centro da vila levanta-se um pelourinho que remonta, possivelmente, ao século XVI, classificado como imóvel de interesse público em1933, segundo a tradição, serviam para pendurar as cabeças dos condenados à pena capital.. Na sua área, perto da confluência do Cávado com o Rabagão, fica a Ponte da Misarela – lugar estratégico desde os Romanos (via militar Braga-Chaves-Astorga) e que foi cenário de combates na 2ª invasão francesa e nas guerras liberais (1836 e 1837). Teve capitão-mor com duas companhias de ordenanças, cada uma com o seu capitão , dois alferes, dois sargentos e quatro cabos. A antiga freguesia era reitoria da apresentação do reitor de S.ta Maria de Veade. O capião-mor Paiva Couceiro e suas tropas, miguelista convicto, conta-se que terá sido assassinado por ordens dos liberais vitoriosos em 8 de Junho de 1832, quando seguia de sua casa — Casa de Dentro — para o Gerês, a tomar águas. A via romana que antigamente ligava Braga a Astorga, atravessava a freguesia de Ruivães. O limite desta freguesia que também o é do concelho conforme acima se mencionou é definido pelo rio Rabagão que percorre um traçado sinuoso ao longo duma garganta apertada entre duas elevações de forte declive.
fonte:http://ruivaes.no.sapo.pt/historia.htm
Imóveis de Interesse patrimonial incluidos pela cache:
- Pelourinho remonta possivelmente ao séc. XVI, tem na parte superior do capitel esculpidos cinco escudetes em amêndoa postos em cruz. Numa das faces estão gravadas as armas de Portugal-antigo. Está classificado como imóvel de interesse público pelo decreto-lei n.º 23122 de 11/10/1933).
- Casa de Dentro, também conhecida por casa do Capitão-Mor exibe um brasão do séc. XVIII e possui capela de dedicada a Nossa Senhora da Conceição. Segundo a actual proprietária, a parte mais antiga remonta ao século XVI. Antigamente, a casa era conhecida por dar imunidade aos perseguidos pela lei.
fonte:http://www.vieiraminhoturismo.com
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