Skip to content

O Cantoneiro "Ermidas Sado" Traditional Geocache

Hidden : 12/15/2012
Difficulty:
2 out of 5
Terrain:
1.5 out of 5

Size: Size:   small (small)

Join now to view geocache location details. It's free!

Watch

How Geocaching Works

Please note Use of geocaching.com services is subject to the terms and conditions in our disclaimer.

Geocache Description:


Translation

O Cantoneiro 'Ermidas Sado'

A construção da rede de estradas portuguesas a que se assistiu a partir de finais do séc. XVIII, segue consequentemente a necessidade da sua conservação, o que obrigou o Estado a criar estruturas institucionais que a comportassem.

Entre meados do séc. XIX e o final do séc. XX, atravessando diferentes conjunturas históricas e políticas, os serviços que tinham a cargo a administração e as obras das estradas sofreram alterações significativas nas suas estruturas orgânicas, mas, ao contrário, a forma de organização do pessoal conservou-se quase inalterada, particularmente nos níveis mais baixos.

Os cantoneiros, por muito tempo trabalhadores jornaleiros, facilmente identificados pelas suas fardas, encarregues de todas as tarefas inerentes à conservação das estradas, sempre estiveram no fim da escala hierárquica destes serviços.

A eficácia da sua atividade só era possível com a presença permanente dos cantoneiros nos seus cantões, pelo que o Estado decidiu edificar casas para a sua habitação, desde meados do século XIX, a acompanhar a construção das próprias estradas, fixando assim a mão-de-obra em locais afastados de povoações.

Atravessando o tempo e as vicissitudes da História, estes edifícios foram ficando desocupados e a maioria encontrava-se degradada ao chegar-se ao final da I República. O Estado Novo, através da Junta Autónoma de Estradas, recuperou a rede rodoviária e reassumiu a responsabilidade da sua manutenção. Para esta, necessitou novamente dos cantoneiros e, para eles voltarem a fixar-se, houve que dar-lhes habitação, pelo que estas casas ressurgiram, recuperadas umas, outras erguidas de novo.

A conservação das estradas continua hoje a ser indispensável, mas transformou-se de tal forma nas últimas décadas, que se tornou irreconhecível. A perda gradual de importância das estradas nacionais face ao desenvolvimento da rede de auto-estradas e vias rápidas, associada à evolução tecnológica das máquinas, instrumentos, materiais e técnicas de construção, criaram novas necessidades e novas formas de trabalhar.

O afastamento do Estado da administração, construção e conservação da rede viária nacional contribuiu de uma forma decisiva para alterar todo o sistema, incluindo as relações de trabalho. No que diz respeito à conservação, deixou de ser da responsabilidade de um organismo público para passar a ser executada por uma sociedade anónima. Quanto à mão de obra, desapareceu a figura tradicional do cantoneiro, substituída por operários de empresas de construção civil, a trabalhar por empreitadas. Aquilo que constituiu, até há poucos anos, uma missão estratégica do Estado passou a ser mais um nicho de negócios, ainda que com interesses do sector público.

Graças à evolução do automóvel, os novos cantoneiros deslocam-se hoje para os locais de trabalho, se necessário, dezenas de quilómetros, em veículos de empresas, pela moderna rede rodoviária. Ironicamente, o desenvolvimento da estrada contribuiu para eliminar os trabalhadores e as estruturas de apoio que, por mais de um século, serviram à sua manutenção.

A vida de cantoneiro não era assim tão fácil como dizia a gíria popular:

“bom remédio para o reumático era suor de cantoneiro”

Os cantoneiros eram figuras verdadeiramente carismáticas, prestavam grande apoio às populações. Eles faziam autêntico serviço público quando davam informações aos turistas ou de uma forma geral a todos os automobilistas que circulavam nas estradas nacionais e lhas solicitavam.

Com esta Cache homenageamos os bons homens da estrada e as suas casas abandonadas.

Hoje em risco de desaparecer, as casas dos cantoneiros são as últimas testemunhas de uma atividade desaparecida e da vivência dos seus ocupantes, cuja imagem ainda faz parte da memória dos presentes. Este tipo de estruturas arquitetónicas, quando já desadequado às exigências da vida e dos modos de trabalho moderno, tende a desaparecer, se não for considerado com valor. Nos meios rurais, devido à crescente desertificação humana, porque não se constrói nem se destrói, há uma degradação gradual e natural, pela ação do tempo.

A cache é pequena e muito sensivel, recomenda-se que levem material de escrita e que não danifiquem o container.

Boas cachadas e espemos que se divirtam.



This page was generated by GeoPT Listing Generator

Additional Hints (No hints available.)