A LENDA DA FONTE DAS FREIRAS
Na base do cabeço onde se situa a capela de Santa Margarida, existe uma fonte chamada Fonte das Freiras. A tradição diz-nos terem ali vivido em tempos antigos umas monjas. Tal como a Moura da Cova da Moura, tambem estas freiras viviam debaixo do solo, saindo à rua apenas em certas noites. E a lenda, fruto da pródiga imaginação popular, continua desta desta maneira: havia na Casa Grande uma criada que todos os dias passava junto daquela fonte quando, ao anoitecer, regressava da Torna com um cântaro de leite à cabeça, proveniente do gado de seus patrões. Ora, num certo pôr do sol, ao passar por ali, encontrou à sua frente uma das freiras que lhe pediu um pouco de leite. A criada desculpou-se dizendo que seus patrões lhe ralhariam se não chegasse com o cântaro de leite cheio a casa. Ao ouvir esta recusa, a freira abriu um saco que trazia e, tirando dele uma mão cheia de carvão, lançou-o para dentro da vazilha que levava o leite. A criada, vendo que o leite ficra todo sujo, começou a chorar e exclamou: ' O que irei dizer à minha patroa quando ela me perguntar o que fiz ao leite!!? - Depois disto de certeza que me vão mandar embora!...' Desceu o cântaro da cabeça para dele retirar os carvões maiorese, ao erguer o rosto para continuar a lamentar-se com a freira, já esta desaparecera. Então a criada, assustada, pegou de novo no leite e só parou de novo na cozinha da casa em que servia. Logo a patroa lhe perguntou a razão da correria e das lágrimas que continuavam a correr-lhe dos olhos espantados. A criada entre soluços, contou-lhe o que se passara. Mas, qual não foi o espanto das duas quando, ao olharem para o cântaro já não se viam nele nenhuns vestigios de carvão. Pegaram na vasilha para verificarem se os carvões não teriam ido para o fundo, despejando o leite para um alguidar. Outro susto as esperava. Com efeito, ao inclinarem o cântaro, ouviram algo que arramalhava no fundo. Só quando escorreram todo o leite é que elas viram, que os carvões de que falara a criada se tinham transformado em belas e reluzentes pepitas de oiro...
IN: OLEIROS - Monografia do concelho - GIL LUIS GARCIA
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