Cidade de Matosinhos
Matosinhos é uma cidade portuguesa pertencente ao Distrito do Porto, Região Norte e sub-região do Grande Porto. Pertence ainda à Grande Área Metropolitana do Porto. É sede de um município com 62,30 km² de área e 175 478 habitantes (2011), subdividido em 10 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Vila do Conde, a nordeste pela Maia, a sul pelo Porto e a Oeste tem costa no oceano Atlântico. No litoral da cidade situa-se o Porto de Leixões, o maior porto artificial de Portugal e principal porto marítimo da Área Metropolitana do Porto. Parte do aeroporto internacional do Porto abrange os limites municipais.
Durante toda a sua história, Matosinhos esteve ligado ao mosteiro de Bouças, que será bastante antigo, sendo a sua construção anterior a 944. No ano de 900 já existia uma pequena povoação com o nome de Matesinus que em 1258 se chamaria Matusiny, um lugar da freguesia de Sendim. D. Manuel I concedeu-lhe foral em 30 de setembro de 1514 e passou a pertencer ao concelho de Bouças em 1833, tendo como sede a vila de Bouças, até 1836 designada Senhora da Hora. Até ao liberalismo constituía o Julgado de Bouças.
Em 1853 foi criada a vila de Matosinhos, constituída pela freguesia do mesmo nome e pela freguesia de Leça da Palmeira, que passou a sede do concelho em substituição de Bouças. Em 1867 é finalmente criado o concelho de Matosinhos, mas que acaba por desaparecer vinte dias depois voltando a ter sede em Bouças. Dado que Matosinhos já se figurava como um lugar mais importante em 6 de maio de 1909 é criado o concelho de Matosinhos que existe nos nossos dias. Foi elevada a cidade a 28 de Junho de 1984 com Narciso Miranda como Presidente da Câmara.
O Senhor de Matosinhos
Segundo a tradição, a imagem do Senhor de Matosinhos é uma das mais antigas de toda a cristandade. A lenda diz que esta imagem foi esculpida por Nicodemos, que assistiu aos últimos momentos de vida de Jesus, sendo por isso considerada uma cópia fiel do seu rosto. A imagem é oca porque nela teria Nicodemos escondido os instrumentos da Paixão e, nesses tempos de perseguição, os objetos sagrados eram escondidos ou atirados ao mar para escaparem à fogueira. Nicodemos atirou a imagem ao mar Mediterrâneo, na Judeia, e esta foi levada pelas águas. Veio dar à praia de Matosinhos, tendo perdido um braço na viagem. A população de Bouças ergueu-lhe um templo e designou a imagem por Nosso Senhor de Bouças, venerando-a durante 50 anos pelos seus muitos milagres. Mas um dia, andava uma mulher na praia de Matosinhos a apanhar lenha para a sua lareira, quando encontrou um pedaço de madeira que juntou aos restantes. Em casa, lançou-o várias vezes ao fogo e de todas ele saltou da lareira. A sua filha, muda de nascença, fazia-lhe gestos desesperados para dizer qualquer coisa e, por fim, balbuciou, perante o espanto da mãe, que o pedaço de madeira era o braço de Nosso Senhor das Bouças. Assombrada pelo milagre, a população verificou que o braço se ajustava tão bem à imagem que parecia que nunca dela se tinha separado. No século XVI, a imagem foi mudada para uma igreja em Matosinhos, construída em sua honra, ficando a ser conhecida por Nosso Senhor de Matosinhos.
A igreja do Bom Jesus de Matosinhos
No séc. XVI iniciou-se a construção deste notável imóvel de traça renascentista, que tem sido objeto de inúmeras alterações até à atualidade. Destacam-se, no séc. XVIII, as intervenções de Luís Pereira da Costa, famoso entalhador setecentista, a quem se devem as obras de remodelação e acrescento da capela-mor e as de Nicolau Nasoni para o restauro da igreja. A notável combinação de volumes, estruturas e pormenores compositivos acentuam o aspeto cenográfico da fachada principal, desenhada de forma a acentuar a horizontalidade da construção e as características barrocas ao gosto nasoniano. São de admirar as duas torres sineiras, o frontão quebrado, a porta principal decorada com medalhão, no qual se insere uma concha de vieira e os dois nichos laterais que contêm as estátuas de S. Pedro e S. Paulo.
No espaço interior, dividido em três naves, destaca-se o imponente altar-mor de talha dourada, que integra na parte central um nicho com imagem de Cristo crucificado, atribuída aos séc. XII / XIII. Trata-se de uma escultura em madeira oca, com cerca de dois metros de altura e extremamente curiosa, dada a assimetria simbólica do olhar, já que o olho esquerdo se dirige para o Céu e o direito para a Terra, numa clara simbiose entre Deus e o Homem. A história da freguesia de Matosinhos entronca na do desaparecido Mosteiro de Bouças onde se venerou, durante séculos, a imagem do Bom Jesus de Bouças. No séc. XVI, face à ruína do mosteiro a imagem foi transferida para uma nova igreja que foi construída no lugar de Matosinhos. A sua construção iniciou-se em 1542 por iniciativa da Universidade de Coimbra a quem D. João III tinha concedido o padroado de Matosinhos. Para realizar esta obra foi inicialmente contratado João de Ruão, tendo a obra sido posteriormente completada por Tomé Velho.
No séc. XVIII a crescente importância da devoção ao Senhor de Bouças, particularmente entre aqueles que demandavam as terras do Brasil, vai levar à realização de grandes obras de ampliação da primitiva igreja, que ficaram a cargo do arquiteto italiano Nicolau Nasoni.
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