O Convento do Mosteiró Traditional Cache
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 (small)
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A existência de uma comunidade monástica em Cerdal é referida no ‘Santuário Mariano’ onde se diz: “no tempo dos Godos houvera aqui convento de Eremitas de Santo Agostinho. E com a entrada dos Mouros em 713, os Eremitas fugiram deixando escondida a imagem da Senhora, a qual se manifestou no tempo de D. Ramiro II, rei de Leão, fundando logo a condessa D. Muma, em 920, convento para Bentos, que se extinguiu por causa da peste”
Era um eremitério pobríssimo com uma capela dedicada a Nossa Senhora, de fruste construção e cuja cobertura era em palha. Estava situada na “parte de baixo das escadas que vão para Ozende, onde somente existe a haste do cruzeiro; outros dizem que era onde nasce a fonte de Santo António” (idem, ibidem). A comunidade era dirigida por um ermitão e um deles, João Martinho “altercava com a Senhora quando achava danificada a sua horta”
O eremitério foi, depois, atingido por um incêndio que poupou a capela, mas não evitou o posterior abandono.
No séc. XIV, mais precisamente em 1392, Frei Diogo Árias ou Aires acompanhado de outros seis frades, que não aceitavam o Papa de Avinhão, chegam ao local onde se erguia e primitivo eremitério e resolvem fundar um convento para o que solicitaram a respectiva autorização ao Papa Bonifácio IX que lhes concedeu a licença (idem, ibidem). “O terreno para a igreja ter-lhe-á sido dado por Martim Solteiro de Valença. Seguindo o seu exemplo outros deram os terrenos para o convento e a cerca”
Em 2 de Abril de 1475, D. Afonso V concedeu aos frades franciscanos, incluindo os de Mosteiró, carta de privilégio e protecção pela qual ficaram isentos de pagar “«fintas, talhas (…) sissas, dízimas, portagens e costumagens de pam, vinho, carnes, pescados e outras quaesquer cousas (…) pera seus mantimentos, nem de panos honestos que comprarem para seus vestires e necessidades, nem de cousas que comprarem para repairaçom de seus mosteiros e casas deles e cera, que lhe seja dada por esmola e de quaisquer outras cousas que lhe sejam dadas ou leixadas, que elles posuir nom posam e quaesquer joyas e ornamentos que também comprarem ouverem para os serviços divinaes assy como vestimentas e capas e livros e quaesquer outras cousas que pêra ello pertencerem»” (Rodrigues, 2006).
Contudo, no séc. XVI o convento achava-se arruinado pelo que foi demolido e reconstruído. As obras da reconstrução datam de 1547 “sendo provincial Frei Diogo de Andrade e guardião Frei Afonso de Albuquerque”

No séc. XVIII a igreja e convento estavam, de novo, degradados. Em 1729, realizaram-se obras de remodelação do dormitório “do lado do Coro a que se seguiu a reconstrução de todo o convento. Em 1745 foi necessário mesmo demolir a igreja, sendo transferida a imagem de Nossa Senhora para a Capela do Capítulo e ali permaneceu sete anos tantos quantos demorou a conclusão do novo templo” .
Contudo, a conclusão da capela-mor só se verificou no ano seguinte, pois foi “em 18 de Abril de 1753 que o Santíssimo Sacramento foi transferido para o sacrário definitivo”
O financiamento da “fábrica da igreja do mosteiro foi obtido dos padroeiros José Soares Pereira e Pedro de Sousa Pereira que contribuíram, anualmente, com 800 reis até 1743, em que desistiram do padroado”
“Com a extinção da Casa do Duque de Caminha, por ser partidário dos Filipes de Espanha, vagou esta para a Coroa que, por sua vez a cedeu ao Infantado. O Infante D. Francisco aceitou o padroado deste convento em 1742, com as mesmas condições que tinha o marquês”
Com a extinção em 1834 das Congregações Religiosas, o convento e Quinta de Mosteiró foi comprado por particulares. Entretanto, em 1884, a igreja passou a ser gerida pela Confraria de Nossa Senhora de Mosteiró sendo proprietários os descendentes de D. Miguel Pereira Forjaz
Em 1895 a Quinta de Mosteiró pertencia a José Malheiro de Sousa Meneses e sua mulher, D, Mariana de Sousa Pereira Caldas senhores da Casa do Rosal, em Valadares (Monção). Em 6 de Dezembro chamaram um tabelião para realizarem uma escritura notarial pela qual vendiam por 1:400.000 reis a João Manuel Pereira d’Azevedo, proprietário, do lugar de Mosteiro, a “quinta chamada de Mosteiro, sita na freguesia de Cerdal, Câmara de Valença que se compõe de casas, com rocios, terra lavradia e terrenos de monte, que tudo confronta do nascente com monte baldio e vários consortes; do poente com regueiro que vem de Gondelim para Bade, do norte com regueiro que vem de Tayão (…) e do sul com monte baldio”
Só no séc, XX e já em 1942, se quebrou o isolamento do convento pela construção do caminho partindo da igreja paroquial e quatro anos depois “concluíram-se os trabalhos de levantamento do projecto para a construção, pela Junta de Freguesia, do 2.º lanço do caminho municipal da igreja a Mosteiro, por Godim”

Additional Hints
(Decrypt)
CG:Nonvkb n znvbe ebpun, cergb qb pnzvaub
RA:Haqre gur ovttrfg ebpx, arne gur cngu