OPERAÇÃO “GURUPÉS” – Moçambique Outubro 1966
Missão: Bater a bacia do rio Lussefa, procurando capturar as populações refugiadas no mato e controladas pelo IN
do relatório da operação...“... Com o pessoal já todo em campo aberto, a coluna caiu totalmente debaixo de fogo, numa emboscada cuidadosamente montada, em que as ML´s, com outras armas automáticas, estavam distribuídas de forma a bater todo o pessoal, que assim ficou completamente metido na !zona de morte”. O IN aproveitou bem elementos como o nosso cansaço, após cerca de 11horas de marcha com somente algumas horas de intervalo, a natureza do piso, etc... Com o seu fogo baixo e bem apontado não evitou os prisioneiros e população que conduzíamos, incluindo mulheres e crianças. Estas, com grande alarido, rastejavam para fora da zona de fogo e nessa altura corriam em diversas direcções... Como já se sabe, um ataque nestas condições conduz a grande confusão no dispositivo, sendo praticamente impossível perseguir o IN e controlar a população ao mesmo tempo.
O grumete FZE, mostrou grande decisão, energia, sangue frio e notável serenidade reflectida debaixo de fogo, pois apesar dos inúmeros impactes à sua volta e a ausência absoluta de máscaras, levantou-se e indiferente aos projécteis perseguiu a população mais afastada, conseguindo recapturá-la e juntá-la à coluna, mais tarde, com a ajuda de outras praças que seguiram o seu exemplo de decisão. Entretanto a ausência de abrigos e máscaras não permitiam ao pessoal, inicialmente, nenhuma possibilidade de manobra, pois que o volume de fogo IN era bastante grande e os projécteis ricocheteavam na areia, ao longo de toda a coluna, mesmo junto ao pessoal. O IN bem dissimulado, não se avistava e iniciou-se o tiro de reacção e reconhecimento, com o qual ele não se intimidou. Antes manteve o seu ritmo de fogo talvez cerca de dez minutos.
Quando foi possível mexermo-nos por redução do fogo IN e depois de uma desconcertante falha de fogo, iniciou-se o tiro de morteiro, com o qual o IN se pôs em fuga.”