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Palácio maneirista construído no século XVII pelo marquês de Ponte de Lima denominado Palácio dos Marqueses de Ponte de Lima e/ou Palácio dos Marqueses de Mafra inserido na Quinta da Cerca. O Palácio é a mais importante peça de arquitetura civil da vila velha. Presumivelmente implantado no local onde, na Idade Média, os donatários de Mafra ergueram o seu palácio, a sua atual configuração resulta de uma encomenda do então Marquês de Vila Nova de Cerveira, D. João Luís de Vasconcelos, ao arquiteto régio Diogo Marques Lucas, em 1628. Esta histórica propriedade do século XVII, apresenta uma planta retangular alongada, com cobertura em telhado de duas águas. Destaque, junto ao muro norte, para uma fonte revestida com azulejos localizado na zona de património protegido da Igreja de Santo André. Nas décadas seguintes, o empreendimento resultou num palácio rural de recreio, capaz de responder às exigências de uma das mais abastadas famílias do reino e muito elogiado passado o período áureo barroco.
Origens – Sabe-se muito pouco a cerca do primitivo palácio erguido pelos donatários da vila de mafra. A ligação de D. Diogo de Sousa e sua mulher, D. Violante Lopes Pacheco, à corte e às mais importantes figuras da época certamente motivou a construção de uma residência nobilitada. D. Diogo de Sousa era neto de D. Afonso III por via bastarda (resultado da relação de D. Afonso Dinis com D. Maria Peres Ribeira, ela própria uma nobre da família dos Sousa). D. Violante Lopes Pacheco pertencia à poderosa estirpe dos Pacheco, tendo seu pai, D. Lopo Fernandes Pacheco, acompanhado D. Afonso IV na prestigiante Batalha do Salado, sendo por isso agraciado com a Rosa de Ouro das Mãos do Papa.
Desse importante capítulo da história medieval de Mafra (D. Diogo de Sousa faleceu em 1344 e D. Violante Lopes Pacheco em 1362), nenhum vestígio material pode, para já, ser associado ao palácio, carecendo o conjunto de uma intervenção arqueológica. Sabe-se, todavia, que o paço existia em 1396, altura em que foi descrito para uma relação de bens de D. Leonor Lopes de Sousa e Fernão Martins Coutinho. Nesse documento, refere-se que o edifício se situava <<apar do adro da igreja>> e tinha dois pisos, com espaço nobre sobreposto a cavalariça e palheiro, cozinha>>(Gandra, 1999:610)
Este Palácio e os seus Jardins, datados do século XVII, foram construídos sobre as ruínas do Castelo de Mafra e sobre o Paço Medieval. Ao longo de quatro séculos de História mais recente teve vários marcos importantes: foi o local de estadia do rei D. João V quando este visitava as obras de construção do Convento de Mafra; foi palco da “conspiração de Mafra” contra D. João VI; albergou o General Loison durante a ocupação francesa; foi um hospital improvisado de prevenção contra a peste bubónica; terá sido a primeira escola primária da Vila de Mafra.
O iLIDH e a Câmara Municipal de Mafra celebraram em Março de 2011 um Protocolo para a concessão. Atualmente, encontra-se em fase de restauro que depois de pronto irá acolher a instalação da Universidade dos Valores – um espaço multifacetado de investigação, exposições pedagógicas, museu, eventos, entre muitas outras valências.
Em Junho, do mesmo ano, tiveram início as obras de requalificação do Palácio e os seus Jardins para os retornar ao esplendor de outros tempos e reintegrar o Palácio nos seus amplos e afamados jardins, imortalizados pela literatura europeia dos séculos XVIII e XIX, que é hoje o Parque Desportivo Municipal de Mafra.
No entanto e atendendo ao estado de avançada degradação a que chegou o edifício, não se sabe até que ponto vai ser possível recuperar alguns elementos que outrora dele faziam parte como os painéis, os azulejos e móveis oitocentistas e as estátuas de santos que lá 'habitaram'. Resta-nos a esperança de que algo ainda possa ser recuperado para que não se perca por completo um património que pelo seu elevado interesse deveria ter sido protegido.
A Universidade dos Valores é um lugar de cultura e lazer, onde se promove a aprendizagem, assimilação e reflexão sobre a relação entre o Homem e o Mundo, as relações humanas, a interação com a Natureza e os propósitos da Humanidade.
A Universidade dos Valores vai ser constituída por espaços de investigação, aprendizagem, sensibilização e formação, desenvolvendo atividades integradas num espaço transdisciplinar que combina cultura, educação, ambiente, espiritualidade, tecnologia, I&D, desporto e lazer.
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