História do Vinho do Porto
As uvas foram cultivadas em Portugal desde a antiguidade. Os escritos de Estrabão, o grande geógrafo da antiga Grécia, indicam que os habitantes do noroeste da Península Ibérica já bebiam vinho há dois mil anos. Os romanos, que chegaram a Portugal no século II AC e permaneceram por mais de 500 anos, cultivaram vinhas e faziam vinho nas margens do rio Douro, onde o vinho do Porto é hoje produzido. O período de prosperidade que se seguiu à criação do reino de Portugal, em 1143, viu o vinho tornar-se num importante produto de exportação. No entanto, o aparecimento do vinho do Porto, como sabemos, ocorreu muito mais tarde. Os primeiros vinhos conhecidos por este nome foram exportados na segunda metade do século XVII. Em 1386, o Tratado de Windsor tinha estabelecido uma estreita aliança política, militar e comercial entre a Inglaterra e Portugal. Sob os termos do tratado, cada país concedeu aos comerciantes do outro país o direito a residir no seu território e a comercializar em condições de igualdade com os seus próprios súbditos. Desenvolveram-se relações comerciais fortes e dinâmicas entre os dois países e muitos comerciantes ingleses estabeleceram-se em Portugal. Na segunda metade do século XV uma quantidade significativa de vinho português era exportada para a Inglaterra, muitas vezes em troca do famoso bacalhau. O tratado comercial anglo-português de 1654 criou novas oportunidades para os comerciantes ingleses e escoceses que viviam em Portugal, permitindo-lhes privilégios especiais e direitos aduaneiros preferenciais. Naquela época, o centro do comércio do vinho não foi o Porto, como mais tarde se tornou, mas a elegante cidade costeira do norte, Viana do Castelo, cuja situação no amplo estuário do rio Lima a tornou num porto seguro natural. Os comerciantes importaram mercadorias, tais como lã e tecidos de algodão da Inglaterra e exportaram cereais, fruta, azeite e o que era conhecido como "red Portugal”, ou "tinto de Portugal", esse vinho leve e ácido produzido nas proximidades na região verdejante do Minho, particularmente nos arredores das cidades de Melgaço e Monção.

Como é feito o Vinho do Porto?
O Vinho do Porto inicia a sua vida quase da mesma forma que os outros vinhos. Em meados de Setembro, as uvas são vindimadas à mão. O vinho do Porto é feito a partir de uma ampla variedade de castas tradicionais, a maioria delas nativas da região do Douro. Raramente encontradas noutros lugares, estas castas são perfeitamente adequadas às condições quentes e áridas do Douro, sendo a origem de grande parte do caráter único e distinto do vinho do Porto. As castas tintas mais conhecidas incluem a Touriga Franca, a Touriga Nacional, a Tinta Roriz, a Tinta Barroca, a Tinta Amarela e a Tinto Cão, mas no total existem cerca de trinta variedades de uva de vinho do Porto. A maioria destas castas dá cachos de bagos relativamente pequenos e de pele grossa, os quais produzem o denso e concentrado mosto (sumo de uva) necessário para fazer o vinho do Porto. Apesar de poderem ser plantadas separadamente, as diferentes castas são normalmente vindimadas e fermentadas juntas. Cada casta contribui com o seu caráter particular – tais como os intensos sabores a frutos do bosque, os delicados aromas florais, as exóticas notas a especiarias ou os aromas silvestres e resinosos da esteva – para o nariz do vinho. As castas trabalham juntas, como instrumentos numa orquestra, para criar uma harmonia subtil, complexa e multidimensional. Uma vez vindimadas, as uvas são transportadas para a adega. A primeira etapa da pisa a pé denomina-se "corte” e consiste em esmagar as uvas, que nesta fase ainda são relativamente sólidas, para assim libertar o sumo e a polpa das peles. Durante esta etapa inicial, os pisadores unem-se, formando uma linha cerrada e, ombro com ombro, avançam muito lentamente por todo o lagar, pisando metodicamente e em uníssono, para assegurar que todas as uvas são completamente esmagadas. Quando o "corte” tiver sido concluído, começa a segunda etapa, chamada "liberdade”. Os pisadores agora trabalham individualmente, movendo-se livremente por todo o lagar, assegurando que as peles das uvas são mantidas submersas sob a superfície do mosto. Depois de algumas horas tem início a fermentação. O calor e o álcool que esta produz começam a libertar a cor, os taninos e os aromas das peles, permitindo-lhes diluírem-se no vinho em fermentação. A pisa, por vezes, é complementada pelo uso de êmbolos compridos de madeira, chamados "macacos”, os quais são usados para empurrar as peles para baixo da superfície do vinho. Esta fase do processo é essencial para a elaboração do vinho do Porto de qualidade. Quando cerca de metade do açúcar natural do sumo da uva foi transformado em álcool pela fermentação, o enólogo dá o sinal para dar início ao processo de fortificação. O pisa a pé pára e as peles começam a subir à superfície do lagar onde formam uma camada sólida. O vinho que está a fermentar sob esta camada de peles é, então, retirado do lagar e transferido para uma cuba. À medida que o vinho em fermentação é transferido para a cuba, vai-lhe sendo adicionado uma aguardente vínica muito limpa e jovem. Esta bebida espirituosa neutra, incolor, com um teor alcoólico de 77%, é geralmente adicionada na proporção de aproximadamente 115 litros de aguardente por cada 435 litros de vinho em fermentação, embora esta proporção possa variar. A adição da aguardente vínica aumenta a força do vinho a um nível onde as leveduras responsáveis pela fermentação não podem sobreviver. A fermentação pára antes que todo o açúcar no sumo tenha sido transformado em álcool e, assim, alguma da doçura natural da uva é preservada no vinho acabado. A qualidade da aguardente é muito importante. À medida que o vinho envelhece, a aguardente e o vinho combinam-se numa sinergia mágica que irá contribuir para a complexidade subtil do vinho do Porto.
A Cache:
Este Cache tradicional pretende mostrar aos Geocachings um pouco da história do Vinho do Porto. Localizada num dos melhores locais da Região Demarcada do Douro para a produção de uvas para Vinho Do Porto. Sigam os pontos de referência porque o caminho é público até próximo das coordenadas finais, depois tens aproximadamente 80 metros que é propriedade privada, mas temos a devida autorização para o efeito. Façam a cache com calma uma vez que não se trata de uma cache de “estacionar e logar”, tenham muito cuidado no manuseamento do container e deixem tudo preparado para outros Geocachings, tomem atenção á dica, o container tem com que escrever e permite a troca de objetos. Divirtam-se e se precisarem de ajuda, 961217797