Em 26 de Julho de 1987, Lafões recebia esta triste noticia.
Era dia de festa nos Bombeiros Voluntários de Vouzela, festejava-se o 102º aniversário, num dia de calor abafado e com muitos incêndios na região, os telefones e rádios alertavam a toda a hora, porem a solidariedade das corporações vizinhas ia permitindo que os Voluntários de Vouzela se mantivessem juntos.
15:00 Não era possível resistir mais a tantas solicitações, era de Oliveira de Frades que os pedidos eram mais insistentes. Uma vasta área ardia entre Travanca e Pinheiro de Lafões.
A missão recomeça, de Vouzela saem 2 carros de fogo com destino a Oliveira de Frades.
18:00 Poucas horas passaram, a tarde aproximava-se do fim. Os meios aéreos precisam de apoio por terra, um helicóptero deixa duas brigadas próximas da frente de fogo, apos a primeira descarga do avião o incêndio reacendeu-se rapidamente e quase não há tempo para as brigadas fugirem. Uma consegue atingir um eucaliptal salvador, a outra constituída pelo António Luís Cortinhal Almeida, pelo João Rodrigues Marques, pelo Rui Fernando de Almeida Matos, pelo João Tavares e pelo Paulo de Matos Teixeira todos de Vouzela a quem se juntou o Comandante dos Voluntários de Santa Cruz da Trapa João Lima, teve de recorrer ao helicóptero que não conseguiu pousar face a vegetação. O Rui Matos e o João Tavares conseguem entrar no aparelho, o João Marques agarra-se a um patim, o Paulo Teixeira a uma porta e é a perna deste que se agarra o comandante de Santa Cruz da Trapa João Lima e assim se consegue salvar. Falta o António Luís, as forças faltam-lhe, o fumo intoxica-o, o helicóptero não pode esperar mais…
É neste local que mais tarde vão encontrar o corpo ainda incandescente do malogrado António Luís, o porta-bandeira na romagem ao cemitério no desfile da manha, aos 32 anos partiu, casado e com uma filha de 2 anos. Estranho o dia de 26 de Julho de 1987.
FONTE: N.V. 30/07/87
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