![](http://www.mun-setubal.pt/temps/galeria_imagens/original_05_30_11_57_quintadastorres.jpg)
Em Vila Nogueira de Azeitão, encontra-se a Quinta das Torres.
A Quinta e o seu palácio, datável de c. 1560, é, tal como a vizinha Quinta da Bacalhoa, um dos mais importantes e belos conjuntos arquitectónicos renascentistas do país.
A planta é constituída por quatro rectângulos, em cujos vértices se destacam torreões quadrados, desenvolvendo-se em torno de um grande pátio interior. Encimado por duas pirâmides (as "torres" que lhe dão o nome) e rasgado em três vãos sobre colunas toscanas, os laterais quadrados e o central, alteado, rematado em arco redondo, e ao átrio, que evidenciam tanto os princípios de proporção e simetria como o elogio da vivência campestre.![](https://cdn0.casamentos.pt/emp/fotos/0/2/4/3/Estalagem%20Quinta%20das%20Torres.png)
O pavilhão em forma de templo, com uma cúpula sustentada por doze colunas, que se avista da ladeira de acesso à Estalagem, está rodeado por um enorme lago, com cerca de 900 m2. O interior da edificação está dividido em amplas salas, harmoniosamente proporcionadas, quase todas com tectos de madeira e belíssimos azulejos na parede.
![](http://www.azeitao.net/fotos/FOTOS/palacio/azulejos2_palacio.jpg)
- "(...) Dividido em quatro corpos tem ao centro um pateo ... completamente ensombrado por platanos e olmos copados, que se por um lado o embellezavam, por outro tornavam demasiadamente sombrios ...
O pateo communica com o edificio principal por um vestibulo de columnas doricas, encimado por duas pyramides de alvenaria também rectangulares, vestibulo a que se sobe por tres degraus de pedra, e communica também com os outros corpos do edificio e com a quinta por tres altos arcos abobadados terminando cada um d'elles n'um portão. (A. M. de Oliveira Parreira, publicada em 1892 na Revista Ilustrada, nº 60)
![](http://i3.photobucket.com/albums/y70/jani1/quintadastorres.jpg?t=1277040993)
Os primeiros possuidores da Quinta das Torres foram D. Maria da Silva e seu marido, D. Pedro Eça, a quem D. Brites de Lara, Marquesa de Vila Real e senhora da Quinta da Bacalhoa, ofereceu o seu domínio como presente de casamento. A quinta manteve-se na posse da família D'Eça até que no século XVIII, por falta de sucessão directa, passou para o ramo colateral de D. Maria da Silva - os Corte-Real -, os quais a detiveram largos anos. Mais tarde, de novo por herança, tornou-se pertença, sucessivamente, da família Saldanha e depois dos Melos, senhores de Murça. Em 1877, após a morte de João Maria de Melo, 3º Conde de Murça, a quinta foi adquirida pelo Dr. Manuel Bento de Sousa e, desde então, pertence a sua família.
A importância que tem esta quinta no património azeitonense e no do próprio país está relacionada não só com a sua beleza arquitectural mas também os notáveis painéis de azulejo, de policromia muito rica. Trata-se de exemplares de rara beleza e valor artístico-arqueológico representando passagens célebres da Eneida de Vergílio, como O Incêndio de Tróia e A Morte de Dido.
A galeria tem, para além destes painéis, a parte inferior das paredes recoberta com silhares de azulejos representando caçadas e figuras mitológicas, tiradas das "Metamorfoses" de Ovídeo, como Marte e Vénus, obtidas com verdes, azuis amarelos e ocres.
Os herdeiros de Manuel de Sousa adaptaram há alguns anos uma parte das dependências, justamente as voltadas para o lago, primeiro a casa de chá e pequeno hotel e, posteriormente, a uma mais ampla estalagem.
A Estalagem, tal como existe hoje, é fruto de uma recuperação global onde se foram adaptando as antigas instalações às exigências da vida moderna. Cavalariças, galinheiros e antigas divisões deixaram de o ser para dar lugar a quartos e suites.
Para descobrir o local da cache completa o seguinte puzzle, clicando na palavra Torres. />Torres