Era uma vez um pequeno ouriço, que vagueava sozinho pela Serra de Sintra. Em tempos esta fora a sua bela casa. Uma floresta virgem, cheia de vegetação, onde os animais viviam descansados e felizes. Mas, aos poucos, o ser humano começou a aproximar-se e a destruir as árvores para construir casas, fábricas e estradas. Alguns animais não sobreviveram muito tempo e acabaram por desaparecer. O urso, o veado, a lebre e o lobo, foram os primeiros. Sim, é verdade, chegaram a existir estes animais no nosso 'grande jardim', mas hoje estão extintos do parque. A lontra, o gato-bravo, e o sapo-de-unha-preta foram também embora. Aos poucos, o mágico bosque, tornou-se numa selva de betão e o espaço mágico ficou cada vez mais pequeno para todos os seus habitantes. Ainda lá habitam a geneta e o leirão-comum. Já o morcego, ocupou unicamente o espaço da serra, onde o ser humano não vai frequentemente, e onde ainda vai conseguindo se esconder. As águias, e as outras aves de rapina, às vezes ainda vão visitar-los. Mas até isso é cada vez mais raro. Os ouriços ainda por lá andam, mas cada vez são menos. Esta é a história do nosso ouriço GPS, que após muitos quilómetros de viagem, já cansado, acabou por encontrar um pequeno prado verde, no meio de inúmeros prédios, mas um espaço sossegado, com uma toca onde se conseguia esconder, pelo menos provisoriamente, da chuva que este inverno se fazia sentir. E foi lá que o encontrámos. Triste, sozinho e descrente da bondade humana. Que lhe havíamos de fazer? Não o podíamos levar para casa. Ele gosta de erva fresquinha, gafanhotos, e outros insectos. Gosta de uma jardim para passear e uma bela toca para fazer de casa. Ele ali tinha tudo isso. Apenas o tínhamos de fazer acreditar outra vez nos seres humanos. E assim foi. Como geocachers que somos, a natureza é muito importante para nós. E há que preserva-la. Por isso, a partir desse dia não deixámos mais de, em cada pequena acção, ajudar a natureza. Fazendo o ouriço, acreditar outra vez que era possível viver no mesmo planeta que os novos amigos 'sem picos'. Chamámos-lhe GPS. Guia-nos ainda hoje ao que de melhor temos dentro de nós, tornou-se a nossa mascote e o seu nome é GeoPicos de Sintra.