Goujoim é uma das mas importantes freguesias do concelho de Armamar, sobretudo do ponto de vista arqueológico. O reduzido número de habitantes na actualidade contrasta de forma clara com o passado, em que se assumiu como uma das A0primeiras povoações desta área a ser habitada. Situa-se no extremo oriental do concelho, para sul da freguesia-sede, na base do monte do Castro. É banhada pelo rio Tedo.
Comecemos pela Arqueologia. A Anta da Moita Grande, do período Neo-Calcolítico, comprova o povoamento pré-histórico da área em que se integra a actual freguesia. Apesar do mau estado de conservação, foi possível registar a presença de cinco esteios e o «chapéu» tombado sobre um dos lados.
O Castro de Goujoim B5começou a ser povoado na Idade do Ferro e esse povoamento prolongou-se pelo período romano. A sua importância está bem patente no facto de aí ter aparecido um terminus augustalis - inscrição raríssima da época imperial que delimitava os territórios dos povos. Só se conhecem seis inscrições deste género no território do nosso país. Existem ainda referências ao surgimento neste C2castro de moedas e armas metálicas.
No sítio arqueológico de Mogo, detectaram-se vestígios de superfície que medeiam, em termos cronológicos, entre o período romano e a Idade Média. Trata-se de um pequeno planalto onde surgiu, à superfície, cerâmica anfórica e de construção e moedas diversas. Durante a época romana, deve ter sido D7uma povoação de grandes dimensões, a julgar pela estrutura encontrada.
A Necrópole de S. Cosmado, ou Tapada do Abade, data do período medieval. Encontram-se à superfície oito sepulturas escavadas na rocha, divididas em três núcleos distintos. No local, encontraram-se também fragmentos de telha.
O topónimo Goujoim parece estar relacionado com um nome de origem germânica, Mogim, que terá derivado E3em Gojim, Gomjoym, Gomjoim, Gojoim e finalmente Goujoim. Pinho Leal, por seu lado, defende que o território em que actualmente se insere a freguesia foi povoado no século X pelo régulo de Lamego Zadam Aben Uvim.
Goujoim foi sede de concelho na primeira metade do século XVI, através de carta de foral concedida por D. Manuel II. Tinha Casa da Câmara, Cadeia e Pelourinho. O seu património edificado retrata as ilustres tradições do passado. O Pelourinho está F8classificado como Imóvel de Interesse Público. Terá sido erguido no ano de 1666. É um monumento maneirista, de bloco prismático, composto por soco quadrangular de um degrau e de talha rudimentar a nível de decoração.
O actual edifício da Igreja Paroquial de Santa Eulália foi construído no século XVII. Apresenta características vernáculas e barrocas. Templo de planta longitudinal composta por nave e capela-mor e fachada em empena. No interior, destacam-se os retábulos colaterais de talha dourada do estilo nacional e o retábulo-mor, também de talha dourada e policromada barroca joanina.
Para além do património edificado, as G1paisagens naturais também merecem uma palavra. As águas do Tedo dão um toque muito bucólico à freguesia. Águas com grandes propriedades medicinais, em tempos muito procuradas por termalistas da região. Na Quinta de D. Moira, ainda há vestígios do antigo complexo termal.
Património cultural edificado: Igreja Matriz; Capela de Sta. Bárbara; Capela de Sto. Cristo; Pelourinho; Casa Preta (antiga casa do tabaco); Lavadouro (fonte do arrabalde); Duas escolas e uma cantina (desactivadas); Fontanário de Carranca; Capela da Ribeira Sto. António; Castro de Goujoim com um marco milenário do tempo de César Augusto); Termas da Dª Moura.
Património Paisagístico: Aldeia de Goujoim; Vistas do castro de Goujoim.
Festas e Romarias: Festa em honra de Sta. Eulália no dia 10 de Dezembro.
Locais de lazer: Área junto ao cemitério.
Orago: Santa Eulália
Principais actividades económicas: Agricultura (com destaque para a baga, azeite e vinho).
Foi agregada à freguesia de Aricera no ano de 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, passando a denominar-se União das Freguesias de Aricera e Goujoim.
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