Século XVII
“ Adoçante de bebidas novas”
A exploração de escravos, que se praticaria desde o século XVI até princípios do século XIX, viabiliza a expansão da indústria do açúcar de uma forma irreversível, com plantações praticamente em todo mundo, desde as Índias Ocidentais às Américas. O uso do açúcar vulgarizou-se, principalmente para adoçar as novas bebidas, também de origem exótica, como o café, o chá e o cacau, o açúcar conhece um maior consumo, embora v ainda no currículo restrito das classes abastadas.
Século XIX
“ Chega uma nova planta doce: a beterraba”
Apesar do desenvolvimento das técnicas para produção de açúcar mostradas pelos europeus no século XVI, foi somente no século XIX, com a introdução da máquina a vapor, da evaporação, dos cozedores a vácuo e das centrífugas, como reflexo dos avanços. Francisco P. Laval, Diário de Viagem, apresentados pela Revolução Industrial, que a produção comercial de açúcar experimentou notáveis desenvolvimentos tecnológicos.
Desta forma, o comércio do açúcar tornou-se bastante lucrativo o que terá preocupado Franceses e Alemães, que se viam a pagar caro um produto que nunca vingaria nas suas terras mais frias. Impulsionado pelo seu governo a investigar outras fontes de sacarose (açúcar vulgar), Andreas Margraff, um químico alemão, obtém os primeiros cristais a partir do suco extraído de raízes de beterraba, em 1747.
Passados cinquenta anos, o discípulo de Margraff, Franz Carl Achard, instala a primeira refinaria de açúcar de beterraba da Europa. O produto não tinha, no entanto, a qualidade desejada e, para além disso, era bastante caro.
Só durante as guerras napoleónicas, devido ao bloqueio britânico e ao consequente racionamento do açúcar, é que a nova indústria teve finalmente oportunidade para se desenvolver e aperfeiçoar. Inicia-se uma guerra entre os importadores do açúcar de cana e os produtores de açúcar de beterraba. A abolição da escravatura vai dar vantagem aos segundos e penalizar os primeiros.
No princípio do século XX, a beterraba vence a cana de forma decisiva, cobrindo 3/5 do consumo mundial. Mais tarde, curiosamente, a balança irá inverter-se com 3/4 da produção de açúcar a serem fornecidos pela antiga cana.
Século XX
“ O açúcar no século XX: a abundância”
No início do século XX, o planeta já produzia 9 milhões de toneladas de açúcar e consumia apenas 8 milhões.
Mas a Primeira Guerra Mundial veio travar drasticamente a produção de açúcar.
Fruto dos combates, as regiões produtoras são devastadas, assim como as refinarias.
Faltando mão-de-obra e matéria-prima para o cultivo da beterraba açucareira , a cana-de-açúcar,produzida longe deste cenário de destruição, conhece algum desenvolvimento até ao fim do conflito. No pós-guerra, a produção restabelece-se e ganha mesmo maior dinamismo, a tal ponto que, em1920, com o açúcar de cana e de beterraba, o excedente mundial alcança as 4 milhões de toneladas. Como consequência os preços descem e levanta-se a primeira de muitas crises para regulamentar este negócio. Em 1937 é realizado o primeiro acordo internacional para regular o mercado, do qual sai também o primeiro Conselho Internacional do Açúcar.
Em 1953, sob a égide da ONU, assina-se o Acordo Internacional sobre o Açúcar, que estabelece um sistema de quotas de exportação.
Em 1968 cria-se o mercado comum do açúcar, que levou a Comunidade Europeia a tornar-se o primeiro produtor mundial de açúcar de beterraba.
Séc. XXI
“O açúcar no 3º milénio”
Hoje, entre 111 países produtores de açúcar, 73 cultivam cana-de-açúcar e são responsáveis por fornecer 3/4 da produção mundial de açúcar. O maior produtor é o Brasil, seguido pela Índia e por Cuba. O açúcar tornou-se um alimento comum na dieta de todos os países, constituindo uma fonte de energia de fácil e rápida assimilação.
Consumido com moderação contribui para uma dieta equilibrada, proporcionando um sabor agradável aos alimentos. Para além disso, o sabor doce é um dos mais apreciados pelo ser humano, o que torna o açúcar um dos alimentos capazes de oferecer momentos de bem-estar e de prazer.
Portugal tem uma quota de produção de 360 mil toneladas de açúcar por ano, das quais cerca de 275 mil são consumidas.
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