É junto à forja, que na chovosa noite do dia 04 de Janeiro de 1938 reuniram-se pela 20h30m vários habitantes das Aldeias ( Janes e Malveira da Serra ) em Assembleia Geral, onde nasce a Acta da Fundação. Aqui resolveram os presentes, por unanimidade, fundar uma colectividade, à qual seria dado o nome de Sociedade de Instrução e Beneficência de Janes e Malveira, que por imposição oficial viria a ser denominada Sociedade de Instrução e Recreio de Janes e Malveira, cujos fins eram instruir, beneficiar e recriar os seus associados.
Nesta Assembleia, ficou decidido que os elementos que se inscrevessem seriam considerados sócios e pagariam uma quota de 2$00 ( dois escudos ).
Pensou-se que para instruir, beneficiar e recriar os seus associados, se formasse, desde de logo uma escola de música.
É assim que o Sr. António Fonseca, sócio fundador, convida para maestro o Sr. Domingos Costa Pinto. Este que foi sócio fundador n.º 60 teve uma importância significativa, em termos pedagógicos, na vida da colectividade, pois além de ensinar música, viu-se por vezes na necessidade de mentalizar as pessoas que, para aprender música, não era necessário saber ler, pois havia um certo retraimento da parte de muita gente em ir aprender música sem saber ler.
Entretanto a escola de música era uma realidade e começa-se a sentir a necessidade de comprar instrumentos para os aprendizes.
Nasciam assim os fundamentos da Tuna com a aquisição dos instrumentos e com a aprendizagem musical. Eis que em 29 de Outubro de 1938 sai pela primeira vez a Tuna.
No que diz respeito à construção da Sociedade, na primeira das reuniões pensou-se logo no terreno para a construção da sua sede e aqui surgem as primeiras divergências, mas a maioria decidiu que a sede fosse construída no Cancelo.
E é assim que no dia 6 de Abril de 1939, fez-se o assentamento da primeira pedra, pelos Srs. Bento Brilhante e José “ Padeiro “.
O Sr. Sabino Fonseca foi um dos pedreiros da terra que acompanhou sempre de perto os trabalhos da construção da sede e que, conjuntamente, com outras pessoas, depois das horas de trabalho, faziam serões, á luz dos velhos candeeiros de petróleo, para adiantar as obras da Sociedade. Neste tempo as dificuldades eram grandes, pois os únicos meios de transporte que as pessoas possuíam era o burro e a bicicleta a pedais ou, ainda, a longa caminhada a pé, na ida e regresso do trabalho.
No entanto, ainda havia força suficiente para trabalharem até cerca da meia-noite, na construção da Sociedade, para no outro dia se levantarem ás 5 ou 6 horas da manhã. Só graças ao muito esforço e dedicação a Sociedade foi e é uma realidade.