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Exemplo de Tafoni em bloco granítico
Os Tafoni são cavidades rochosas naturais, elipsoidais, em forma de taça. Estas características cavernosas incluem poços minúsculos, cavidades do tamanho de bolas de ténis, cavernas de grandes dimensões, e formas de favos de mel aninhados e de forma oval. Desenvolvem-se tipicamente em superfícies inclinadas ou verticais, e ocorrem em grupos.
Estas requintadas e fascinantes cavidades estão presentes nas superfícies de muitos tipos diferentes de rochas localizadas numa grande diversidade de regiões geográficas em todo o mundo. Desde os finais do século XIX, mais de 100 artigos de investigação sobre este tópico geomorfológico foram publicados em várias línguas, no entanto o seu desenvolvimento e evolução é intrigante e continua a despertar a curiosidade.
As características dos tafoni constituem uma classe de cavidades rochosas naturais relativamente profundas, arredondadas a alongadas que são escavadas principalmente por processos de meteorização rochosa e, secundariamente, por processos erosivos.
O termo meteorização é o processo natural através ao qual as rochas e os solos e seus constituintes sofrem a decomposição química e/ou desintegração física por acção dos efeitos químicos, físicos e biológicos que resultam da sua exposição ao factores ambientais (neles se incluindo os factores antropogénicos, isto é devido directa ou indirectamente à acção humana).
Por outras palavras, a meteorização é o fenómeno natural a que estão sujeitos todos os materiais geológicos quando expostos à acção combinada da atmosfera, hidrosfera, biosfera e antroposfera, ocorrendo de forma permanente e generalizada em toda a superfície terrestre, não devendo contudo ser confundida com os efeitos da erosão, embora tenha frequentemente com eles uma relação estreita de causa e efeito.
A meteorização pode assumir 3 aspectos: meteorização química, meteorização física e meteorização biológica.
A meteorização química, também designada alteração química, ocorre quando minerais numa rocha são alterados ou dissolvidos quimicamente.
As reacções mais típicas da meteorização química são a Oxidação, a Carbonatação, a Hidrólise e a Hidratação.
Este tipo de meteoriozação implica transformações químicas dos minerais que compõem a rocha, sendo a água o principal agente da meteorização química.
Exemplo de meteorização química: carbonatação.
A meteorização física, também designada meteorização ou alteração mecânica, ocorre quando a rocha sólida é fragmentada através de processos físicos, mas não alteram a sua composição química. A meteorização química e a meteorização física auxiliam-se mutuamente, reforçando-se uma à outra. Quanto mais rápido for o decaimento, maior tornar-se-á o enfraquecimento dos fragmentos e mais susceptível a rocha é de se quebrar; quanto menores forem os fragmentos, maior a superfície disponível para o ataque químico e mais rápido torna-se-á o decaimento.
Como principais agentes da meteorização física temos i) a variação de temperatura (ou termoclastia): com o aumento da temperatura,os minerais sofrem dilatação, desenvolvendo pressões internas que desagregam os minerais e desenvolvem microfraturas, por onde penetrarão a água, sais e raízes vegetais; ii) cristalização de sais (ou haloclastia): O sal trazido pela maresia ou presente nas águas das chuvas, cristaliza-se nas fraturas, desenvolvendo pressões que ampliam o efeito desagregador; iii) o congelamento (ou crioclastia): a água que penetra nos interstícios e poros da rocha, pode congelar, por abaixamento da temperatura, aumentando assim o seu volume. Exerce, consequentemente, uma pressão que provoca o alargamento das fissuras e a desagregação da rocha; e iv) actividades biológicas ou biomecânicas (dos seres vivos): As raízes de árvores podem trabalhar como agentes meteóricos. Elas actuam como força motriz para abrir canais para que outros agentes meteóricos actuem nas rochas e minerais. Há também a "escavação" por insectos em rochas mais fracas.
Meteorização física: a Crioclastia
Exemplo de meteorização física por atividade biológica
A meteorização biológica é causada pelas bactérias, produzindo a decomposição biótica de materiais orgânicos. Este tipo de mateorização produz os solos mais férteis do mundo.
Os Tafoni podem ser encontrados em muitos tipos diferentes de rocha e em diversos ambientes (incluindo Antactida e Marte), mas são muito comuns nos arenitos e nos desertos de todo o mundo, bem como junto das faixas costeiras.
É aceite de uma forma geral que os processos de meteorização pelo sal são um escultor importante. Água, mesmo que em pequenas quantidades, acumula-se na superfície ou encontra o seu caminho por entre os grãos da rocha e depois seca. Se a água carregar sais - minerais dissolvidos na água podem incluir cloreto de sódio bem como outros cloretos, sulfatos e carbonatos - estes irão cristalizar assim que a água secar. A cristalização de sais aumenta o seu volume, o que produz pressões significativas entre os grãos, forçando a quebra da rocha sólida.
A solidez física e química de qualquer rocha não é uniforme e algumas partes são mais vulneráveis do que outras. Ao serem criadas cavidades através da haloclastia estão a ser criadas condições para a meteorização química diferencial de uma rocha, uma vez que nas cavidades criadas, que vão ficando menos expostas e à sombra, irá ser retida a humidade, favorecendo assim a progressão do fenómeno e o aumento das próprias cavidades.
A meteorização diferencial que causa o início e desenvolvimento dos Tafoni está relacionada com ciclos de congelamento-descongelamento e de humidecimento-secagem. O crescimento deste tipo de tafoni é limitado pela taxa de evaporação e pelo sol. A partir da altura em que as cavidades tomam dimensões suficientemente largas para atrasar o processo de toda a água existente no seu interior, o seu crescimento estaciona uma vez que o sal não pode secar.
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