O limão-siciliano (conhecido em Portugal como limão; espécie Citrus x limon) é o fruto de uma pequena árvore de folha perene originária da região sudeste da Ásia, da família das rutáceas. Apresenta diversas variedades cultivadas, sendo uma dezena delas frequentes, como, por exemplo, o limão-eureca, o limão-lisboa, o limão-fino, o limão-verno, o limão-villafranca, o limão-lunário, etc.
1. A história
O limão-siciliano foi trazido da Pérsia pelos conquistadores árabes, disseminando-se na Europa. Há relatos de limoeiros cultivados em Génova em meados do século XV, bem como referências à sua existência nos Açores em 1494.
Séculos mais tarde, em 1742, os limões foram utilizados pela marinha britânica para combater o escorbuto, mas apenas em 1928 se obteve a ciência sobre a substância que combatia tal doença, batizado ácido ascórbico ou vitamina C, a qual o limão proporciona em grande quantidade: aproximadamente 500 miligramas de vitamina C e 50 gramas de ácido cítrico por litro. Atualmente é uma das frutas mais conhecidas e utilizadas no mundo.
Popularizou-se no Brasil durante a chamada gripe espanhola (epidemia gripal de 1918), quando atingiu preços elevados, chegando a ser comprada entre dez a vinte mil réis cada unidade.
O limão-siciliano tem origem no Sudeste da Ásia, provavelmente no sul da China, ou Índia. A sua história é, por vezes, pouco clara.
Não era uma fruta comum no mundo antigo grego e romano. Vários fatos indicam que uma fruta cítrica parecida com o limão era conhecida, mas não se sabe se era o limão ou a cidra, uma espécie vizinha e muito semelhante, e não existem evidências paleobotânicas. Os gregos utilizavam o limão ou a cidra para proteger as roupas das traças.
As primeiras descrições claras do uso da fruta para fins terapêuticos remontam às obras de Teofrasto, aluno de Aristóteles, que é considerado o fundador da fitoterapia.
Os helenos utilizavam o cultivo de limoeiros ou de cidreiras perto de oliveiras para preservá-las de ataques de parasitas. O limão pode ter sido retratado na arte romana: há representações de frutas cítricas em mosaicos romanos em Cartago e afrescos em Pompeia, que possuem uma semelhança impressionante com laranjas e limões.
Diz-se que Nero era um consumidor regular desta fruta, pois assim tentava se prevenir de um possível envenenamento.
O limão também foi muito utilizado no Mediterrâneo de maneira ornamental em jardins islâmicos.
Os egípcios do século XIV conheciam o limão. Ao longo da costa mediterrânea do Egipto, as pessoas bebiam kashkab, uma bebida feita de cevada fermentada, folhas de hortelã, arruda, pimenta preta e limão. A primeira referência do limão no Egito é nas crônicas do poeta e viajante persa Nasir-i-Khusraw, que deixou um relato valioso da vida no Egipto sob o mandato do califa Fatímida al-Mustansir (1035-1094).
O comércio de sumo de limão foi bastante considerável em 1104. Sabemos a partir de documentos em Geniza (Cairo) - registos da comunidade medieval judaica a partir do século X até o século XIII - que as garrafas de sumo de limão, qatarmizat, foram feitas com muito açúcar e eram consumidas localmente e exportadas.
No Ocidente, o limão tornou-se mais difundido no ano 1000, graças aos árabes que levaram a fruta para a Sicília. A origem do nome vem do persa. Na Europa, havia o cultivo de limões-reais em Génova, em meados do século XV. Em 1494, apareceram limões nos Açores, enquanto que, na América, o limão e outros cítricos foram levados pelos missionários espanhóis após a descoberta de Cristóvão Colombo.
A fruta também foi introduzida nos países do norte europeu, através de viagens marítimas, pagando-se por eles com bens valiosos ou até mesmo ouro. Os frutos comprados eram revendidos a preços muito elevados nos países do norte: o limão foi considerado um produto de luxo, sendo usado principalmente como um ornamento e um medicamento.
Posteriormente, os médicos tornaram-se conscientes de que a ingestão diária de sumo de limão evitava surtos de escorbuto entre os marinheiros em longas viagens marítimas. Navios ingleses foram obrigados por lei a carregar bastante sumo de limão para cada marinheiro.
De 1940 a 1965, a produção aumentou e os Estados Unidos tornaram-se um importante fornecedor de limões. Mais de 50 por cento da safra de limão dos Estados Unidos é transformada em sumo e produtos. A casca, polpa e sementes são usadas para se fazer óleos, pectina, ou outros produtos.
O limão também tem é usado externamente para acne, fungos (micose e pé de atleta).
2. Origem
Os limoeiros são árvores pequenas (não atingem mais de 6 metros de altura), espinescentes, muito ramificadas, de caule e ramos castanho-claros; as folhas são alternas, oblongo-elípticas, com pontuações translúcidas; as inflorescências são de flores axilares, alvas ou violeta, em cacho. Reproduz-se por estacas de galhos, em solo arenoso e bem adubado, de preferência em regiões de clima quente ou temperado.
Propaga-se também por sementes, que requerem solo leve, fértil e bem arejado, em local ensolarado e protegido dos ventos. Frutifica durante todo o ano, em inúmeras variedades, que, embora mudem no tamanho e na textura da casca, que pode ser lisa ou enrugada, quanto à cor, variam do verde-escuro ao amarelo-claro, exceto uma das espécies, que se assemelha a uma tangerina.
3. Características
Ao contrário de outras variedades cítricas, o limoeiro produz frutos de forma contínua.
Farmacologicamente, o limão é principalmente importante pelo seu valor nutricional de vitamina C e potássio.
No Brasil, os chamados limão-galego e o limão-taiti, na verdade, não são limões, mas sim limas ácidas. O chamado limão-verdadeiro, também conhecido como siciliano, eureca ou lisboa, é a espécie mais consumida na Europa e nos Estados Unidos, possuindo o nome científico Citrus x Limon; este limão possui uma casca amarela.
As principais diferenças entre limões e limas ácidas são o tamanho e o gosto ligeiramente diferente, pois os limões têm sabor um pouco mais suave. Apesar disso, todas essas espécies têm origens parecidas.
O chamado limão-cravo é uma mistura de limão e tangerina. Possui uma coloração interna alaranjada e é muito usado para temperos.
4. Partes usadas (Folhas e fruto)
Os que têm cor amarelada ou amarelo-esverdeada, são cultivados sobretudo pelo sumo, embora a polpa e a casca também se utilizem em culinária. Os limões contêm uma grande quantidade de ácido cítrico, o que lhes confere um gosto ácido. No sumo de limão, essa acidez chega a um pH de 2 a 3, em média.
5. Informações nutricionais por 100g
Limão (ao natural sem casca)
- Calorias » 29
- Gorduras totais » 0,3g
- Colestrol » 0mg
- Sódio » 2mg
- Potásio 138mg
- Carboidratos » 9mg
- Fibra alimentar » 2,8g
- Açucar » 2,5g
- Proteínas » 1,1g
- Vitamína A » 22IU
- Vitamina B6 » 0,1mg
- Vitamína C » 53mg
- Cálcio » 26mg
- Ferro » 0,6mg
- Magnésio » 8mg