Filha de Sir Nicholas Trant, oficial de origem irlandesa ao serviço de exército britânico.
Devido aos cargos que o pai desempenhou, viveram na Irlanda, Inglaterra e em diversos locais da Europa e assim Clarissa Trant teve uma educação invulgar e uma experiência mais alargada do que a maioria dos jovens da sua idade .
O diário termina em 1832 quando do seu casamento.
Este diário destaca-se dos outros da altura por ser escrito por uma mulher e pelo contexto em que foi feito.
O Coronel Trant (seu pai) participou activamente nas campanhas da Guerra Peninsular, organizou e comandou por diversas vezes as tropas portuguesas e foi nomeado Governador do Porto e condecorado pelo rei D.João VI de Portugal.
Em 1811, em função como Governador do Porto e já depois da Guerra ter terminado, mandou vir para Portugal os filhos.
Clarissa não foi testemunha dos confrontos mas sim uma observadora atenta da fase pós-guerra e dos estado de desvastação em que Portugal se encontrava.
Sendo filha de um oficial britânico, permitiu-lhe contactar com individualidades de relevância como o Duque de Wellington, o Duque de Alba, George Canning (que veio a ser 1º ministro de Iglaterra), e muitos mais.
Permitiu-lhe viajar por Portugal de diversas formas, por terra, rio e mar.
Viajou pelo Minho, Douro, Beiras e muitos outros locais.
Residiu e pernoitou em variados tipos de habitação como palácios, quintas, hotéis, hospedarias e casas miseráveis e em ruínas.
Através das viagens, aprendeu alguns aspectos da história de Portugal.
Visitou a Fonte das Lágrimas onde o pai mandou colocar uma placa em pedra com uma estrofe de Os Lusíadas gravada em memória de Inês de Castro.
Em 1814 passou por terras bairradinas onde pernoitou em Ois do Bairro.
Este facto é relatado no seu diário, daí a razão da colocação desta cache.
O diário só foi publicado muito mais tarde, em 1925, pela sua neta (Clara Georgina Luard).
Em Portugal, pelo que sei, a obra não está publicada mas no livro 'A Guerra Peninsular em Portugal - Relatos Britânicos ' de Maria Leonor Machado de Sousa podemos encontrar a parte do diário respeitante à passagem por Portugal.
'...O meu pai tinha-nos prometido que o acompanharíamos a Oys do Bairro onde ía inspecionar o Regimento de Coimbra e, assim deixámos Aveiro no dia 11 de Junho (1814). Sendo esta uma das poucas estradas praticáveis para uma carruagem, congratulámo-nos por termos chegado a Palhaço(+) sains et saufs,(...). Da janela do nosso quarto viamos a colina de Barrosa (*), cenário de uma das vitórias de Wellington. ...'
(+)é assim que é chamada o local de Palhaça no livro
(*) não conhecia esta denominação do Bussaco
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