Dois burros seguiam pela mesma estrada. Um era do banqueiro e o outro era do padeiro.
O burro do banqueiro se achava o tal. Porte de príncipe, andar elegante, olhar superior. No lombo, ele levava sacos de dinheiro. Tlim-tlim-tlim - tocava a sinetinha prateada em seu pescoço.
O burro do padeiro não se achava melhor nem pior do que os outros burros. Seguia com calma, como se fosse amigo de todas as pedras do caminho. Seu trabalho era carregar sacos de farinha. se visse um pássaro bonito no céu, ah... ele parava pra olhar. E, quase sempre, ficava pra trás.
Quando o ladrão dos caminhos empoeirados apareceu, não teve dúvidas. Bastou ver a pompa do burro do banqueiro para atacá-lo sem perdão.
O animal tentou se defender, mas levou várias facadas. Sem a pequena fortuna, machucado e arrasado, o burro do banqueiro reclamou aos céus:
- Isso lá é coisa para acontecer com alguem especial como eu?
- Se você servisse a um simples padeiro, como eu, poderia estar são e salvo! - disso o outro burro.
A arrogância costuma levar ao infurtúnio.
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