Azeite e água brigaram
Certa vez numa vasilha,
Vai tapona, vem tabefe,
Luta velha ali fervilha.
Eis então, a apaziguá-los,
A potassa se apressou,
Todos três se combinaram
E o sabão daí datou.
O sabão (poesia infantil de Monteiro Lobato)


Sem saneamento básico, nos finais do século XIX, surgiram os lavadouros e tanques públicos.
Estes espaços eram exclusivamente frequentados por mulheres, que lavavam as roupas da família, tendo mais tarde surgido as lavadeiras profissionais, que aí lavavam as roupas das suas patroas.
A roupa suja era carregada em trouxas até ao lavadouro público local, uma tarefa dura e ingrata, onde era ensaboada com sabão azul e branco ou clarim e esfregada na pedra áspera de granito ao torcer. Como a roupa molhada era muito pesada, era normal estendê-la num sítio adequado, atando cordas às árvores e arbustos próximos, deixando escorrer a água e para ficar a corar. Depois carregava-se à cabeça a bacia com as roupas de regresso a casa.
Nos lavadouros e tanques públicos juntavam-se as mulheres da comunidade, em ambiente de conversa e convívio, onde se faziam amizades, cantava-se, contavam-se segredos, boatos e mexericos, opinava-se sobre a vida alheia e trocavam-se confidências. Os lavadouros eram, para as mulheres dessa época, o facebook da nossa era.
Ainda hoje existem muitos destes lavadouros e tanques públicos, alguns ainda são usados, embora não com a frequência e práticas comunitárias de outros tempos. Muitos estão condenados ao desaparecimento.
Como muitos outros, este espaço também já conheceu melhores dias, mas não deixa de ser um lugar emblemático do Carrascal.

A cache é do tamanho small, contém um logbook, uma stashnote e um lápis. É fácil de encontrar, pois o objetivo é apenas dar a conhecer este lavadouro. Sejam discretos na procura.