A aldeia da Picha fica na freguesia e no concelho de Pedrógão Grande, junto à EN 2, entre Pedrogão Grande e a Pampilhosa da Serra, e tem apenas 24 habitantes, distribuídos por 18 fogos. Muitos foram os que partiram para a capital ou emigraram para França.
Picha é um lugar bonito, de características rurais onde a maioria da população vive do trabalho no campo.
A população da aldeia está envelhecida. Existem poucas crianças e por isso o lugar já não tem escola. Nem sequer lojas. Só há um café na zona baixa da aldeia, junto à estrada principal, chamado Café da Picha. A Associação de Melhoramentos da Picha tem uma sede nova e promove vários eventos ao longo do ano para animar e divulgar a aldeia.
A Igreja de Nossa Senhora do Carmo, edifício secular construído pela população em 1743, foi alvo de melhoramentos recentemente. É composta por nave única, coro-alto, capela-mor, torre sineira e sacristia. O retábulo-mor, com data provável do século XIX, possui características neogóticas. No altar podem ver-se cinco painéis, todos abertos em nichos. No painel central está a imagem de Nossa Senhora do Carmo.
As festas em honra de Nossa Senhora do Carmo realizam-se a 14 e 15 de julho.

Igreja de Nossa Senhora do Carmo
Toponímia
Ninguém sabe explicar muito bem a razão exacta da denominação. Uns dizem que o nome da terra teve origem numa fábrica de resina, outros dizem que surgiu porque nesta zona existiam muitos picheleiros (chamam-se picheleiros aos canalizadores ou aos artesãos de estanho). A verdade é que a origem deste topónimo continua por descobrir, mas os habitantes vão resistindo às brincadeiras, orgulham-se do nome peculiar e não defendem qualquer alteração.
Em tempos, já houve quem tivesse feito um abaixo assinado para mudar o nome da aldeia, só que a proposta de mudança para Pénis não vingou.
Segundo o Manuel João, dono do Café da Picha, junto ao posto de combustível e o único da aldeia: “Os antigos chamavam a este sítio a Horta, que era o local onde um homem chamado Manel Colhões tinha a sua horta. Daí passaram a chamar Picha à horta do Manel Colhões." Talvez esta história seja folclore e a origem do nome esteja ligada a uma antiga fábrica da resina, mas a verdade é que os pouco mais de 20 habitantes da Picha gostam da sua terra e nunca aceitaram a ideia de lhe mudar o nome: “Queriam mudar o nome disto para pénis! A verdade é que já roubaram as placas da estrada, por aí se vê que há muita gente a gostar da Picha”.
Os Pichenses já se habituaram às perguntas dos forasteiros sobre tão invulgar toponímia. Trocadilhos e piadas são habituais quando a conversa é o nome da terra. Eles não se importam e gracejam.
Picha é apenas um dos muitos nomes de aldeias curiosas que ficam nas redondezas de Pedrógão Grande. Também existem Venda da Gaita, Derreada e Senhor dos Aflitos, por exemplo.
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