Tipos de rochas
Ígneas ou Magmáticas
Rochas ígneas (mais conhecidas como Magmáticas) são resultado da solidificação e consolidação do magma (ou lava), por isso o nome rochas magmáticas. O magma é um material pastoso que, há bilhões de anos, deu origem às primeiras rochas de nosso planeta, e ainda existe no interior da Terra. As rochas ígneas podem, de maneira geral, ser classificadas sob dois critérios: texturais e mineralógicos. O critério textural é especialmente útil na identificação do ambiente onde a rocha se cristalizou, enquanto o mineralógico é baseado na proporção entre seus minerais principais. A classificação da maior parte das rochas ígneas, segundo o critério mineralógico, é feito com base no diagrama QAPF, usado para rochas com menos de 90% de minerais máficos. Podem ser de dois tipos, a saber:
Vulcânicas (ou extrusivas) - são formadas por meio de erupções vulcânicas, através de um rápido processo de resfriamento na superfície. Alguns exemplos dessas rochas são o basalto e a pedra-pomes, cujo resfriamento dá-se na água. O vidro vulcânico é um tipo de rocha vulcânica de arrefecimento rápido.
Plutónicas (ou intrusivas) - são formadas dentro da crosta por meio de um processo lento de resfriamento. Alguns exemplos são o granito e o diabásio.
Rochas Sedimentares
Na superfície da terra, as rochas sofrem a acção de diversos factores, como o calor, frio, chuva, vento, neve e gelo. Durante milhares de anos, uma rocha vai se partindo em pedaços e vão ficando cada vez menores e sendo arrastados para outros lugares. Então, esses pequenos fragmentos vão se acumulando, se apertando e se depositando uns sob os outros, formando novas rochas que, por serem constituídas por sedimentos acumulados, recebem o nome de Rochas Sedimentares. Fazem parte de 80% da superfície dos continentes. Classificam-se em:
Detríticas - são as rochas formadas a partir de detritos de outras rochas. Alguns exemplos são o arenito, o argilito, o varvito e o folhelho.
Quimiogénicas - resultam da precipitação de substâncias dissolvidas em água. Alguns exemplos são o sal-gema, as estalactites e as estalagmites.
Biogénicas - são rochas formadas por restos de seres vivos. Alguns exemplos são o calcário conquífero, formado através dos resíduos de conchas de animais marinhos. Possui o mineral cálcite; e o carvão, formado a partir dos resíduos de vegetais.
Rochas Metamórficas
São as rochas formadas através da deformação de outras rochas, magmáticas, sedimentares e até mesmo outras rochas metamórficas, devido a alterações de condições ambientais, como a temperatura e a pressão ou ambas simultaneamente. Alguns exemplos são o gnaisse, formado a partir do granito; a ardósia, formada a partir do argilito; o mármore, formado a partir do calcário, e o quartzito, formado a partir do arenito.
As rochas mais antigas são as magmáticas seguidas pelas metamórficas. Elas datam das eras Pré-Cambriana e Paleozóica. Já as rochas sedimentares são de formação mais recente: datam das eras Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica. Essas rochas formam um verdadeiro capeamento, ou seja, encobrem as rochas magmáticas e as metamórficas quando estas não estão afloradas à superfície da Terra.
O Granito...
O granito (vem do latim granum, que significa "grão') se forma no interior da crosta terrestre por resfriamento lento e solidificação do magma. É muito utilizado em revestimento de pisos, paredes e pias. O granito é formado por grãos de várias cores e brilhos: são os minerais.
Sua composição é basicamente a seguinte: Quartzo, um mineral incolor; o Feldspato (ortoclase, sanidina e microclina), responsável pela variedade de cores (avermelhada, rosada e creme-acinzentada) e a Mica (biotite e moscovite), que confere o brilho à rocha.
As cores de granito mais encontradas na natureza são as de tons cinzento e avermelhado, contudo encontram-se nas cores: branco, preto, azul, verde, amarelo e marrom.
Além disso, os granitos podem apresentar minerais como: anfíbolas (hornblenda), piroxenas (augite e hiperstena), olivina, zircão, entre outros.
O Calcário...
Calcário (do latim calx (gen. calicis) ou calcariu, "cal") é uma rocha sedimentar que contém minerais com quantidades acima de 30% de carbonato de cálcio (aragonita ou calcita). Quando o mineral predominante é a dolomita (CaMg{CO3}2 ou CaCO3•MgCO3) a rocha calcária é denominada calcário dolomítico.
O Xisto...
Xisto (do grego σχιστός schistós, ‘cindido’) é o nome genérico de vários tipos de rochas metamórficas facilmente identificáveis por serem fortemente laminadas. Em linguagem popular, em Portugal é também conhecida por "lousa" (e, por extensão, designa-se como "terra lousinha" aos solos com base xistosa).
A argila metamorfizada, devido ao aumento de pressão e temperatura (metamorfismo), torna-se primeiro um xisto argiloso (folhelho), e em seguida, ao continuar o metamorfismo, passa a ardósia, que depois vira filito e finalmente passa a xisto. Ou seja, a sequência de formação é: argila - folhelho (xisto argiloso) - ardósia - xisto - gnaisse.

Como podemos identificar minerais?
Mineral é um corpo natural sólido e cristalino formado em resultado da interação de processos físico-químicos em ambientes geológicos. Cada mineral é classificado e denominado não apenas com base na sua composição química, mas também na estrutura cristalina dos materiais que o compõem.
Em resultado dessa distinção, materiais com a mesma composição química podem constituir minerais totalmente distintos em resultado de meras diferenças estruturais na forma como os seus átomos ou moléculas se arranjam espacialmente (como por exemplo a grafite e o diamante)
Os minerais variam na sua composição desde elementos químicos, em estado puro ou quase puro, e sais simples a silicatos complexos com milhares de formas conhecidas. Embora em sentido estrito o petróleo, o gás natural e outros compostos orgânicos formados em ambientes geológicos sejam minerais, geralmente a maioria dos compostos orgânicos é excluída. Também são excluídas as substâncias, mesmo que idênticas em composição e estrutura a algum mineral, produzidas pela atividade humana (como por exemplos os betões ou os diamantes artificiais).
Propriedades físicas:
As propriedades físicas dos minerais resultam da sua composição química e das suas características estruturais. As propriedades físicas mais óbvias e mais facilmente comparáveis são as mais utilizadas na identificação de um mineral. Na maioria das vezes, essas propriedades, e a utilização de tabelas adequadas, são suficientes para uma correta identificação. Quando não, tal não é possível, ou quando um elevado grau de ambiguidade persiste, como no caso de muitos isomorfos similares, a identificação é realizada a partir da análise química, de estudos de ótica ao microscópio petrográfico ou por difração de raios X ou de neutrões. São as seguintes as propriedades físicas macroscópicas, observáveis sem necessidade de equipamento sofisticado (por vezes designadas, por essa razão, por propriedades de campo):
» Cor — É uma característica extremamente importante dos minerais. Pode variar devido a impurezas existentes em minerais como o quartzo, o corindo, a fluorite, a calcite e a turmalina, entre outros. Noutros casos, a superfície do mineral pode estar alterada, não mostrando sua verdadeira cor. A origem da cor nos minerais está principalmente ligada à presença de iões metálicos, fenómenos de transferência de carga e efeitos da radiação ionizante. Eis alguns exemplos:
- Jade — esverdeado;
- Augite — verde-escuro a preto;
- Cassiterite — verde a castanho;
- Pirite — amarelo-ouro.
» Brilho — O brilho depende da absorção, refração ou reflexão da luz pelas superfícies frescas de fratura do mineral (ou as faces dos seus cristais ou as superfícies de clivagem). O brilho é avaliado à vista desarmada e descrito em termos comparativos utilizando um conjunto de termos padronizados. Os brilhos são em geral agrupados em: metálico e não metálico ou vulgar. Diz-se que o brilho é não metálico, ou vulgar, quando não é semelhante aos dos metais, sendo característico dos minerais transparentes ou translúcidos. Dentro das grandes classes atrás apontadas, o brilho de um mineral pode ser descrito como:
Brilhos não metálicos:
Acetinado — brilho não metálico que faz lembrar o brilho do cetim; é característico dos minerais fibrosos;
Adamantino — brilho não metálico que, pelas suas características, nomeadamente a intensidade, se assemelha ao do diamante (são exemplos a pirargirite e a cerusite;
Ceroso — brilho não metálico que lembra o da cera (é exemplo a variscite);
Nacarado — brilho não metálico semelhante ao das pérolas (é exemplo a caulinite);
Resinoso — brilho não metálico que lembra o observado nas superfícies de fartura das resinas (é exemplo a monazite);
Vítreo — brilho não metálico que lembra o do vidro (são exemplos a fluorite, a halite e a aragonite);
Brilhos metálicos:
Metálico — brilho que se assemelha ao dos metais, sendo característico de minerais opacos como a galena, a calcopirite e a pirite;
Submetálico — brilho que faz lembrar o dos metais, mas não tão intenso, sendo característico dos minerais quase opacos como a cromite.
. Traço ou Risca — A cor do traço de um mineral pode ser observada quando uma louça ou porcelana branca é riscada. A clorite, a gipsite (gesso) e o talco deixam um traço branco, enquanto o zircão, a granada e a estaurolite deixam, comummente, um traço castanho avermelhado. O traço de um mineral fornece uma importante característica para sua identificação, já que permite diferenciar materiais com cores e brilhos similares.
Propriedades mecânicas:
. Clivagem — É a forma como muitos minerais se quebram seguindo planos relacionados com a estrutura molecular interna, paralelos às possíveis faces do cristal que formariam. A clivagem é descrita em cinco modalidades: desde pobre, como na bornite; moderada; boa; perfeita; e proeminente, como nas micas. Os tipos de clivagem são descritos pelo número e direção dos planos de clivagem.
. Fratura — Refere-se à maneira pela qual um mineral se parte, exceto quando ela é controlada pelas propriedades de clivagem e partição. O estilo de fracturação é um elemento importante na identificação do mineral. Alguns minerais apresentam estilos de fracturação muito característicos, determinantes na sua identificação.
. Dureza — Expressa a resistência de um mineral à abrasão ou ao risco. Ela reflete a força de ligação dos átomos, iões ou moléculas que formam a estrutura. A escala de dureza mais frequentemente utilizada, apesar da variação da dureza nela não ser gradativa ou proporcional, é a escala de Mohs.
A Escala de Mohs

Friedrich Mohs
Criada pelo mineralogista alemão Friedrich Mohs no ano de 1812, a Escala de Mohs avalia a dureza de um mineral e, portanto, a sua resistência ao risco. Formada por 10 minerais, a Escala tem graduação de 1 ao 10, sendo o elemento mais mole com dureza 1 e o mais duro da natureza com dureza 10. Quanto menor a dureza, maior a facilidade de ser riscado por outros elementos, ou seja, nesta escala, qualquer mineral risca o anterior e é riscado pelo próximo.

O talco é o mineral de menor dureza da escala e, por isso, pode ser riscado por qualquer um dos demais. Já o diamante é o mais duro, sendo assim, risca todos os outros minerais e não pode ser riscado por nenhum deles, apenas por outro diamante. Para determinar a dureza de um mineral é necessário riscar o mineral padrão (da escala) com o mineral que se deseja classificar e verificar qual deles apresentou o risco em sua superfície.
A Escala de Mohs não segue um padrão regular para crescer em dureza. O diamante, por exemplo, é 140 vezes mais duro que a safira ou rubi, os quais, como coríndons, têm dureza 9.
Na prática, identificar essa propriedade do mineral é um fator importante tanto para escolher o tipo de matéria-prima (indústria) que irá compor a joia, quanto para orientar o cliente sobre o uso e armazenamento (varejo). A opala, por exemplo, tem dureza 5.5 a 6.5 e por ser frágil é mais indicada para brincos, colares e pingentes. A gema cravada em anel ou pulseira podem sofrer algum dano com o uso frequente, já que mãos e braços são órgãos bastante movimentados no dia a dia e podem colidir com algum outro objeto. Já o ouro puro (1000 ou 24k) tem dureza ainda mais baixa, 2,5 a 3, podendo ser facilmente amassado. Por isso, ele requer a fundição com uma liga metálica para aumentar sua dureza e resistência ao risco nas joias.