Casas florestais: Um património escondido e degradado.
Se os guardas florestais vêm da monarquia, de finais do século XIX, de 1886, com a criação dos serviços florestais, as designadas Casas Florestais, que chegaram aos nossos dias e que, atualmente, se encontram em adiantado estado de abandono e de degradação, essas têm a sua génese nas primeiras décadas do estado novo, regime que se iniciando nos anos 20, terminou em 1974 com a revolução de abril.
Mas, pese embora ter sido durante o Estado Novo que se construiu o maior número destas casas, em meados do século XX, casas florestais houve que foram edificadas bem antes, algumas mesmo, poucas, vêm dos primórdios do século XIX.
A nível nacional são mais de 1000, as casas florestais, todas elas com localizações privilegiadas em termos de ligação à floresta e ao meio ambiente envolvente, algumas, autênticos miradouros, mas na sua maioria todas elas abandonadas e degradadas.

Era nestas casas que os guardas florestais, hoje integrados na GNR, viviam com as suas famílias e era a partir dali que organizavam a vigilância e a defesa do “cantão” que estava à sua guarda por ordem dos serviços florestais.
São casas em granito, de rés-do-chão, com uma sala ampla, com lareira, cozinha, quartos e todas elas com anexos, com um forno e com lojas e espaços para animais, normalmente, coelhos, galinhas e porcos que se destinavam a autoconsumo.
O destino de algumas destas casas em vários pontos do país foi o turismo, por iniciativas de diversas entidades que as recuperaram e as colocarem no mercado turístico. Porém, a generalidade delas continuam sem qualquer utilização e abandonadas.