Mamoa
Uma mamoa ou tumulus (plural tumuli) é um montículo artificial que cobre uma câmara dolménica. Pode ser de terra, revestida por uma couraça de pequenas pedras imbricadas, ou ser apenas constituída por pedras, sendo então designada usualmente por «cairn», do escocês càrn (que se pronuncia 'kern').
As mamoas ou tumuli apresentam geralmente uma forma oval ou circular. Eram edificadas com pedra e areia e tinham a finalidade de proteger o dólmen, cobrindo-o completamente. Eram estruturas de tamanho variável, podendo atingir quarenta metros, que tapavam completamente a câmara e o corredor, quando este existia. As couraças de revestimento das mamoas feitas de terra, que possivelmente ainda seriam visíveis na altura da construção, acabariam provavelmente por ficar mais ou menos revestidas por vegetação algum tempo depois.
O nome mamoa origina dos romanos aquando da sua chegada à Península Ibérica, que deram o nome de mammulas a estes monumentos, pela sua semelhança com o seio de uma mulher. Embora hoje sejam muito raras as mamoas que apresentam um volume hemisfério, devido aos agentes erosivos e às violações de que foram alvo, a sua forma seria em geral a de uma calote esférica.
Cada mamoa (ou tumulus) teria a função de esconder e proteger a sepultura, conferindo-lhe, ao mesmo tempo, maior monumentalidade. É possível que tivesse também, em certos casos, proporcionado um plano inclinado para o transporte da tampa da câmara da anta até à sua posição definitiva.
Silvares - Carregosa
A Mamoa de Silvares apresentava sinais de ter possuído uma carapaça em quartzo, que com o passar do tempo e sucessivas intrusões no sítio arqueológico ficou reduzida a pequenas manchas no topo da mamoa.
A escavação parcial do sítio permitiu verificar que a zona correspondente à câmara se encontrava bastante destruída4 não se encontrando vestígios de esteios. O autor dos trabalhos sugere que alguns dos esteios foram reutilizados como umbrais do acesso à propriedade. Foi, apesar disso, possível identificar um conjunto de blocos pétreos de média e grande dimensão, que formariam a couraça do monumento. O espólio recolhido, apesar de pouco numeroso6, consistia, maioritariamente, em fragmentos de cerâmica manual, bem como em artefactos líticos, entre os quais se conta uma ponta de seta.
A pouca representatividade do espólio, a alteração estratigráfica na zona da câmara e a ausência de elementos para realização de datações absolutas não permitem apontar uma cronologia absoluta8 para a sua construção/utilização. No entanto, é razoável supor que tenha tido uma utilização durante o Calcolítico e a Idade do bronze.
O autor dos trabalhos refere a possibilidade de existirem outros monumentos a Sul deste, numa situação similar às necrópoles conhecidas na serra da Freita, em que um monumento de maiores dimensões estava normalmente associado a outros com menor impacto na paisagem.
Hoje, encontra-se ao abandono e quase destruída, devido principalmente aos agentes erosivos e à intervenção humana…
Fonte: cm-OAZ, Wikipédia