Rudistas caprinídeos
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Na fabulosa estação de São Bento maioritariamente construída com granito, há logo no átrio principal da estação com os painéis de azulejos de José Colaço, vários fosseis nas lajes que formam o piso. Essas lajes são de pedra lioz. Lioz ou pedra lioz é um tipo de calcário que ocorre em Portugal, na região de Lisboa e seus arredores (norte e noroeste), nomeadamente no concelho de Sintra, sendo aqui extraído nos arredores da vila de Pero Pinheiro.
Os seus depósitos foram formados no período Cenomaniano (Cretácico) em um ambiente de mar pouco profundo, de águas quentes e límpidas, propícias à proliferação de organismos de esqueleto carbonatado, nomeadamente de bivalves rudistas, construtores de recifes.
Os rudistas (Ordem Rudista) são um grupo extinto de bivalves - com um aspecto muito diferente do dos bivalves que conhecemos da actualidade - que existiu desde o Jurássico superior até ao final do Cretácico da Era Mesozóica (durante cerca de 90 milhões de anos).
Nos seres vivos, a forma é expressão do estilo de vida e do modo de relacionamento com o ambiente onde vivem. Por exemplo, algumas ostras actuais têm uma forma alongada e irregular pois vivem fixadas ao substrato, formando bancos de ostras. As amêijoas têm uma forma amendoada pois vivem enterradas na areia. As vieiras possuem concha em forma de leque, com valvas distintas, pois vivem assentes sobre o fundo.
Os rudistas tinham formas diferentes destes bivalves actuais pois viviam de modo distinto deles. Habitavam em ambientes marinhos pouco profundos, com águas quentes, tropicais, normalmente semienterrados no fundo lodoso, formado por vasa carbonatada. Os rudistas eram - frequentemente - gregários, ou seja, formavam grandes aglomerados (ou "bancos") de rudistas, ocupando áreas extensas dos fundos marinhos pouco profundos de então. Por terem conchas espessas, de aspecto rude, motivou o nome rudistas (rudis em latim).
Os rudistas a observar aqui são caprinídeos, tinham a concha formada por duas valvas distintas uma da outra: uma delas, a que se enterrava no substrato vasoso era cónica e a outra - a valva livre - era enrolada em "corno de cabra" (capra, caprino, em latim). Uma vez mais, foi este aspecto da concha que esteve na origem do nome dos seus géneros mais típicos: Caprina e Caprinula. Há outro tipo de rudistas que são os radiolitídeos.
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Corte L (longitudinal) |
Corte T (transversal) |
A estação de São Bento
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A Estação Ferroviária de Porto - São Bento, igualmente denominada de Estação de São Bento, e originalmente como Estação Central do Porto, é uma interface da Linha do Minho, que serve a cidade do Porto, em Portugal. Situada na Praça de Almeida Garrett, no Centro Histórico do Porto, a estação afirmou-se como um dos principais monumentos na cidade, sendo especialmente célebre pelos seus painéis de azulejo. O edifício, de influência francesa, é obra do arquitecto portuense José Marques da Silva. A estação entrou ao serviço, de forma provisória, no dia 8 de Novembro de 1896, só tendo sido oficialmente inaugurada em 5 de Outubro de 1916. Mais informação sobre a estação pode ser consultada aqui
ref: wikipedia
Fósseis em Almada
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