
Mais 13 hectares de área verde
Fruto da intervenção, desenhada pela arquitecta Laura Roldão, que apresentou o projecto para esta primeira fase, nascerão quatro novas pontes pedonais e sete passadiços entre Ponte de Moreira e Ponte da Pedra. O ponto-chave do trabalho que desenvolveu era “devolver o rio à população”. A estratégia a aplicar passa por criar um corredor verde que sirva como “elemento estruturante intermunicipal”. Recorde-se que a bacia do rio é dividida por mais três concelhos vizinhos – Maia, Valongo e Santo Tirso. De resto, além de Matosinhos, os três municípios estiveram representados na apresentação do projecto.
Mantendo a identidade do vale do Leça, serão aumentadas as áreas de recreio e lazer ao longo das suas margens. A área verde passará dos actuais 17 hectares para 30 hectares. Paralelamente ao rio serão plantadas 820 árvores autóctones – sobreiros, amieiros e carvalhos. Para que esta área seja usada durante todo o ano, haverá ainda um investimento forte na iluminação do corredor, que terá acessos a partir da rede viária.
As “zonas de estadia” junto ao rio e ciclovias (algumas divididas com peões) serão construídas em betão permeável e pedra de granito, de forma a evitar as cheias que por vezes ocorrem nalgumas zonas do percurso. As novas pontes serão essencialmente de metal, mas desenhadas com formas arredondadas de forma a remeterem para as históricas.

Outro elemento da equipa, Pedro Teiga, responsável pela engenharia da empreitada, sublinha que o processo de despoluição do rio Leça faz parte de um programa de limpeza maior de carácter nacional. “Portugal tem 120 mil quilómetros de rios. Em Matosinhos há 110 quilómetros. A despoluição do Leça marca o início deste processo”. Reforça ainda que na lista de prioridades está a contenção das espécies exóticas e invasoras, estabilização da erosão e a plantação de árvores autóctones. E sublinha uma preocupação maior: “No Leça abunda o plástico. Temos que o conter e impedi-lo de chegar ao mar”.