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HISTÓRICO DA MINA DA RECHEIRA
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A MINA DA RECHEIRA, conhecida na região como “Mina do Alemão”, por ser explorada por uma companhia Alemã, situa-se na União de Freguesias do Barco e Coutada, concelho da Covilhã e distrito de Castelo Branco e está enquadrada na Folha nº 245 à escala 1/25.000 do IGE.
Por estrada dista aproximadamente 15km do concelho do Fundão, 20km da Covilhã, 50km de Castelo Branco e 250km de Lisboa ou Porto.
A topografia da região é geralmente acidentada e a cota da localização do jazigo é de 407m acima do nível médio das águas do mar.
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Nota Histórica:
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A 8 de Outubro de 1963 foi concedido por despacho pelo Presidente da República, Almirante Américo Thomaz à sociedade Minas do Zêzere SARL, por tempo ilimitado, a concessão mineira nº 3361, de estanho, denominada Recheira, com uma área equivalendo a um total de 49,55ha
A concessionária, Minas do Zêzere SARL, que chegou a ter direitos de exploração de 9 minas, ficaria obrigada a fornecer os minérios necessários para a laboração das indústrias que, visando a sua utilização, existam, ou venham a existir no País.
Em finais do ano de 1966 iniciam-se os trabalhos de exploração desta concessão.
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TRABALHOS DE PROSPEÇÃO E EXPLORAÇÃO
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SUPERFÍCIE:
Os filões de Estanho e Volfrâmio, à superfície, foram descobertos nos anos 40, por César Fernandes, antigo co-proprietário da propriedade e guarda da Mina.
Foram efetuadas aberturas de 400 metros de sanjas em seguimento dos respetivos filões; possuíam 0,5 metros de largura e 1,0 metros de profundidade.
SUBTERRÂNEO:
Foi realizada primeiramente uma travessa em flanco de encosta, para uma via, perpendicular á direção dos filões, designada por Galeria nº 1, e ainda Recortes em zonas mineralizadas, abertos para ambos os lados da travessa e realizou-se 1 chaminé de ventilação.
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TEORES E RESERVAS
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Foram colhidas amostras de quartzo, rocha encaixante e minério tal-qual com 0,65% Sn.
Verificaram-se quantidades apreciáveis de volframite, nióbio-tantalite e prata, elementos estes que poderiam vir a ser considerados como sub-produtos.
Durante o tempo de laboração da mina, foram extraídas 16.000 ton de reservas certas, remanescendo 24.000 ton.
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MÉTODO DE LAVRA
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O material seria desmontado por meio de explosivos, com perfuração mecânica por martelo pneumático com injecção de água.
As chaminés nos desmontes ficariam equidistantes 7 metros e possuiriam torvas para carregamento das vagonetas, com capacidade para 500Kg, que posteriormente transportariam o minério para o exterior, numa primeira fase movidas por cavalos, depois por via manual e depois por locomotiva. Já no exterior, e com auxílio do tapete rolante, o “tout-venant” seria transportado para o silo de alimentação da Lavaria.
Seria aberta uma primeira galeria (Galeria nº1) e uma intermédia 30 metros abaixo, a qual seria feita por poço a partir da Galeria nº1, que interceptando a zona filoniana a seguiria com uma galeria.
A ventilação é natural e feita na diagonal, circulando o ar pelas galerias em flanco de encosta e chaminés abertas a cotas mais elevadas.
A drenagem pluvial far-se-á por gravidade, uma vez que as galerias nos 2, 3, 4 e 5 drenam diretamente para a ribeira, à cota 388 metros, que por sua vez desagua no Rio Zêzere.
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ENQUADRAMENTO HISTÓRICO
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1971 – último ano de produção, tendo sido declarados nesse ano 2 ton. de estanho.
1983 – a Concessionária Minas do Zêzere pede deferimento para suspensão de lavra, alega, entre outros motivos, a difícil exploração, constituída por filões de pequena possança e de baixo teor.
A natureza do próprio jazigo e as situações do mercado levou ao fecho da Mina.
1986 – a Mina mantinha um serviço de vigilância e manutenção do complexo industrial e associando-se a uma empresa semelhante, investiu no complexo industrial do Seixoso, Amarante.
Procurou também apoiar e acompanhar estudos sobre a temática que se desenvolve na região.
Foi nas instalações da Lavaria da Mina da Recheira que se fez o ensaio de lavagem para recuperação de ouro dos aluviões auríferos de Arganil, Coja e Serpins com amostras provenientes destes mesmos locais.
1990 – a concessionária põe ao dispor do Serviço de Fomento Mineiro, todo o material que se encontra nas instalações: gerador de energia elétrica, compressor, edifícios de habitação, escritórios, refeitório, armazém, paiol, sistema de captação e distribuição de água e uma lavaria composta por britador, crivos, moinhos, jigas, hidroclassificador, mesas, separadora magnética, fornos, transportador de correia.
1993 – investimento até esta data no desenvolvimento de estudos e trabalhos de prospeção, pesquisa e reconhecimento de jazigos por todo o País – Serra do Pinheiro, Vale das Gatas, Mata da Rainha, Sienitos nefelínicos de Monchique, Couto Mineiro do Seixoso, entre outros.
Tais esforços tiveram a comparticipação a 50% da Unizel Minerais Lda., que consistiu no aproveitamento das escombreiras do Couto Mineiro do Seixoso, para a produção industrial de matérias-primas feldspáticas para a indústria cerâmica.
1995 – Suspensão de lavra.
1996 – foi definitivamente extinta a concessão mineira e revogado o respectivo Alvará da Mina da Recheira.
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ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO REGIONAL
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A província metalogenética estano-tungstífera de Portugal desenvolve-se por toda a região Centro e Norte onde os jazigos filonianos constituem os de maior importância económica. |
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O caso concreto das concentrações filonianas de Sn (Cassiterite) e W (Volframite) na ZCI (Zona Centro Ibérica) pode considerar-se como sendo um exemplo de um encadeamento feliz de fenómenos, uns ligados à etapa magmática, outros à etapa hidrotermal e em que o binário granito-metassedimentos é indispensável à ocorrência da maioria dos jazigos. |
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Distribuição das mineralizações estano-tungstíferas (Adaptado de Ribeiro & Pereira, 1982)
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ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO LOCAL
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As formações sedimentares do complexo onde se enquadra a Mina da Recheira, pertencem ao Período Câmbrico a Pré-Câmbrico Superior, com idades compreendidas entre os 541 e os 485 M.a. (Conde et al., 1971).
Localiza-se na ZCI (Zona Centro Ibérica) no Complexo Xisto Grauváquico (CXG), mais propriamente no “Grupo das Beiras”.
Trata-se de uma região onde predominam formações sedimentares metamorfizadas, mas onde ocorre também grande número de manifestações eruptivas ácidas e básicas (Thadeu, 1951; Reis, 1971).
Estas rochas assumem formas lenticulares e irregulares, distinguindo-se, pontualmente, níveis constituídos pela alternância de finos leitos grauvacóides com outros xistos argilosos, de aspeto de fácies flyschóide.
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MINA DA RECHEIRA – GALERIAS
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O depósito da Mina da Recheira é composto por 5 Galerias mineiras, em flanco encosta, das quais 3 (Galerias nos 1, 2 e 3) apresentam ligações entre si através de travessas e de chaminés verticais, algumas das quais com ligação à superfície.
A Galeria nº 1 é a única que tem no seu ramo mais contínuo, direcção N30ºW e as restantes foram abertas segundo a direção N50ºE.
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Passagem entre chaminés de ventilação, através des pontes metálicas na Galeria nº1
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MINA DA RECHEIRA – GALERIAS |
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INFRAESTRUTURA MINEIRA
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Destacam-se alguns componentes das infraestruturas principais, fundamentais numa exploração mineira, que na Mina da Recheira houve o privilégio de ficarem preservados.
A existência de torvas de minério, ainda de madeira, em muito bom estado, permitia a passagem por gravidade do material desmontado na galeria intermédia, entre as galerias nos 1 e 2, permitindo simultaneamente a sua ventilação.
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Torvas de alimentação na Galeria nº2 do material desmontado na galeria intermédia
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INFRAESTRUTURA MINEIRA
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A instalação de carris nas galerias, a uma cota inferior, permitiam o escoamento do material para o exterior da Mina através de vagões. Era comum nesta época a colocação de cruzamentos direccionais de carris, que permitia o encaminhamento do vagão para o local pretendido. |
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Até à década de 70/80, era comum a prática do sustimento de blocos instáveis ou de zonas mais críticas através do suporte com pilhas de madeira e/ou simples escoras.
Funcionava como método de entivação uma vez que a madeira era a matéria-prima mais barata e simultaneamente bastante funcional por ter a capacidade de absorver e distribuir grande parte da carga sobre elas exercidas.
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CARACTERÍSTICAS GEOMECÂNICAS
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O maciço rochoso é geomecanicamente estável.
Foram criadas todas as condições adequadas à estabilidade do maciço rochoso para uma boa circulação de visitantes no interior das Galerias, das quais se podem mencionar as seguintes: limpeza, escombramento, drenagem, iluminação, acessibilidades, vedações e passagens horizontais/aéreas (entre chaminés).
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Trabalhos desenvolvidos e a desenvolver
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O depósito mineral denominado Mina da Recheira é um depósito que talvez devido às suas reduzidas dimensões e ao curto período de laboração não apresenta na literatura grande informação relativamente à componente geológica e mineira.
Foi necessário realizar vários trabalhos para complementar esta informação, nomeadamente o levantamento topográfico de pormenor do interior das Galerias e da área envolvente e o levantamento geológico de pormenor do interior das galerias, com especial incidência na presença de falhas, filões e mineralogia associada e rocha encaixante.
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O Complexo das Minas da Recheira apresenta sobretudo, um enorme potencial de aprendizagem, conhecimento e de valor científico a preservar e a divulgar, fruto do património geológico-mineiro que o compõe |
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