Igreja de Nossa Senhora das Candeias Traditional Geocache

A igreja paroquial da Candelária tem como orago principal Nossa Senhora das Candeias, desde sempre a padroeira da freguesia.

É salientar que é certo que antes de esta ser construída já existiria uma outra igreja, capela ou ermida, com o mesmo orago, de acordo com o Padre Lopes da Luz e que, inclusive, foi venerada uma imagem de Nossa Senhora das Candeias de pedra basalto, que se crê ser a que se encontra na Igreja na Capela do Batistério.

Edificada num majestoso alto, sobranceiro à freguesia, com cerca de 250 metros de altitude, numa plataforma artificial, que forma um pequeno adro acedido por escadas frontais em cantaria de basalto, encimados por várias floreiras, abrindo para um amplo largo, onde se situa um Coreto, separado por uma via pública pavimentada a alcatrão, esta foi construída mesmo antes da paróquia da Candelária ter sido instituída, em época anterior a 1535 e, sucessivamente reconstruída

Os motivos de reconstrução foram essencialmente, os fortes tremores de terra, com destaque para os anos de 1810, 1848 e 1852, que obrigaram a reparações profundas.

Tem dezassete metros de comprimento, desde o arco de cruzeiro até à porta principal, seis metros e meio de largura e cinco e meio de altura.

Além do altar-mor, tem ainda quatro outros altares laterais de invocação a São Pedro (reedificado em 1893), Santo Antão (reedificado em 1889), Nossa Senhora do Rosário (1896) e das Almas (reedificado em 1891).

Atualmente, os altares invocam o Sagrado Coração de Jesus, Nossa Senhora de Fátima, Santa Teresinha e São Miguel Arcanjo.

Associada à igreja paroquial da Candelária, está uma lenda que segundo remonta a tradição profundamente enraizada na memória dos seus habitantes, tratou-se de um milagre. Contam as nossas gentes que havendo dúvidas por parte dos antigos habitantes sobre o local onde se deveria construir a igreja, querendo uns que fosse no mesmo sítio do templo antigo, que existira naquele local, e outros no sítio escolhido, os materiais conduzidos durante o dia para o primeiro sítio eram miraculosamente removidos durante a noite para o sítio da igreja atual. Corriam boatos que era uma mulher velada, que transportava os materiais à noite depois de os trabalhadores abandonarem o local.

Do ponto de vista arquitetónico, segundo Mendes (2011), a igreja tem uma planta retangular composta por nave e capela-mor, com anexos adossados às fachadas laterais e uma torre sineira no lado direito, de volumes articulados e escalonados com coberturas diferenciadas de duas e três águas.

As suas fachadas são rebocadas e pintadas de branco, percorridas por altos socos de cantaria, flanqueadas por cunhais de cantaria e rematadas em cornijas do mesmo material.

A fachada principal está virada para Sudoeste, rematada em frontão contracurvo, volutado nos ângulos inferiores e no vértice, este com cruz latina, o tímpano tem janela de volta perfeita encimada por escudo e é interrompido por frisos verticais que prolongam as modinaturas do portal axial. Este é em arco abatido, assente em duas ordens de pilastras, assentes em altos plintos paralelepipédicos de molduras almofadadas, enquadrado por moldura retilínea. Está flanqueado por duas candeias relevadas, alusivas ao orago. Sobre os cunhais, surgem pináculos do tipo balaústre.

No lado direito, a torre sineira, esta tem dois registos definidos por frisos, o inferior com fresta retilíneas e moldura simples e o superior com ventanas de volta perfeita, assentes em impostas salientes e com pano de peito em balaustrada. A estrutura remata em platibanda balaustrada, com acrotérios nos ângulos, encimados por pináculos fusiformes. No lado esquerdo possui corpo adossado, rasgado por fresta em capialço.

Na fachada lateral esquerda, dois corpos adossados, o do lado direito rematado em empena e o lado oposto com porta de verga reta na face sudoeste.

O interior tem fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por silhares de azulejo de padrão policromo, com o teto da nave de masseira, rebocado e pintado de branco e assente em cornija de madeira pintada de bege. As janelas e as portas estão encimadas por sanefas de madeira. No lado do Evangelho, temos um púlpito quadrangular com bacia em cantaria, assente em consola, tendo guarda de madeira torneada e acesso por porta de verga reta, sobrepujado por guarda-voz de talha em branco, de perfil curvo e com lambrequins. Confrontantes, dois nichos em arcos de volta perfeita, assentes em pilastras toscanas, contendo mísulas com imaginária. Arco triunfal de volta perfeita, assente em pilastras toscanas e com armas no fecho.

A Capela-mor tem uma falsa abobada de berço abatido, assente em cornija, com o teto pintado de azul e contendo painel central. A Mesa de altar é composta por um tampo assente em duas colunas. Na parede testeira, está o retábulo-mor de talha pintada.

A igreja paroquial é ainda elogiada pelo seu bom trabalho em cantaria de basalto com acabamentos em alvenaria que foi pintada a branco, destacando-se ainda os trabalhos em pedra efetuados junto das portas, janelas e da torre sineira, bem como os acabamentos da imagem de Nossa Senhora das Candeias no altar-mor.

Cabe-nos ainda dizer, que no século XVI, a atual Igreja Paroquial de Nossa Senhora das Candeias possuía o título de Matriz.