
Segundo crónicas antigas, um velho tripulante de um navio pirata terá enterrado por estes lado o seu pequeno tesouro que acumulou ao longo da vida.
Cada jóia, moeda, medalha ou medalhão, dobra ou dobrão, fosse do outro lado do mundo ou de origem latina, se não fosse gasto numa ida a terra era guardado para um dia de velhice.
Sempre desconfiado de tudo e de todos, um dia subiu do rio pela encosta, por ali acima, e depois de percorrer algumas léguas encontrou um lugar que lhe pareceu deserto e seguro.
Escondeu o tesouro e assinalou o lugar com uma cruz.
Com o tempo a memória do velho marinheiro começou a faltar.
Com receio de não conseguir voltar a encontrar o lugar, que era algo ermo, pensou numa solução.
Fez uma tatuagem num braço para ter uma referência de um ponto inicial, a partir daí era coisa de marinheiro, um azimute e alguns metros bem medidos.
Consta que não mais voltou a terra, num dia de tempestade o mar levou-o.