A reorganização administrativa de Lisboa, em 2012, definiu um novo mapa da cidade. Lisboa tem hoje 24 freguesias, com novas competências e mais recursos financeiros.
01) AJUDA
Ajuda é uma freguesia portuguesa do município de Lisboa, pertencente à Zona Ocidental da capital,[1] com 2,88 km⊃2; de área[2] e 15 617 habitantes (2011).[3] Densidade: 5 422,6 hab/km⊃2;.
Índice
População
População da freguesia de Ajuda [4] |
1864 |
1878 |
1890 |
1900 |
1911 |
1920 |
1930 |
1940 |
1950 |
1960 |
1970 |
1981 |
1991 |
2001 |
2011 |
6 949 |
7 280 |
9 964 |
10 762 |
14 207 |
17 644 |
26 404 |
28 340 |
34 420 |
24 541 |
24 068 |
27 664 |
22 404 |
17 958 |
15 584 |
Nos anos de 1864 e 1878 pertencia ao concelho de Belém, que foi extinto por lei de 18/07/1885. Os seus limites actuais foram fixados pelo decreto-lei nº 56/2012, de 8 de novembro.
História
A freguesia da Ajuda situa-se entre a praia de Belém e a serra de Monsanto. Era um local pouco propício à agricultura. Conta a lenda que um pastor, passando no local teve uma aparição da Virgem. A notícia espalhou-se rapidamente, e logo vieram crentes que aí se instalaram. Foi construída a Ermida de Nossa Senhora da Ajuda para adoração da Virgem, o que levou também à construção de casas e barracas.
O pequeno santuário depressa deu lugar a uma igreja maior. O número de peregrinos crescia todos os anos, mesmo os mais altos membro da sociedade prestavam devoção à Nossa Senhora da Ajuda. Exemplo disso era D. Catarina, mulher de D. João III. A nobreza tentava fixar-se no local para melhor prestar culto à Virgem, tornando a Ajuda numa zona de habitação gente abastada.
A freguesia foi instituída em 1551.
Terramoto de 1755
O terramoto de 1755 fez muitas vítimas em toda a cidade e destruiu muitos edifícios. A Ajuda não escapou à fúria da natureza e muito do seu património desapareceu. Entre esses edifícios está o Convento de Nossa Senhora da Boa Hora; porém foi reconstruido, em 1756 pelos frades Agostinhos, persistindo até aos dias de hoje. A família real também foi afectada pela catástrofe. Esta foi forçada a abandonar o Palácio da Ribeira e a instalar-se, com a sua corte, na Quinta de Cima na Ajuda, ficando alojados numa estrutura provisória de madeira conhecida como a Real Barraca. A insegurança que o terramoto deu à população ribeirinha fez-se notar pelo aumento de população no local; passou de 1059 para 4748 habitantes.
Freguesia
Em 1762, a Ajuda passou a fazer parte do Concelho de Lisboa, deixando desta forma de ser uma localidade suburbana. A freguesia era na altura um aglomerado de casas, quintas, pedreiras, fornos de cal e moinhos. Em 1768, o Marquês de Pombal instalou, na Horta da Quinta de Cima, o Jardim Botânico. Foi também por volta dessa altura, entre 1766 e 1787, que Pina Manique mandou construir o Cemitério da Ajuda, onde eram enterrados os criados da Casa Real. A Real Barraca que outrora tinha sido a residência da família real foi substituída por um enorme palácio - o Palácio Nacional da Ajuda. As obras tiveram início em 1795, mas tiveram de ser interrompidas devido às Invasões francesas, que obrigaram a família real a fugir para o Brasil. Foi terminado em meados do século XIX, tendo sido a residência do rei D. Carlos.
À semelhança de outras freguesias de Lisboa, também a Ajuda fez parte, entre 1852 e 1885, do Concelho de Belém tendo depois sido reinserido em Lisboa. Atualmente a Ajuda tem vindo a perder população devido à crescente tendência da população se deslocar para a periferia da capital. A freguesia tem um património rico e variado fruto das muitas gerações que por lá passaram.
A freguesia da Ajuda tem sido renovada depois de ultrapassados os anos de crise de Portugal e assim mais habitada e até mesmo classificada como o “Novo Bairro Alto” de Lisboa. Melhorias constante na habitação e espaço público tal como nos serviços prestados à população levam a classificar esta freguesia, juntamente com a de Belém, a nova grande zona premium da capital portuguesa.
Património