
A Gruta da Figueira Brava situa-se no sopé da encosta meridional do maciço da serra da Arrábida, entre Alpertuche e o Portinho da Arrábida, a Ocidente do Forte de Santa Maria da Arrábida, em arribas constituídas por rochas carbonatadas detríticas, datadas do Miocénico, escavadas pelo mar no Plistocénico, numa zona actualmente representada por conglomerados, provenientes de terraços marinhos de 12-15 e 5-8 metros, resultantes do último intreglaciário e ao princípio da glaciação de Wurm - 100.000 Anos.
Embora conhecida desde sempre pelas diferentes gerações que habitaram a região, a primeira referência surge numa publicação de 1945.
Do ponto de vista espeleológico, trata-se de uma cavidade com uma área de cerca de 748 metros quadrados, 74 metros de comprimento e um desnível de + 11 metros, resultante de dois factores naturais em sobreposição, a intensa actividade cársica regional, provocando o alargamento de uma diaclase vertical ao longo de rochas carbonatadas detríticas do Miocénico e a atividade de abrasão marinha, num período em que o nível do mar estaria cerca de 5 metros acima do actual. A gruta apresenta três entradas, conservando-se na segunda e terceira depósitos do Plistocénico Superior.
As suas formações são comuns a uma gruta natural sendo as espeleoformas normais sem nada de especial a assinalar. O acesso efectua-se, pela falésia ou por mar, a entrada principal, situa-se a cerca de cinco metros do nível do mar, comunicando com um corredor bastante alto e largo de paredes irregulares, tendo cerca de 12 m de comprimento, encontra-se muito adulterado por "ocupações recentes" que incluíam uma casa clandestina, já demolida. Esta galeria liga a uma sala interior, bastante maior, de planta assimétrica, com cerca de 10 m de altura, coberta de espessa crosta estalagmítica, prolongando-se na direcção Este por corredor afunilado que dificulta a passagem para uma outra ampla sala.
Do ponto de vista Arqueológico, foi considerada uma gruta com ocupação durante o Paleolítico Médio, com uma indústria lítica correspondente a Mustierense típico, associada à presença de restos neandertalenses com datação por radiocarbono de 30.930 ± 700 B.P., apartir de conchas de moluscos marinhos. A gruta teve forte ocupação no passado e já foi alvo de várias escavações e estudos onde foram já recolhidos milhares de artefactos, alguns de importância relevante e únicos.
A estratigrafia observada na Gruta da Figueira Brava, é constituída por areias com ambundantes restos de conchas e ossos de origem antrópica, conglomerados do Tirreniano III e brechas muito compactas, concrecionadas por calcite sendo notórios cinco níveis, pertencendo quatro ao Plistocénico.
|

The Figueira Brava cave is located at the foot of the Southern slope of the Arrábida mountain massif, between Alpertuche and Portinho da Arrábida, to the West of the Santa Maria da Arrábida Fort, on cliffs made up of detrital carbonated rocks, dating from the Miocene, excavated by the sea in the Pleistocene, in an area currently represented by conglomerates, coming from marine terraces of 12-15 and 5-8 meters, resulting from the last interglacial and the beginning of the Wurm glaciation - 100,000 Years.
Although it has always been known by the different generations that inhabited the region, the first reference appears in a publication from 1945.
From a speleological point of view, it is a cave with an area of about 748 square meters, 74 meters in length and a height gap of + 11 meters, resulting from two overlapping natural factors, the intense regional karst activity, causing the widening of a vertical diaclasis along Miocene detrital carbonate rocks and marine abrasion activity, in a period when sea level would be about 5 meters above the current one. The cave has three entrances, remaining in the second and third deposits of the Upper Pleistocene.
Its formations are common to a natural cave and the speleoforms are normal with nothing special to note. Access is via the cliff or by sea, the main entrance is located about five meters above sea level, communicating with a very high and wide corridor with irregular walls, measuring about 12 m in length. It is very adulterated by "recent occupations" that included a clandestine house, which had already been demolished. This gallery connects to a much larger interior room, with an asymmetrical plan, about 10 m high, covered with a thick stalagmite crust, extending Eastward through a funnelled corridor that makes it difficult to pass to another large room.
From an Archaeological point of view, it was considered a cave with occupation during the Middle Paleolithic, with a lithic industry corresponding to typical Mousterien, associated with the presence of Neanderthal remains with radiocarbon dating of 30,930 ± 700 B.P., from marine mollusc shells. The cave was heavily occupied in the past and has already been subject of several excavations and studies where thousands of artefacts have already been collected, some of relevant and unique importance.
The stratigraphy observed in the Gruta da Figueira Brava is made up of sands with abundant remains of shells and bones of anthropic origin, conglomerates from the Tyrrhenian III and very compact breccias, concreted by calcite, with five notorious levels, four belonging to the Pleistocene.
|