Arquitectura religiosa, românica. Capela rural, de planta longitudinal composta por uma só nave e capela-mor, mais baixa e estreita, construída num românico tardio, como atestam os portais de arco já muito quebrado.
Intrega-se na 2ª fase do Românico Português, mais concretamente, na 2ª fase do foco do Alto Minho. O arcosólio parece datar do séc. XIV, época em que provavelmente sofreu algumas modificações, denotáveis na diferença de frestas e na rosácea do frontispício. Interior com cobertura de madeira, pinturas a fresco do séc. XVI na nave, envolvendo o arco triunfal, e na capela-mor. O retábulo-mor é barroco, de estilo nacional. Incluída no Itenerário do Românico da Ribeira Minho. Caracteriza-se pela sua simplicidade, quase sem decoração, a qual reserva exclusivamente para os tímpanos, com grafitos de valor apotropaico, e para os modilhões, quase todos rudes e arcaicos, embora os da capela-mor, ainda que lisos, acusem um maior cuidado.
Planimetricamente o eixo central da capela-mor desvia-se cerca de 10º para S. do eixo longitudinal da nave, sem qualquer razão de ordem topográfica. O facto do aparelho apresentar diferenças construtivas entre a nave e a metade inferior da capela-mor, os entablamentos serem mais cuidados e com cachorros na capela-mor e mais irregular e com cachorros grosseiros na nave, as diferentes modinaturas das frestas, umas simples e capialçadas para o interior, e outras serem mais elaboradas, com fecho moldurado e capialçadas para o exterior, mas claramente rasgadas em fase posterior às primeiras, indiciam diferentes épocas construtivas. Possui pinturas murais do séc. XVI na nave, envolvendo o arco triunfal e organizando-se em três registos com várias imagens enquadradas por frisos, e na capela-mor. As pinturas do primeirro registo na nave utilizam mais recursos cromáticos o que, juntamente com a análise estilística, leva a crer serem posteriores às restantes. O friso lembra as pinturas da Igreja de Midões, datadas de 1536 e assinadas por Arnaus, embora esta seja de melhor execução.
|