Não se sabe ao cerro a origem deste solar. Segundo o testemunho dos seus proprietários actuais - a família de Manuel Martins Viana - existe um pergaminho (que não consegui encontrar) em que D. Sebastião concedia aos proprietários desta quinta, certos privilégios, o que comprovaria a antiguidade desta família. Os documentos de que dispomos para identificar este solar são sobretudo três: O brasão de armas incrustado que se encontra no portão do antigo solar. em frente das suas ruínas, o testamento de um dos seus mais remotos antepassados, Manuel da Cunha Leão Pinheiro, de 9 de Outubro de 1739 e a inscrição que assinala a morte de D. Diogo da Cunha naquele local em 1744.
Todos estes documentos, se nada nos dizem das origens desta Casa, assinalam-nos a sua ligação com os Cunhas de Viana do Castelo, de que existira um ramo na Casa de Belinho.
Esta quinta é conhecida também por "Quinta do Filipe” por ter pertencido a Filipe da Cunha, filho de Manuel da Cunha Leão Pinheiro ou então por “Quinta Velha”, pelo grande estado de abandono em que se encontrava já nos finais do século XIX.
A imagem de Nossa Senhora com o Menino foi mandada colocar sobre o portão em 1929 pelo então proprietário da quinta, Francisco Martins Viana, avô dos actuais proprietários da quinta, em cumprimento de um voto; tem a invocação de Senhora da Cabeça, por reproduzir a imagem da mesma invocação que se venera na freguesia de Freixieiro de Soutelo, no concelho de Viana do Castelo.
As armas do brasão são semelhantes à da Casa dos Cunhas, de Belinho na composição aparecem os Lobatos em vez dos Sottomayor, o seu material é de granito e foi elaborado no século XVIII. O escudo, assente numa cartela decorativa. Coronel de nobreza. A sua composição é esquartelada e a sua leitura é a seguinte: I - Cunha; II - Maciel; III – Lobato (os lobos da bordadura somente); IV - Faria.
Manuel da Cunha Leão Pinheiro, filho do capitão João Pinheiro, era natural de Viana do Castelo, descendente da família dos Cunhas; no seu testamento datado de 9 de Agosto de 1739, ordena que o seu corpo “seja sepultado na capela-mor de Nossa Senhora da Misericórdia da Vila de Viana, onde está a sepultura dos Cunhas meus parentes e passados, a qual mostrarão os meus primos Francisco da Rocha Lobo e António da Cunha". Era casado com D. Vitória do Rego, natural das Neves, onde possuía uma quinta.
Nesse mesmo testamento, Manuel da Cunha Leão Pinheiro, nomeia como administrador desta capela e deste morgadio, seu filho Filipe da Cunha. É assim que esta quinta passa a designar-se por Quinta do Filipe.
Fonte: http://cronicadotempo.blogspot.com/2014/04/vi-quinta-dofilipe-ou-quinta-velha-s.html