Skip to content

An empty... 30ka sedimentary intermoraine basin! EarthCache

Hidden : 7/1/2023
Difficulty:
2 out of 5
Terrain:
2 out of 5

Size: Size:   other (other)

Join now to view geocache location details. It's free!

Watch

How Geocaching Works

Please note Use of geocaching.com services is subject to the terms and conditions in our disclaimer.

Geocache Description:


Introdução


Os depósitos fluvioglaciários são, na Serra da Estrela, um dos vestígios mais claros resultantes da glaciação.

Na portela da Lagoa Seca (Cabeceira do Vale de Beijames) encontra-se um importante conjunto de arcos morénicos que testemunham uma pequena difluência do Glaciar do Zêzere no Máximo Glaciário (Vieira, 2004). [Mais informação sobre o campo morénico da Lagoa Seca que constitui uma importante evidência da dinâmica glaciária do Vale do Zêzere, testemunhando várias fases do seu total enchimento com mais de 250 m de espessura de gelo, pode ser consultada nestas ligações LINK1 e LINK2. É 1 dos 3 geossítios de relevância internacional do Estrela UNESCO Global Geopark.]


Mas...

...entre os 2º e 3º arcos morénicos, encontra-se uma área deprimida, que fica inundada sazonalmente e que está na origem do topónimo deste sector.

É esse aspecto que esta Earthcache pretende explorar:

An empty... 30ka sedimentary intermoraine basin!

Entre dois dos arcos morénicos, encontra-se um setor deprimido e que fica apenas inundado na estação húmida – a Lagoa Seca. Esta área é uma pequena bacia de sedimentação intermorénica, que revela uma interessante sequência sedimentar ilustrativa de uma evolução em ambiente proglaciário, quando o glaciar se encontrava posicionado junto à moreia 3, a oeste da estrada. Nessa fase, há 30 mil anos, depositaram-se finos sedimentos siltosos provenientes da fusão glaciária, formando a típica “farinha glaciária”. Estes sedimentos encontram-se a cerca de 2 m de profundidade e não são atualmente observáveis (Estrela Geopark, Ficha de caracterização de Geossítio - GF28)

O seu fundo, localizado a 1422 m de altitude, é no geral plano, e tem cerca de 130 m de comprimento e 30 m de largura máxima, desenvolvendo-se numa direcção N-S. No sector meridional da depressão existe um canal que escoa para um barranco na vertente do vale do Zêzere, embora seja pouco eficaz na drenagem (Vieira, 2004).

Legenda: Lagoa Seca (Cabeceira do Vale de Beijames). A – Vista para norte desde os Poios Brancos. Notar os arcos morénicos à direita da estrada e o sector deprimido com cervunal, imediatamente à sua esquerda. No sector arborizado também se encontram arcos morénicos; B – Aspecto do fundo da depressão visto para norte desde a estrada. A parte clara é o fundo aplanado com cervunal. Note-se o pequeno terraço com vegetação arbustiva rasteira de cor escura (Vieira, 2004).


No fundo da depressão afloram blocos graníticos métricos, semelhantes aos que constituem os arcos morénicos. À superfície não é possível observar o tipo de material que colmata a depressão, pois esta encontra-se coberta por cervunal. Envolvendo o fundo, encontra-se um terraço com cerca de 40 cm de altura, com uma superfície em glacis, inclinada do exterior para o interior da depressão. A largura do terraço varia entre cerca de 6 e 12 m, e a sua superfície apresenta frequentes calhaus e blocos, envolvidos numa matriz de areias grosseiras e saibro.

De forma a caracterizar o material que colmata a Lagoa Seca e a estudar a sua evolução, previamente a 2004, foram efectuadas 13 sondagens no fundo e no terraço, ao longo de três perfis transversais no sentido W-E.


Legenda: Localização das sondagens efectuadas na Lagoa Seca (Vieira, 2004).


Os resultados das sondagens permitem reconhecer o preenchimento da depressão até uma profundidade de cerca de 2 m. Nos três perfis, essa foi a profundidade máxima atingida, correspondendo às sondagens mais internas, e como se pode verificar na figura seguinte, a sedimentação parece ter-se verificado preenchendo uma forma regularmente côncava.

Os limiares máximos de profundidade correspondem à presença de rocha compacta, embora não seja ainda possível precisar se esta corresponde ao substrato ou a um nível com calhaus e blocos. É de notar que, apesar da posição intermorénica da depressão sugerir a existência de um nível morénico em profundidade, que se assemelhe aos blocos envolventes, a forma regular do nível mais resistente parece indicar tratar-se de uma bacia talhada no substrato.

As sondagens permitiram verificar que a sedimentação da Lagoa Seca é dominada por detritos de dimensão igual ou inferior às areias, geralmente homométricos, por vezes bem calibrados, ilustrando muitas variações na energia, tanto na vertical, como lateralmente.

Legenda: Aspectos da litoestratigrafia da Lagoa Seca efectuada com base em sondagens manuais (Vieira, 2004).


É ainda notória uma diminuição geral da granulometria da base para o topo, especialmente nos dois perfis mais a norte, reflectindo uma redução da energia do sistema sedimentar. Trata-se de uma sedimentação em ambiente aquoso, que está relacionada, em larga medida, com a fusão glaciária. Todas as sondagens revelam um nível rico em matéria orgânica, de tipo turfeira, nos 50 cm superficiais.

 

Legenda: Interpretação da evolução da depressão da Lagoa Seca desde o Último Máximo da Glaciação da Serra da Estrela (A, B, C, D, E) (Vieira, 2004).


A primeira fase de sedimentação registada nas sondagens corresponde a um fácies em que dominam as areias, geralmente grosseiras e mal calibradas. É notória a existência de um canal mais dinâmico na parte central dos perfis que reflecte um escoamento energético, e que apenas permitiu a sedimentação da fracção arenosa (A). A presença de um nível cascalhento pouco espesso resulta de episódios erosivos, correspondendo a um depósito residual. Esses aumentos no caudal devem estar relacionados com um maior afluxo de água de fusão glaciária. A razão de se verificarem variações granulométricas laterais tão frequentes deve estar associada à mudança na posição das correntes e canais.

Essas modificações na posição dos canais são iniciadas por um episódio erosivo, ao qual se segue a deposição de areias grosseiras mal calibradas, e depois, de material progressivamente mais fino, num regime hidrológico tipicamente glaciário, acompanhando o ritmo térmico diurno. Neste âmbito, identificam-se vários ciclos sedimentares, que são particularmente claros nos sedimentos da sondagem 11. Estas observações, aliadas à posição intermorénica da bacia, sugerem que esta fase inicial da sedimentação corresponderia a uma pequena planície de lavagem proglaciária com escoamento fluvioglaciário entrançado (B).

A metade superior das sondagens revela condições de sedimentação distintas, em particular nos casos dos perfis 1 e 2. Nestes, é notória a diminuição granulométrica geral de oeste para leste, que se traduz num sistema similar a um leque aluvial, ou a um glacis de acumulação (C). No perfil 1, nota-se a ocorrência de dois ciclos normais, separados por uma fase com maior capacidade de transporte, que originou um nível cascalhento no sector ocidental. Estes glacis devem estar associados à lavagem do material morénico pelas águas de fusão glaciária, e reflectem episódios com afluxo lento de água, interrompidos por um episódio de maior caudal, e com carácter erosivo. Este, poderá estar relacionado com a drenagem de uma massa de água localizada próximo da margem glaciária. O nível silto-arenoso com areão registado na sondagem 3, sugere a existência de um outro leque relacionado com a lavagem da moreia localizada a leste. Mais a sul, o perfil 3 reflecte um comportamento idêntico, com vários ciclos de sedimentação, especialmente desenvolvidos na parte central da bacia. Este fácies sugere a manutenção de um sistema entrançado nessa parte da bacia até ao começo da sedimentação orgânica.

A sedimentação mineral termina com a colmatação por areias grosseiras, de uma estrutura que parece ser de tipo canal, e que deve estar associada à lavagem da moreia a oeste (D). Esta sequência de colmatação da bacia pode ter demorado apenas alguns anos.

Após a retirada do glaciar, deixou de haver alimentação em água suficiente, e com a colmatação da bacia, esta tornou-se num ambiente com poucas condições para a sedimentação detrítica. Inicia-se então o desenvolvimento da turfeira associada às pobres condições de drenagem. É provável que o pequeno terraço marginal esteja já relacionado com uma evolução subactual, que se caracteriza pela formação de uma pequena lagoa de profundidade decimétrica na estação fria. Havendo coincidência entre a presença da lagoa, e os eventos de precipitação mais intensa, como efectivamente sucede, o material que continua a ser lavado da moreia vai migrar para a lagoa, mas não progride significativamente para o seu interior, formando o pequeno terraço (E).


As características granulométricas das unidades siltosas, em especial estando associadas a um ambiente proglaciário com escassa espessura de água, tornam-nas muito favoráveis para serem datadas através de termoluminescência. Duas amostras recolhidas da sondagem 13 (perfil 3), forneceram idades de 30,0 ± 4,5 TL ka BP (150 cm de profundidade) e 29,7 ± 4,5 TL ka BP (180 cm). Embora a posição estratigráfica das amostras seja inversa às idades obtidas, consideramos que não se trata de um verdadeiro problema, pois são valores muitos próximos e claramente sobrepostos ao considerarmos as margens de erro de 4,5 ka. Estas datações, casos estejam correctas são particularmente importantes pois revelam um momento já posterior ao UMGSE, em que a recessão do glaciar do Zêzere já se iniciara.

Fonte: Vieira, G. B. G. T., de Brum Ferreira, A., & Universidade de Lisboa. (2004). Geomorfologia dos planaltos e altos vales da Serra da Estrela: ambientes frios do Plistocénico Superior e dinâmica actual.


Fonte: Estrela Geopark, Ficha de caracterização de Geossítio - GF28

Photo & Questions:

1. Take a photo near Lagoa Seca or with 3 Cântaros in the back, with you or with something that identifies you as a geocacher (nickname written on paper), and upload it to your online log (To verify the log, it's necessary at least one photo for each online log.) / Tira uma fotografia junto à Lagoa Seca ou com os 3 Cântaros como fundo, contigo ou com algo que te identifique como geocacher (papel com o nickname, por exemplo) e carrega-a no teu registo online (Para o registo ser validado, é necessário pelo menos uma foto por cada registo online.)

 

2. O GZ encontra-se num / GZ is located in:

a) Terraço / Terrace

b) Fundo da bacia de sedimentação intermorénica / Sedimentary intermorain basin bottom;

c) Arco morénico / Moraine ridge

 

3. Atualmente, nas coordenadas e superficialmente, podes encontrar / Nowadays, at GZ and superficially, you can find:

a) Turfa e cervunal / Bog and cervum

b) "Farinha" glaciária / Glacial flour

c) "Glacis" / Glacis

 

Please, send answers by email or message center, and feel free to log and upload some other photos than the required. / Envia as respostas por email ou message center, e fica à vontade para registares e carregares mais algumas fotos além da requerida. Obrigado! wink

J.Greg e ZéSampa

Additional Hints (Decrypt)

Cubgb & Dhrfgvbaf.

Decryption Key

A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M
-------------------------
N|O|P|Q|R|S|T|U|V|W|X|Y|Z

(letter above equals below, and vice versa)