
Na principal povoação da ilha, a vida passeia-se sem pressas pelo casario de ar imaculado e silencioso. Entre os monumentos, junto ao mar, encontrámos um cemitério judaico, de campa única e incógnita sobre a falésia, no caminho do Grande Rota da Graciosa (GR 01 GRA).
O caminho segue junto ao mar passando pelas ruínas do Antigo Forte da Ilha, agora abandonado.
Há quem diga que a sepultura pertence a um antigo comerciante instalado na Graciosa, mas segundo a historiadora Dra. Susana Goulart Costa, o túmulo pertence a José Bensaúde, irmão do primeiro Bensaúde a vir para os Açores. Teria falecido em 1827 e cem anos depois a família terá ordenado a construção do túmulo em sua homenagem.
Trata-se de um mausoléu composto por um pequeno recinto murado de planta retangular. Tem um embasamento onde assenta o murete, com uma abertura acessível por dois degraus na face voltada ao caminho. Do lado esquerdo da abertura, na face externa do murete, encontramos a inscrição “Cemitério” e do lado direito a inscrição “Judaico”. No interior, ao centro, vê-se uma campa retangular ligeiramente saliente em relação às lajes do pavimento. É inteiramente construído em cantaria à vista.
De frente para o mar, e com um pouco de sorte e se o tempo ajudar, pode avistar-se à direita, a Ilha Terceira e o Ilhéu da Praia.
Esta cache, de tamanho pequeno, encontra-se entre muros, simbolicamente em alusão ao Muro das Lamentações, para nos relembrar que nesta vida, nunca estamos sozinhos.