O Rio Dão é um rio português que nasce na
freguesia de Eirado mais propriamente na Barranha, concelho de Aguiar da Beira,
Distrito da Guarda, na região dos planaltos de Trancoso-Aguiar da Beira, numa
zona em que a cota de altura oscila entre os 714 metros e os 757 metros e que
faz parte da Região do Planalto Beirão.
O seu percurso é feito no sentido Nordeste -
Sudoeste e, ao longo dele, para além de ter a Barragem de Fagilde no seu fio de
água, atravessa ou demarca os limites dos concelhos de Aguiar da Beira, Penalva
do Castelo, Mangualde, Viseu, Carregal do Sal, Nelas, Tondela e Santa Comba Dão.
Desagua no Rio Mondego, em plena albufeira
da Barragem da Aguieira, nos limites dos concelhos de Santa Comba Dão, Mortágua
e Penacova, depois de percorrer cerca de 100 quilómetros. Os seus principais
afluente são o Rio Carapito, Ribeira de Coja, Rio Sátão e o Rio Criz. No seu
vale, zona de altitude com solo granito, situa-se a Região Demarcada do Dão, da
qual se destaca a produção de excelentes vinhos de mesa. |
Dão, das origens ao
esplendor.
O Planalto granítico de
Aguiar da Beira-Trancoso assume neste território o papel de coração pulsante,
lugar de nascimento e dos primeiros passos de cursos de água que se escapam para
quase todas as direcções da rosa dos ventos: O Távora encaminha-se para
noroeste, ao encontro do Douro; O Vouga serpenteia rumo a poente, até em Aveiro
formar uma das rias mais idiossincráticas do país; e o Dão, nascido na povoação
de Barranha, atravessa em vale encaixado o planalto de Aguiar, descendo rumo a
sudoeste até ás águas do Mondego.
Ao londo deste percurso
acompanhamos os estágios iniciais de um rio que é a artéria fundamental do eixo
nordeste-sudoeste deste território de Viseu e Dão-Lafões. No ponto que lhe é
berço não se lhe reconhece ainda o movimento que o torna rio, mas num ato quase
mágico, quando o voltamos a encontrar é já o curso de água que caratriza a mais
antiga região demarcada de vinhos não licorosos do país. |
Descrição do percurso.
O Percurso parte do local que há séculos, é tido
como o ponto de nascimento do Dão, entre duas lajes graníticas, na povoação de
Barranha, freguesia de Eirado. Nela pode observar vestígios da arquitetura
vernacular granítica, dirigindo-se para o planalto de Aguiar e atravessando
áreas de agricultura familiar onde se evidencia a presença de castanheiros e de
vinha. Atravessa depois um pequeno pinhal, onde encontra, no seu ventre, a
capela de Nª Sr do castelinho, com notável alpendre, num lugar aberto e
aprazível, com perspetivas panorâmicas para as serranias a este.
Ao sair do pinhal, depois de
pequena extensão em estrada asfaltada (en330), flete á direita, por caminho de
terra batida, ao encontro do troço mais selvagem e imponente do percurso, entre
impressionantes afloramentos graníticos e horizontes de perder de vista para sul
e sudoeste.
O Dão circula já á sua
direita, no fundo de um vale encaixado, invisibilizado pela galeria rípícola que
o protege. Desce ao seu encontro e atravessa-o pela primeira de seis vezes,
seguindo-se vários quilómetros de travessia ao longo de suas margens, cruzando
as povoações de Porto de Águiar, Dornelas e terminando nas imediações de
Forninhos. |