Skip to content

Quinta da Portella Traditional Cache

Hidden : 3/3/2024
Difficulty:
1.5 out of 5
Terrain:
1.5 out of 5

Size: Size:   small (small)

Join now to view geocache location details. It's free!

Watch

How Geocaching Works

Please note Use of geocaching.com services is subject to the terms and conditions in our disclaimer.

Geocache Description:


QUINTA DA PORTELLA

Urbanização da Quinta da Portela, 2017 (vista aérea)A Urbanização da Quinta da Portela é o maior complexo residencial alguma vez projetado para a cidade de Coimbra, com uma área de implantação de aproximadamente 700.000 m⊃2; e uma área bruta de construção de 285.000 m⊃2;.

Esta urbanização prolonga, para Nascente, a malha urbana de quarteirões que estrutura o Pólo II da Universidade de Coimbra e foi projetada com o propósito de criar 2.000 novos apartamentos.

Originalmente desenhada no início dos anos noventa pelo arquiteto Camilo Cortesão, a urbanização retoma o conceito de “rua-corredor” em que as frentes construídas constituem a separação entre o espaço público e os lotes privados (quarteirões).

O uso de alguns dos quarteirões como condomínios privados promoveu a utilização reservada dos jardins, piscinas e ginásios de que alguns beneficiam. Estes condomínios foram projetados como quarteirões urbanos, com portas que abrem para a rua, com jardins no interior e comércios na periferia.

Na sua maioria, os edifícios são constituídos por dois ou três pisos enterrados para parqueamento e comércio e seis pisos elevados para as habitações.

A toponímia da Quinta da Portela é uma homenagem à história desta zona de Coimbra. A Alameda Marquesa de Pomares e a Rua Maria Vitória Bourbon Bobone evocam os proprietários da antiga Quinta da Portela, da qual ainda subsiste o Palácio e jardim fronteiro. De resto, as outras ruas evocam a história da cidade de Coimbra, como a Princesa Cindazunda e O Conimbricense, mas também outras personalidades que, de uma ou outra forma, têm Coimbra como elo de ligação, como é o caso do romancista e historiador Ruben A, que estudou em Coimbra ou o professor catedrático Eduardo Correia.

Dos mais de 100 hectares que faziam da Quinta da Portela uma das mais ricas e abastadas da região, pouco resta. Aqui existiam limoeiros e centenas de árvores de fruto, com destaque para as laranjeiras e tangerineiras, para não falar no enorme lagar de azeite que, nos seus tempos áureos, moia a maior parte da azeitona de Coimbra e arredores.

Continuam, no entanto, ainda a marcar a diferença o Palácio da Quinta da Portela, também conhecido por Palácio dos Marqueses de Pomares e jardim fronteiro, de inspiração francesa, classificados como Monumento de Interesse Público em 2015.

Palácio da Quinta da Portella, 1907O Palácio da Quinta da Portela configura uma das mais interessantes casas nobres do barroco final na região de Coimbra, evidenciando superior qualidade arquitetónica e oferecendo um raro testemunho regional da sua tipologia e cronologia. Trata-se, originalmente, de uma casa senhorial do século XVI, pertencente aos Marqueses de Pomares, reconstruída nos finais do século XVIII e início do século XIX, ao estilo barroco. O edifício principal, desenvolvido em torno de um pátio interior, é uma imponente estrutura na qual se destaca a elegante frontaria, cuja composição já evidencia o gosto neoclássico.

No entanto, as referências escritas mais antigas à “Quinta da Portella” remontam, pelo menos, ao século XIV quando, em 1364, a propriedade passa das mãos do Morgado de Carvalho para o cabido da Sé de Coimbra. Depois, em 1617, é adquirida por Diogo Marmeleiro de Noronha e, entre 1741 e 1745, é arrematada em hasta pública por D. João Luís de Meneses. Esta aquisição não duraria muito tempo, pois em finais desse mesmo ano de 1745 foi vendida a Manuel de Brito Barreto da Costa e Castro, o influente Morgado de Pomares. Por sucessão, passou para as mãos de Francisco Xavier de Brito Barreto da Costa e Castro que, após a destruição total da casa por um incêndio, terá iniciado as obras de reconstrução das casas da “Quinta da Portella”.

Marquês de PomaresDecorridas mais duas gerações, nasce em Coimbra, a 9 de março de 1846, Maria Manuela de Brito e Castro de Figueiredo e Melo da Costa Lorena. Veio a casar em 1860, com apenas 14 anos de idade, com o seu tio, Luiz Maria de Carvalho Daun e Lorena, irmão mais novo de sua mãe, este já com 31 anos. Durante os quase 35 anos de casamento, numa união sem qualquer descendência biológica, amparam e educam, caridosamente, filhos de caseiros e mordomos.

Luiz Maria, descendente do Marquês de Pombal e 1º Marquês de Pomares, título concedido por Decreto de D. Luís I de Portugal de 26 de maio de 1886, teve uma vida política muito ativa: foi Vereador e, mais tarde, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Deputado da Nação, Governador Civil de Lisboa e Vogal Extraordinário do Supremo Tribunal Administrativo. Luiz Maria viria a falecer no dia 2 de dezembro de 1894, com 66 anos de idade, deixando viúva a Marquesa de Pomares com apenas 49 anos.

Marquesa de Pomares e o seu pupiloApós a morte do seu marido, Maria Manuela vive muito afastada da sociedade, dedicando-se especialmente à sua numerosa família e aos seus pobres e protegidos. Grande devota de Santa Isabel e benfeitora da Confraria da Rainha Santa Isabel, foi também autora de um livro de prosa, “Os pobres e os ricos” (Coimbra, 1906), onde diz “delicadamente aos possuidores de riquezas como devem comportar-se com os pobres e a estes como lhes poderá ser menos pesada a cruz do infortúnio”. Este livro, cuja venda reverteu a favor da Creche e do Asilo da Infância Desvalida de Coimbra, é dedicado ao marido, ao qual tece rasgados elogios, dando dele uma imagem de um homem também preocupado socialmente.

A Marquesa de Pomares, por sua vez, falece em Coimbra em 15 de janeiro de 1926, já com 80 anos de idade. Como não tiveram descendência, fizeram o seu sobrinho, António de Brito Peixoto de Carvalho e Bourbon, herdeiro do seu património de Coimbra, onde se incluía o Palácio da Quinta da Portela e os vastos terrenos em redor. António Bourbon viria a casar com Emília Pires Sanguinetti, resultando desta união, o nascimento de Maria Adelaide de Brito Peixoto Sanguinetti e Bourbon, que se tornaria a 2ª Marquesa de Pomares, e de Maria Vitória Sanguinetti de Brito Peixoto de Bourbon. Por sua vez, esta última descendente, que viria a casar com João Baptista de Araújo de Bobone, falece em 1978, ficando, no entanto, imortalizada com a atribuição do seu nome a uma das ruas da urbanização. Foi assim, já em finais da década de 90, que, a maior parte dos terrenos onde se desenvolveu a urbanização, foram vendidos pela família Bourbon Bobone. Aquando da negociação para a venda desses terrenos, a família pediu como contrapartida que a igreja prevista no plano fosse colocada numa posição de destaque, razão pela qual foi projetada para o cimo da Alameda Marquesa de Pomares.

O nome “Portela” tem a sua origem no latim vulgar “portella”, e que derivou para “portinha” ou “porta pequena”, estando associada à localização de uma passagem estreita entre montes, usada como controlo de pessoas, carros ou animais. Estes locais, normalmente povoados, são atraídos por estabelecimentos comerciais, nomeadamente pequeno comércio e estalagens, por forma a darem assistência, de Ponte da Portellanoite e de dia, a quem pretendesse entrar ou sair na cidade. De facto, o lugar da Portela do Mondego foi-se estabelecendo junto às margens do rio Mondego, na confluência do seu afluente, o rio Ceira. Era aqui que, até ao século XIX, o trânsito de pessoas e mercadorias, que vinha de Sul e de Leste, cruzava o Mondego, numa travessia feita numa barca serrana, e que ali podiam pernoitar durante as cheias de inverno, quando a barca não pudesse atravessar. Foi já em pleno século XIX que a construção da “Porte da Portella”, em 1873, veio substituir a tradicional barca de passagem.

Fontes:

- “Especial Quinta da Portela”, Diário de Coimbra, Edição 14 setembro 2019;

- “A Marqueza de Pomares”, Illustração Portugueza, III Volume, pág. 532-534, 29 abril 1907;

- “1as Histórias contadas pela Sãorosas”, sítio consultado a 02/02/2024 em https://www.saorosas.pt/1as-historias;

- “Coimbra: Quinta da Portela 1”, blog “A’ Cerca de Coimbra”, consultado a 02/02/2024 em https://acercadecoimbra.blogs.sapo.pt/coimbra-quinta-da-portela-1-146267.

 

A CACHE

Esta cache pretende dar a conhecer um pouco da história da Quinta da Portela.

O container encontra-se em local de acesso público e com possíveis muggles residentes nas imediações. Pede-se, por isso, a máxima discrição para preservar a permanência desta cache.

Additional Hints (No hints available.)