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PT - PROJETO ROTAS DE MAÇÃO
Neste local aflora uma sucessão de litologias, onde as camadas se dispõem uma sobre as outras, porém, muito próximas da horizontal.
Na base da sequência ocorrem estratos metassilto-pelíticas maciços com forma esferoidal, intercaladas de camadas de xistos.
Esta sucessão passa verticalmente a uma sequência regressiva, que se inicia por alternâncias de xistos e quartzitos e termina por bancadas espessas de quartzitos.
Os afloramentos da sucessão descrita contêm numerosas descontinuidades, desde verticais a horizontais, consequência da atuação de tensões acumuladas nos maciços rochosos.
É através destas descontinuidades que a água das chuvas começa a escoar, alterando e desagregando, primeiro as camadas de xisto e depois as bancadas mais finas de quartzitos.
Atendendo à organização já descrita, a desagregação das litologias começa de baixo para cima, uma vez que é mais fácil de alterar os estratos finos de xistos e quartzitos que se encontram na base sequência do que as bancadas espessas de quartzitos que ocorrem no topo.
Nas fases iniciais da alteração desenvolveram-se zonas preferenciais para o escoamento da água em profundidade que vão alargando, de forma progressiva para a superfície do maciço rochoso.
À medida que vão crescendo atingem a superfície, contudo, as zonas quartzíticas não são desagregadas facilmente, devido à sua espessura vertical, originando-se arcos por debaixo da qual escoa a água.
Numa fase posterior de evolução, os arcos acabam por se desmoronar, consequência da transposição do limite de carga das bancadas de quartzitos relativamente às que as suportam, produzindo-se um movimento rápido de colapso.
A modelação da paisagem continua até aos dias de hoje, na qual se pode observar duas linhas de água bem marcadas mais largas em profundidade que junto à superfície e fragmentos de quartzitos no seu leito, consequência, do seu colapso.
A nível da flora autóctone, na rota do Carvoeiro pode encontrar uma rara floresta de Azereiros, uma árvore que remonta ao tempo das florestas laurissilva na Europa.
Outras espécies como o folhado, salgueiros, murta, urze roxa, urze lusitana, amieiro e sobreiro podem surgir no caminho. Nas margens das ribeiras pode encontrar o gigante feto-real que quando em condições propícias atinge alturas de 2 a 3 metros de altura. Nestas ribeiras serranas podemos encontrar a rã-ibérica, uma espécie endémica do noroeste da Península Ibérica. Nesta área pode encontrar as 3 espécies de pica-pau existente em Portugal. O peto-verde, o pica-pau-malhado-pequeno e o pica-pau-malhado-grande. Também podemos ser surpreendidos pela rara cegonha-preta ou então por espécies mais comuns como a toutinegra-de-cabeça-preta. Com sorte, pode ainda avistar animais como a corça, o esquilo ou no topo de uma rocha o solitário melro azul.
De referir a existência de uma geologia diversa com a presença das Dobras do Aziral e das estruturas sedimentares em bola de Balancho. Estas estruturas têm sido relacionadas com o movimento de glaciares, quando esta região se situava junto ao pólo sul! Destaca-se também a Fraga dos Degolados que se formaram, também, quando toda esta região estaria localizada no hemisfério sul da Terra.
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ENG - ROTAS DE MAÇÃO PROJECT
This is where a succession of lithologies emerges, where the layers are arranged one on top of the other, but very close to the horizontal.
At the base of the sequence are massive metasedimentary-pelitic strata with a spheroidal shape, interspersed with layers of shale.
This succession passes vertically into a regressive sequence, which begins with alternating shales and quartzites and ends with thick quartzite benches.
The outcrops of the described succession contain numerous discontinuities, ranging from vertical to horizontal, as a result of the action of accumulated tensions in the rock masses.
It is through these discontinuities that rainwater begins to flow, altering and disintegrating first the schist layers and then the thinner quartzite benches.
Given the organization already described, the breakdown of the lithologies starts from the bottom up, since it is easier to alter the thin shale and quartzite strata at the bottom of the sequence than the thick quartzite benches at the top.
In the early stages of alteration, preferential areas for deep water flow developed, gradually widening towards the surface of the rock mass.
As they grow, they reach the surface, but the quartzite zones are not easily disintegrated due to their vertical thickness, giving rise to arches under which the water flows.
At a later stage in their evolution, the arches end up collapsing as a result of the quartzite benches overcoming their load limits, producing a rapid movement of collapse.
The shaping of the landscape continues to this day, where you can see two well-marked water lines that are wider at depth than at the surface and fragments of quartzite in their bed, the result of their collapse.
In terms of native flora, on the Carvoeiro route you can find a rare Azereiros forest, a tree that dates back to the time of the laurel forests in Europe.
Other species such as the puffin, willows, myrtle, purple heather, Lusitanian heather, alder and cork oak may appear along the way. On the banks of the streams you may come across the giant royal fern, which can reach heights of 2 to 3 meters when the conditions are right. In these mountain streams you can find the Iberian frog, a species endemic to the northwest of the Iberian Peninsula. In this area you can find the three species of woodpecker found in Portugal. The green woodpecker, the lesser spotted woodpecker and the great spotted woodpecker. You may also be surprised by the rare black stork or by more common species such as the black-headed warbler. If you're lucky, you may also spot animals such as roe deer, squirrels or the solitary blue blackbird on top of a rock.
There is also a diverse geology with the presence of the Aziral folds and the Balancho ball sedimentary structures. These structures have been linked to the movement of glaciers when this region was close to the South Pole! Also noteworthy is the Fraga dos Degolados, which was also formed when this entire region was located in the Earth's southern hemisphere.
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