Postigo do Carvão
De todas as passagens de serventia que teve a muralha fernandina, num total de 18, entre portas e postigos, resta hoje apenas o Postigo do Carvão, um dos nove que existiram na zona da Ribeira, voltados para o rio. Ligava o Cais da Estiva (ou da Alfândega Velha) à Rua da Fonte Taurina.
Devido às obras efetuadas no local, ao longo dos anos, este postigo está hoje pouco visível. No interior, vêem-se ainda os degraus de acesso à parte superior do muro, onde existiu outrora uma inscrição gótica que assinalava o facto de se ter encarregado um vedor de examinar as âncoras de Gaia, «para pôr uma cadeia e amarração», no ano de 1348, o que leva a concluir que a parte da muralha em que se inseria foi construída ainda no reinado de D. Afonso IV.
Este postigo servia para dar entrada ao carvão que, extraído ou fabricado nas carboníferas de Gaia e Gondomar, era transportado em barcaças e descarregado num dos cais da Ribeira. Era o quarto postigo a seguir à Porta Nova (ou Nobre), no sentido do Leste, depois dos Banhos, da Lingueta e do Terreirinho. Seguiam-se os da Ribeira (mais tarde alargado em porta), do Pelourinho, da Forca, da Madeira e da Areia, seguindo depois a muralha pelos Guindais acima.