No coração de Caxias, onde o rio Tejo acaricia a margem e a história sussurra em cada pedra, há um segredo guardado pela lendária Curva do Mónaco. Não é apenas uma estrada sinuosa que desafia os condutores; é um portal para uma história esquecida, um mistério que apenas os mais curiosos geocachers ousam desvendar.
Conta a lenda que, na década de 1920, um piloto excêntrico chamado António de Almeida, conhecido por sua ousadia nas corridas clandestinas, escondeu um pequeno baú na Curva do Mónaco. Ele acreditava que a curva, com sua inclinação traiçoeira e vista privilegiada para o Tejo, tinha um poder quase místico — um lugar onde o destino se dobrava como a própria estrada. O baú, dizia ele, continha um amuleto de bronze gravado com símbolos náuticos, um presente de um velho marinheiro que afirmava ter navegado com Camões. António escondeu o tesouro após sua última corrida, prometendo que apenas alguém com "o coração de um aventureiro e a paciência de um pescador" o encontraria.
Décadas passaram, e o asfalto da curva foi renovado, mas o mistério permaneceu. Os geocachers locais falam de pistas escondidas: uma inscrição numa pedra musgosa, um reflexo estranho no Tejo ao pôr do sol, ou o som do vento que parece sussurrar coordenadas. A Curva do Mónaco, com suas memórias de pneus cantando e motores rugindo, guarda o segredo. Será que o amuleto ainda está lá, escondido entre as raízes de uma árvore ou sob o pavimento antigo? Ou é apenas uma lenda que mantém viva a alma aventureira de Caxias?