Antigamente, antes de qualquer máquina de lavar aparecer a roncar nas cozinhas, o tanque público era a verdadeira rede social da freguesia. Ali, não se ia apenas lavar roupa: ia-se pôr a vida em dia. E não era só a própria vida, note-se — era também a do vizinho, da prima, do compadre e, se desse tempo, até a do presidente da junta.

O tanque funcionava como uma espécie de Facebook em versão analógica: em vez de likes, havia acenos de cabeça; em vez de stories de 24 horas, havia boatos que duravam décadas; e em vez de emojis, usava-se a sobrancelha levantada, que queria dizer tudo, sem dizer nada…
Havia também a vertente atlética. Cada lavadeira tinha o seu estilo: umas batiam os lençóis com tal fúria que parecia que estavam a treinar para o martelo olímpico; outras exibiam técnica refinada, a esfregar como quem toca piano de Chopin. A grande campeã era sempre a Dona Maria André, capaz de remover uma nódoa de vinho tinto com duas esfregadelas, um sopro e uma rezinha baixinho. Se houvesse juízes, já estaria a caminho dos Jogos Olímpicos do Sabão Azul 🤣.

Mas o tanque público não era só suor e espuma — era também palco de confidências, debates acalorados e anúncios em primeira mão. Se alguém queria espalhar uma novidade, bastava deixar “cair” a informação enquanto torcia uma toalha: no dia seguinte, toda a aldeia sabia. Era rápido, eficaz e sem falhas de rede.
Hoje, com máquinas de lavar silenciosas escondidas nos apartamentos, perdemos o burburinho, o convívio e a possibilidade de sair de casa com roupa molhada, mas coração leve. A roupa ficou mais limpa, sim, mas a vida ficou um bocadinho mais aborrecida. Porque no tanque público não se lavavam só lençóis: lavava-se a alma e centrifugava-se a fofoca!
Cuidado com os Muggles, são poucos os que aqui lavam a roupa, mas muitos os que vêm à fonte! Retire e coloque o container com cuidado, deixe sempre o logbook protegido e container bem camuflado, para que resista muito tempo e seja visitado por muitos geocachers. A durabilidade do mesmo depende também de si...
Boas cachadas!