Caldas da Rainha, anteriormente conhecida por
Caldas de Óbidos, deve a sua história e nome à rainha D.
Leonor. Esta rainha fundou aqui o primeiro hospital termal do
mundo e também a Misericórdia, instituição de ajuda social que
rapidamente se espalhou por todo o pais.
Diz a história da cidade
que a Rainha D. Leonor, mulher de D. João II, seguia viagem quando
passou por um grupo de pessoas que se banhava em nascentes de água
quente. Ao ouvir sobre os efeitos milagrosos destas águas, a rainha
decidiu banhar-se e assim curou uma chaga que tinha no peito.
Surpreendida com os poderes destas caldas, D. Leonor mandou
construir aquele que é o mais antigo Hospital Termal do
mundo.
Fundado em 1485, o
Hospital Termal Rainha D. Leonor foi, inicialmente, gerido pela
própria rainha. Mais tarde, D. João III retirou a administração à
Casa Real, assinando um compromisso com os Cónegos Regrantes de S.
João Evangelista, para que fossem os frades a assumir essa tarefa.
Com o governo pombalino, em 1755, a administração volta a ser
competência da Coroa.
No século XVIII, D. João V
manda reedificar o Hospital e, já no século XIX, Rodrigo Berquó
torna-se responsável pela sua remodelação.
Esta cidade conheceu desde a Idade Média um
grande desenvolvimento que se relaciona directamente com os
afamados efeitos terapêuticos das sua águas sulfurosas que,
ainda hoje, continuam a atrair muitos turistas à
cidade.
A capela original do
primeiro Hospital da Misericórdia foi usada como suporte para a
Igreja de Nossa Senhora do Pópulo, datada do Sec. XV, concebida por
Diogo Boitac, o mesmo arquitecto que criou o impressionante
Mosteiro dos Jeróminos em Belém, Lisboa.
Para além do turismo
termal, merecem também destaque o turismo balnear, a riqueza do seu
património arquitectónico, a tradicional cerâmica das Caldas, a
gastronomia e doçaria típica.
A cerâmica típica das
Caldas, que conheceu o seu auge artístico e comercial com os
trabalhos de Rafael Bordalo Pinheiro, é caracterizada pela temática
de cariz popular onde sobressai o “Zé Povinho”. Destacam-se ainda
os conjuntos inspirados em folhas de repolho e a "outra" loiça
típica, inspirada em motivos fálicos.
De entre os locais de interesse turístico do
concelho merece destaque o Parque D. Carlos I, local com
árvores seculares, lago com barcos de recreio, court de ténis,
parque infantil, museu, coreto, bar-esplanada e casa de chá. É
uma espécie de passeio público ao gosto dos princípios do
século, hoje enriquecido com locais de cultura. Criado em 1889
por Rodrigo Maria Berquó, esta zona verde já existia desde os
primórdios do hospital termal. Também da autoria deste
arquitecto, na altura administrador do hospital, são os
"Pavilhões do Parque", mandados construir com o objectivo de
ampliar o hospital, mas que, devido à morte de Berquó e ao fim
da monarquia, nunca serviram para essa função.
É também neste jardim que
se situa um dos museus mais emblemáticos das Caldas, o Museu José
Malhoa, dedicado a este proeminente artista que viveu entre 1855 e
1933. Além de albergar muitas das obras do artista que lhe deu
nome, este museu exibe também obras de outros artistas seus
contemporâneos, particularmente as do famoso ceramista Rafael
Bordalo Pinheiro.
Além deste, pode também
ser visitado o Museu da Cerâmica, alojado na antiga casa do
Visconde de Sacavém, que guarda uma grande colecção de objectos de
cerâmica pintados à mão, incluindo azulejos dos dois últimos
séculos. Ainda nesta cidade, poderá também ser visitado um museu
nacional dedicado ao ciclismo.
Caldas
da Rainha (~ The Queen’s Spa), formerly known as the
Caldas de Óbidos, is a Spa Town where Queen Leonor
founded the Misericórdia (Almshouse) and the first Thermal
Hospital in the world, in 1485.
The Caldas region
is famous for its thermal springs, the bountiful fruit farming area
and the famous ceramic production of dishes in the shapes on
cabbage leaves and other peculiar forms.
The original Chapel of the
first Misericórdia Hospital was used as a basement for the 15th
Century Igreja de Nossa Senhora do Pópulo, designed and built by
Diogo Boitac, the same architect who created the imposing
Mosteiro dos Jeróminos in Belém,
Lisbon.