Bem vindos a esta cache que vos leva até
a Santiago do Cacém e ao seu Castelo!
Uma cache para ser feita
por todos sem limitações. Um belo passeio de família ao fim de
semana por exemplo! :)
Além dos pontos de
interesse aqui apontados na descrição da cache podem visitar o
parque que fica em N38º 00.712 W008º 41.826. Nas proximidades de
Santiago do Cacém podem e devem visitar também a Lagoa de St.André,
Sines e Grândola.
Para melhor desfrutar o
passeio e para vos ajudar na caçada aqui ficam então alguns pontos
de interesse:
Castelo
A construção do castelo remonta originalmente à ocupação muçulmana
desta zona do Alentejo, situação sob a qual permanece até 1158,
altura em que D. Afonso Henriques - auxiliado pelos cavaleiros
templários - o conquista e o entrega à própria milícia de
Cristo.
Em 1190, o califa almóada Al-Mansur apodera-se do castelo cristão,
facto apenas contrariado em 1217, quando D. Afonso II o reconquista
e o entrega aos cavaleiros da Ordem de Santiago, a quem já antes
tinha sido doado (1186).
Entre os anos de 1310 e 1336, a vila e o castelo estiveram na posse
da princesa bizantina D. Vataça Lascaris, por força de uma troca
efectuada entre esta e o mestre da ordem, circunstância que
resultou na troca da comenda que a princesa detinha em Vila-lar
(Castela), com os domínios desta vila. No entanto, após a sua
morte, que ocorreu no ano de 1336, o castelo e vila regressaram de
novo à tutela do mestre da Ordem de Santiago.
Na revolução de 1383-85, muitos castelos transtaganos foram
ocupados pelos exércitos do rei de Castela, ofensiva que foi
contrariada pelas tropas de D. Nuno Álvares Pereira, que em pouco
tempo os expulsou do Alentejo e recuperou as praças de armas que
tinham caído em seu poder. De entre estas figurava a de Santiago do
Cacém.
A partir de inícios do século XVI, o castelo começa a perder a
antiga função defensiva para que fora dotado, facto que acelerou a
sua degradação. Em 1605 este já não era habitado, o que o degradava
ainda mais, circunstância que levou a que no ano de 1700 já se
encontrasse em adiantado estado de ruína. Desta maneira, em 1838, a
Câmara Municipal escolheu o seu interior para receber o cemitério
municipal.
A actual tipologia do castelo apresenta a forma de um paralelogramo
envolvido por nove torres e cubelos - a décima foi destruída em
1796, quando se reedificou a igreja matriz - acedendo-se ao seu
interior pela única porta subsistente, onde se pode observar um
conjunto brasonado que ostenta a cruz da bandeira ou estandarte da
Ordem de Santiago, a cruz espatária e um escudo de cavaleiro com as
cinco quinas do reino. O interior do castelo é dominado pelas
ruínas do antigo espaço da alcaidaria ou alcaçar, construção com
origem nos séculos XIII/XIV e que foi remodelada nos séculos XV/XVI
- espaço onde também se encontra escondida uma tulha cerealífera
medieval.
A partir dos anos 30 do século XX o castelo sofreu grandes
restauros efectuados pela Direcção dos Serviços dos Monumentos
Nacionais. Estas mesmas proporcionaram-lhe a actual configuração
que conhecemos.
Está classificado como Monumento Nacional desde 1910.
Tapada dos Condes de
Avillez
Recentemente foi inagurada a Tapada
que está anexa ao Palácio dos Condes de Avillez, que fica entre o
Palácio e o Castelo. Há muito que estava abandonada, mas agora foi
alvo de uma profunda intervenção por parte do município de Santiago
e agora é um espaço de lazer sem rival nesta bonita e histórica
cidade alentejana. Alvo de ajardinamento, novas árvores,
iluminação, bancos, caixotes do lixo e novos caminhos de acesso, é
uma mais valia para esta cache!
Esta Tapada era um espaço de lazer
e de retiro espiritual, ambiente que levou à criação de três
interessantes espécimes arquitectónicos: um pequeníssimo challet
suiço ( a "Casa de Chá" ), uma capela revivalista e ecléctica e uma
curiosa construção triangular, denominada de "Estufa".
De salientar o challet suíço, de
dimensões reduzidíssimas, foi construído nos anos 20/30 do século
XX, por Jorge Ribeiro de Sousa - o afilhado e herdeiro da viúva do
3º conde -, tendo recebido uma planta trilobada e um portal
manuelino retirado das ruínas do castelo, ao mesmo tempo que fazia
par com a construção da "Estufa", de planta triangular e
equilátera. A capela particular, construída em 1902 e dedicada ao
padroeiro S. Jorge, procurou criar a imagem de uma pequena
catedral, com as suas altas torres e portal em arco quebrado, a que
se juntava um remate de um grupo escultórico brasonado com as armas
dos Condes de Avilez.
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Igreja Matriz de Santiago do
Cacém
A maior parte dos autores actuais afirma que o templo
foi construído pelos cavaleiros espatários no decurso do século
XIII, eliminando as hipóteses que os autores antigos atribuíam à
fundação pagã do templo - fenícia, grega ou romana -, que era
fundamentada pela iconografia apresentada pelas arcadas das
naves.
Na primeira metade do século XIV o templo foi provavelmente
beneficiado a expensas de D. Vataça Lascaris, donatária bizantina
que deteve a comenda de Santiago do Cacém entre 1310 e 1336. No ano
de 1530, aquando da comendadoria de Alonso Peres Pantoja, o templo
recebeu uma profunda intervenção. No entanto, passados alguns
séculos a igreja acabou por ser alvo de duas novas intervenções:
uma ocorrida em 1704, no tempo de D. Pedro II, e outra entre 1796 e
1830, esta última devida ao terramoto de 1755. A intervenção
modificou a orientação da igreja - a entrada passou a fazer-se
então pelo local onde estava a capela-mor - e as dimensões que até
então detinha.
No final do século XIX, concretamente em 1895, a igreja foi palco
de um incêndio, que provocou alguns estragos, sendo seguido de um
outro em 1912, que levou à transferência da paróquia para a igreja
da Misericórdia. Em 1933, o arcediago António Rebelo dos Anjos,
precavendo-se contra futuras destruições e incêndios, mandou
renovar o interior - principalmente a capela-mor e os altares
laterais - e o exterior da igreja. O exterior do edifício
destaca-se pelas imponentes linhas barrocas tardias, dirigidas por
uma orientação verticalista que privilegiou a marcação externa das
três naves, e pelo movimentado frontão, de forte cariz cenográfico
- com referências aos atributos do apóstolo Santiago. No alçado
lateral sul destaca-se um portal gótico dos séculos XIII/XIV,
denominado de Porta do Sol, onde prevalece uma figuração
zoo-fitmórfica. No interior podem-se observar as abóbadas
manuelinas da antiga capela-mor e das naves laterais ou as arcadas
quebradas, com a sua hermética iconografia cristã. A par destes
elementos podem também ser vistos os altares laterais, os azulejos
do século XVII e o famoso alto-relevo gótico representando Santiago
Matamouros, obra de escultura do século XIV, muito provavelmente
oferecida por D. Vataça Lascaris.
A igreja está classificada como Monumento Nacional desde 1910. A
Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais tem vindo nos
últimos anos a beneficiar esta igreja com sucessivas obras de
conservação e restauro.
Foi o desejo de dar a conhecer um espólio secular, entrosando com a
história da igreja matriz, que levou a Câmara Municipal e a Diocese
de Beja a unirem esforços para a organização do núcleo museológico
do Tesouro da Colegiada que abriu as suas portas ao público no dia
25 de Julho de 2002.
Aqui podemos observar, para além do relicário do Santo Lenho, as
obras de arte e um espólio notável destinados a servir sobretudo
cerimónias litúrgicas.
Horário:
- De terça a sexta-feira das 10.00h às 12.00h e
das 14.00h às 17.00h
- Sábados e Domingos das 14.00h às 17.00h
- Encerra à segunda-feira e feriados.
Mais informação: http://www.monumentos.pt/
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Ruínas Romanas de Miróbriga
Classificado como
imóvel de interesse público desde 1940, afecto ao Instituto
Português do Património Arquitectónico e Arqueológico desde 1982, o
sítio arqueológico de Miróbriga situa-se nas proximidades da cidade
de Santiago do Cacém.
A primeira notícia que se conhece sobre as ruínas de Miróbriga data
do século XVI: o humanista André de Resende a elas se referiu como
sendo uma povoação outrora chamada Merobrica.
No século XIX foram objecto de escavações, promovidas pelo Bispo de
Beja, D. Frei Manuel do Cenáculo.
Nos anos quarenta do século XX, iniciaram-se trabalhos de pesquisa
sistemáticos, orientados pelo Dr. João da Cruz e Silva,
investigador natural de Santiago do Cacém.
D. Fernando de Almeida efectuou em Miróbriga diversas campanhas de
escavação desde 1959 até à década de 70. Interpretando como templos
os vestígios arqueológicos detectados no Fórum, D. Fernando de
Almeida defendia a tese de que Miróbriga seria um santuário com as
necessárias infra-estruturas de apoio aos peregrinos: um complexo
termal, habitações e um hipódromo destinado às festividades aí
realizadas.
Investigadores de uma equipa luso-americana que aí trabalhou de
1981 a 1985 perfilham a opinião de que Miróbriga seria habitada,
pelo menos, desde a Idade do Ferro, tendo as características comuns
às cidades provinciais romanas. Dotada de um Fórum com um templo
dedicado ao culto imperial, situado no centro da praça e um outro
templo, possivelmente dedicado a Vénus, o aglomerado urbano possuía
ainda uma zona comercial - "tabernae", que se desenvolve a sul do
Fórum, e uma hospedaria. As termas, compostas por dois edifícios de
cronologias diferentes, apresentam os compartimentos usuais destas
construções: zona de entrada, zona de banhos frios - "frigidarium"
e zona aquecida - "caldarium e tepidarium". O pavimento das salas
era coberto de mármores, sendo as zonas quentes aquecidas pelo
sistema de hipocausto, por onde circulava o ar quente.
Calçadas construídas de xisto atravessam o aglomerado e uniam os
vários núcleos urbanos. Relativamente perto das termas pode ver-se
uma ponte de um só arco de volta inteira.
A cerca de um quilómetro do sítio arqueológico de Miróbriga
encontram-se as ruínas do único hipódromo até hoje identificado em
Portugal.
Destinado a corridas de carros puxados por dois ou quatro cavalos,
o hipódromo media 370x75 metros. Era dividido ao meio pela "spina"
e possuía uma meta em cada extremidade. Não se encontraram
vestígios de bancadas, que deveriam ser construídas em
madeira.
Encontra-se em pleno funcionamento o Centro de Acolhimento e
interpretação, construído pelo IPPAR.
O Centro possui uma exposição permanente sobre o sítio, organizada
de forma temática, assim como uma sala para acolhimento de grupos.
O percurso da visita encontra-se devidamente sinalizado.
Acesso pela EN 120 que, a partir de Santiago do Cacém sai em
direcção Grândola/Lisboa.
Parque de Estacionamento para ligeiros e autocarros.
Horário:
- Terça a
Sábado:
- 9:00 - 12:30 h
- 14:30 - 17:30 h
- Domingo:
- 9:00 - 12:00 h
- 14:30 - 17:30 h
- Encerra à segunda-feira e feriados
de 1 de Janeiro, Domingo de Páscoa, 1 de Maio e 25 de
Dezembro
Tel. +351 269 81 84
60
Coordenadas : N38º
00.623 W008º 41.156
Mais informação:
http://www.ippar.pt/
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Santiago do Cacém
de povoado pré-celta a cidade do século XXI
Um pouco de
história..
Santiago do Cacém situa-se a cerca de 1 km para
Oeste das ruínas da denominada Miróbriga, de origem
pré-romana.
Esta estação arqueológica exibe anualmente a milhares de turistas
nacionais e estrangeiros, construções e marcas várias de presença
humana: originariamente povoado pré-celta, aglomerado urbano celta,
foi romanizado até ao período post-imperial, mais exactamente desde
o século I da Era de César até ao século V da Era de Cristo.
Estudada arqueologicamente desde 1808, foi um importante centro
económico, social, religioso, cultural e desportivo (...).
Autores como Mário Saa, consideraram-na a Salatia Imperatoria;
outros, a partir de D. Fernando de Almeida, como Mirobriga Celtici,
denominação que se tem imposto na sua divulgação turística e como
referência científica.
Salatia Imperatoria ou Mirobriga Celtici, as ruínas ao lado de
Santiago do Cacém, mostram antigos templos romanos e pré-romanos
num planalto onde todo um Fórum se desenha claramente; um
desenvolvimento habitacional e comercial ocupa toda a colina
voltada a Este, e a zona Sul; no vale, umas imponentes termas ou
balneários; e a cerca de 1 km o único hipódromo romano conhecido em
Portugal.
Enfim, todo o fausto e a comodidade próprios da dominação romana,
uma cidade opulenta e luxuosa a principal da Costa Ocidental a Sul
do Tejo.
E por toda a região se encontram, aqui e ali, os restos de Villae,
e de calçadas romanas bem pavimentadas, sem esquecer os povoados
neolíticos e das idades do cobre, bronze e ferro e até os restos
paleolíticos.
A ocupação romana deste espaço vai dar lugar (com a lacuna que a
fase visigótica ainda hoje ocupa na nossa investigação histórica) à
dominância árabe de cinco séculos.
É assim que este importante centro populacional vai renascer,
reafirmar-se, um pouco mais a Oeste num outeiro de que se avista
uma soberba paisagem cujo horizonte é o Atlântico, a Arrábida e o
Espichel...
Grande parte das actuais construções do mais antigo núcleo
histórico de Santiago do Cacém, teve decerto pedreira fácil e
barata nas ruínas da Cidade Velha.
E qual Phoenix renascida das cinzas, a vila do mouro Kassem,
afirma-se sobranceira a toda a região que domina, com o seu
castelo, desde o século VIII até ao século XII. Desta fase de
dominância islâmica é também a toponímia que persiste: são da ordem
das dezenas os nomes de lugares, no termo da vila que se podem, com
segurança, classificar como etimologicamente árabes.
Mas também o grande senhor árabe, o forte castelo de Kassem, vai
ter de dar lugar a outros conquistadores.
A história das conquistas e reconquistas deste castelo, não é
simples nem linear. No entanto, é provável que entre 1158 e 1160 o
castelo árabe tenha sido tomado por tropas fiéis a D. Afonso
Henriques. Em 1161, os mouros devem tê-lo recuperado. Terá voltado
a ser cristão entre 1162 e 1166. Foi doado à Ordem de Sant' Iago de
Espada em 1186, embora em 1184 se tenha iniciado a grande ofensiva
almoada que até 1217 restaurou o regime islamita de novo até ao
Tejo. É nesta data que se faz a ocupação definitiva pelos frades
guerreiros. Assim, passando a Vila de Kassem a pertencer de facto à
Ordem de Sant'Iago, mantém o antigo nome ao qual se antepõe o da
Ordem: (Terra ou Vila ou Castelo de) Sant'Iago (que era) de
Kassem.
O Burgo Medieval de Sant'Iago de Kassem era já de grande
importância no século XIII, com responsáveis políticos e
administrativos de 1.ª categoria(pretores, alvazis, juízes,
alcaides, almoxarifes).
Já considerada oficialmente com a categoria de Vila em 1186, recebe
a sua primeira Carta de Foral com D. Dinis.
Refira-se que é no reinado de D. Dinis que é feita doação da vila e
castelo de Sant'Iago de Kassem e Panoias a Vetácia Lascaris,
princesa grega encarregada da educação de D. Constança, filha de D.
Dinis e depois esposa de D. Fernando. A vila só torna ao poder da
Ordem por morte de Vetácia em 1336. Esta senhora passa os seus
últimos anos de vida em Coimbra onde está sepultada na Sé
Velha.
É deste período um imponente monumento iconográfico relacionado , e
actualmente integrado no interior da Igreja Matriz, talvez
encomenda da Rainha D. Isabel: um alto relevo do século XIV, com 2m
x 1,5m, que representa o Sant'Iago a cavalo, combatendo os mouros,
e que foi fonte de inspiração para as actuais armas, selo e brasão
do Município.
O primeiro Comendador da vila pela Ordem foi Carlos Pessanha, filho
de Manuel Pessanha, primeiro almirante de Portugal.
Em 1383-85, Sant' Iago de Kassem toma voz pelo Mestre de Aviz,
pelos interesses nacionais, contra a submissão ao
estrangeiro.
No Arquivo Nacional da Torre do Tombo, até ao período quinhentista
há documentação referente à vila nas Chancelarias Régias, na
Chancelaria da Ordem de S. Tiago, no Corpo Cronológico, em várias
gavetas e em Forais Antigos.
A Vila de São Tiago de Cacém, em poder da Ordem até 1594, passará
então por doação de Filipe II aos Duques de Aveiro até 1759, ano em
que, pela tentativa de regicídio, ficou a pertencer, com os bens de
duque executado, ao domínio da Coroa, passando por fim em 1832,
pela vitória do regime liberal, ao Estado.
Com Juízes de Foro desde, pelo menos 1551, a magistratura judicial
era até aí exercida por Juízes Municipais eleitos pelo Concelho e
aprovados pelo Comendador. A partir daí com juízes formados, de
nomeação régia, passou a ter maior amplitude judicial e
administrativa, na partilha das responsabilidades municipais como
homens da vila.
A organização municipal assente nos homens-bons, nos alvazis, nos
jurados nomeados pelos cavaleiros-vilãos e peões, e que
representava a força vital do concelho, foi alterada por D. Manuel
e começa então a magistratura administrativa dos Vereadores, a
chamada Câmara. Desde o século XVI e até 1833, o corpo da Câmara de
S.Tiago do Cacém era composto por três Vereadores e um
Procurador.
O número de localidades e freguesias que compõem o concelho de
Santiago do Cacém é Sede, tem variado ao longo do tempo. Mas desta
diversidade ressalta sempre a sua importância regional em todo o
litoral entre o Sado e o Mira, com uma projecção para o interior,
da ordem das dezenas de quilómetros em extensão de
território.
Do Termo de S. Tiago do Cacém fizeram parte as freguesias de Santa
Catarina do Vale, Melides, Vila Nova de Mil Fontes e a Cidade de
Sines (esta, município autónomo desde 1834 e actualmente com duas
freguesias). Actualmente tem onze freguesias, incluindo a histórica
vila de Alvalade, detentora de Foral Manuelino.
O Concelho de S. Tiago do Cacém tinha assento em Cortes no banco
n.º 16.
Concelho essencialmente rural com predominância para a
agro-pecuária, o sistema tributário que até ao século XIX pesou
sobre as suas gentes, incluía entre outros: a coima, o fossado, a
anáduva, os foros, as portagens, açougagens, peagens, as alcavalas,
a alcaidaria, o julgado, o relego e o montádigo.
Desde meados do século XVI que o Ensino se pratica na vila. O seu
impulsionador foi precisamente o exímio literato Frei André da
Veiga, nascido em São Tiago do Cassem em 1472, cujo nome foi dado à
Escola Preparatória aquando da sua criação.
Depois da grande expansão urbana que conseguiu no século XVIII, São
Tiago do Cacém afirma-se destacadamente na região durante as
Invasões Francesas.
Discordando da política militar centralizadora das Juntas de Beja e
de Faro que defendiam a constituição de um exército central que
acudisse a eventuais ataques às regiões do Alentejo e Algarve, a
Junta de São Tiago do Cacém, vendo a zona de
Melides/Comporta/Alcácer como o ponto estratégico de defesa do
Alentejo, procura concentrar ali, por todos os meios, o maior
número possível de homens armados. As dificuldades de recrutamento
obrigaram inclusivamente à incorporação de menores. Esta
Resistência só foi possível com a adesão das populações das vilas,
das, aldeias, dos campos.
No século XIX Santiago do Cacém era uma pequena Corte, onde os
senhores da terra faziam vida faustosa do tempo dos morgadios. As
opulentas Casas dos Condes do Bracial, dos de La Cerda, do Capitão
Mor, dos Beja, dos Condes de Avillez, Fonseca Achaiolli e outras,
dominavam a vila e o seu Termo e outras terras alentejanas.
Nomes sonoros como os do Comendador António Pereira Luzeiro de La
Cerda, José Francisco Arrais Beja Falcão, António Pais de Matos
Falcão (Conde do Bracial), estão ainda hoje na memória das gentes.
Gentes fortemente vincadas aos movimentos populares e sindicalistas
das primeiras décadas do século XX, que o nosso concidadão e muito
querido amigo o Escritor Manuel da Fonseca, imortalizou nas suas
obras.
Período de explosão e desenvolvimento económico, suportado pelo
trabalho mal pago dos assalariados, é nesta altura que a par de
belas e ricas quintas e herdades senhoriais de exploração
agro-pecuária inovadora(cereais, frutas e cortiça,
fundamentalmente, e gado cavalar, muar, asinino, bovino, ovino,
caprino, suíno) como o Pomar Grande. Herdade do Paúl, da Casinha,
de Vale de Agreiros, da Assenha, de Corona, da Ortiga, de Olhos
Bolidos, do Canal e outras Casas Agrícolas como a de Jorge Ribeiro
de Sousa, a par dessa exploração agro-pecuária, vai paralelamente
desenvolver-se a indústria e o comércio. Contavam-se na vila, mais
de uma dezena de Fábricas de Cortiça, várias Serrações de Madeira,
Carpintarias, Mecânicas, Fábricas de Moagens de Ramas, Forjas e
Oficinas e Ferraria e Serralharia. Instalaram-se em Santiago do
Cacém, Advogados, Farmacêuticos, Merceeiros, Comerciantes de
Fazendas, Gráficos. Abrem-se os primeiros cafés. As Colectividades
e Associações animam a vila: são a Filarmónica União Artística, a
Sociedade Harmonia, a Casa do Povo.
Os seguintes factos traduzem não só a riqueza dos Senhores, como o
guindar da vila florescente e pitoresca da primeira metade do
século aos destaques do país:
- em 1895 chega a
Portugal o primeiro automóvel. É propriedade do Conde de Avillez,
de Santiago do Cacém;
- o primeiro Rolls Royce que veio para Portugal,
veio também para Santiago do Cacém. Propriedade de José de Sande
Champalimaud;
- o registo n.º 1 para automóveis, passado pelo
Ministério das Obras Públicas em 1901 é para Santiago do Cacém, em
nome de Augusto Teixeira de Aragão.
Vai ser necessário esperar pela década de 70,
depois de 40 anos de estagnação, para a vila iniciar nova fase de
expansão urbana, a maior da sua existência secular, agora
planificada e projectada.
O ordenamento urbano, a definição de zonas de expansão permitem
agora localizar as estruturas habitacionais, comerciais,
industriais, culturais, de serviço, de acesso e comunicação, de uma
forma integrada.
O perfil, o traço, o percurso histórico, a sede que é de
abastecimento e troca, de atracção turística, de prestação de
serviços para o concelho (que conta com mais três vilas: Cercal do
Alentejo, Alvalade,Ermidas-Sado e uma cidade: Vila Nova de Santo
André) para os vizinhos concelhos de Sines, Grândola e Odemira,
caracterizam actualmente Santiago do Cacém, já não como pitoresca
vila de princípios do século conhecida pela Sintra do Alentejo, mas
como uma cidade pronta para o desafio do século XXI.
Texto de autoria de Dr. Sérgio Pereira Bento
Nota :
Toda a informação aqui colocada
pode ser encontrada nos seguintes links:
http://www.cm-santiago-do-cacem.pt/
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A cache
:
Esta cache
está escondida junto ao Castelo num local de fácil acesso.
Procure-a discretamente e no fim deixe a cache bem
escondida!
|
Esta cache é um contentor de plástico com
20x10x8cm.
O conteúdo inicial desta cache ( agora regular ) é
o logbook, lápis e afia e algumas prendas descritas no log de
01 de Agosto de 2006 e as prendas já existentes na micro, e o
logbook anterior. Não se esqueça de assinar o logbook!
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Não se esqueça: "Cache in, Trash out!"
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