História
Castro Marim, povoação que ressurgiu de velhas civilizações que aí deixaram seus testemunhos, foi conquistada aos Mouros por D. Paio Peres Correia em 1242.
Durante estas lutas da reconquista ficou gravemente fragilizada, tendendo a desaparecer devido a um grande decréscimo populacional.
Devido a este problema, os primeiros monarcas concederam-lhe foros, privilégios, concessões e doações, iniciados por D. Afonso III em 1277, confirmados e ampliados em 1282 por D. Dinis, seu filho.
Durante o reinado de D. Afonso III (1245-1279), esta sociedade era constituída por indivíduos de diversas condições sociais.
A maior parte da população vivia do cultivo da terra, mas a posição estratégica de Castro Marim retirava do mar e do rio, através da pesca, outros produtos importantes para a economia da região, passando mais facilmente a negociarem os seus produtos com o Reino do Algarve e a vizinha Andaluzia.
Com D. Dinis, Castro Marim viu reconhecida a importância da sua localização geográfica, acolhendo por bula decretada pelo Papa João XXII a primeira sede da Ordem de Cristo, em 14 de Março de 1319.
A vila desenvolveu-se, inicialmente, dentro das muralhas do Castelo, situado no cimo de uma colina, permanecendo este como cabeça da Ordem, sediada na Igreja Matriz de Santiago, primeira freguesia deste concelho, até ao reinado de D. Pedro I (1320-1367), em 1356, ano da transferência desta Ordem para Tomar.
Esta transferência tornou-se num sinal de progressivo desprestígio desta vila, que apesar de ser vila raiana, a população não se fixava, fazendo com que a vila se despovoa-se.
Trabalhando no sentido de atrair população à vila, D. Fernando I, que andava em guerra com Castela, concedeu novas mercês e prerrogativas aos vizinhos do lugar em 1372, e reparou as ruínas da vila.
Em 1375, Castro Marim foi novamente entregue, por pouco tempo, à Ordem de Cristo, com os direitos e privilégios de outrora.
Com a entrada no século de 400, grandes modificações sofreu o Algarve, já que foi aqui que o Infante D. Henrique, filho de D. João I, Mestre de Avis, encontrou a localização adequada às guerras da conquista ultramarina.
Na qualidade de situação defensiva e comercial privilegiada, Castro Marim voltou a ter Foral em 1504 por D. Manuel I (1495-1521).
Castro Marim passou a ter um papel fundamental na luta contra a pirataria muçulmana dada a sua proximidade com Marrocos, tornando-se a principal praça de guerra do Algarve após as obras de restauro que D. Manuel I mandou fazer em 1509 ao Castelo.
A vila torna-se num importante ponto de segurança e porto piscatório e comercial, contribuindo para o aumento da população, atingindo o seu apogeu nos séculos XV e XVI. Deste prestígio resultaram o aparecimento de outras duas freguesias, a de Nossa Senhora da Visitação em Odeleite, referida na Visitação de 1534, e a outra, a "Capela Curada do Santo Espírito" (Espírito Santo) do Azinhal, referenciada em 1565. A freguesia da Altura foi recentemente criada em Junho de 1993, alargando o concelho para quatro freguesias administrativas.
Desde os fins da Idade Média até aos séculos XVI e XVII, esta vila foi importante porto piscatório e comercial.
Durante o século XVII, com as Guerras da Restauração em 1640, foi o castelo restaurado por ordem de D. João IV e acrescido de novas fortificações como foi o Forte de São Sebastião, ampliando a sua estrutura muralhada.
No século XVIII, grande abalo sofreu toda a vila, aquando do terramoto de 1 de Novembro de 1755 que muito a arruinou, pelo que deixaram de ser utilizadas as habitações no interior da muralha medieval.
A vila cresceu extramuros sem no entanto nunca conseguir recuperar a importância de séculos passados, agravada pelo nascimento de Vila Real de Santo António, que junto do assoreamento dos esteiros, provocou a sua decadência.
O Castelo
Horário de Atendimento:
De Maio a Setembro: 10 horas às 19 horas
De Outubro a Abril: 10 horas às 17 horas
Entrada Livre
Marcação de visitas de grupo ou pedidos de informações: 281 510 746
As populações que habitavam o espaço português conheceram, desde tempos muito remotos, a necessidade de se munirem de estruturas defensivas.
Está a vila de Castro Marim edificada sobre um monte do Castelo, umas das mais significativas invocações que a Idade Média introduziu na paisagem portuguesa, na margem direita do rio Guadiana.
A primeira fortaleza de Castro Marim deveria ter consistido num castro familiar ou de povoamento do período neolítico, levantado na coroa desse monte.
Devido à configuração topográfica e localização estratégica de Castro Marim, foi esta vila povoada por vários povos, entre eles, Fenícios, Cartagineses, Vândalos e Mouros, estes derrotados, aquando da conquista da vila por D. Paio Peres Correia em 1242.
Em 1277, D. Afonso III concedeu-lhe Carta de Foral com grandes privilégios para atrair população mais facilmente aquela zona, erguendo a cerca
pa medieval, onde inicialmente, a vila se desenvolveu.
A vila cresceu, inicialmente, dentro das muralhas do castelo velho, de planta quadrangular, definido por quatro torriões cilíndricos nos ângulos e um pátio interno, com duas portas de acesso, uma a sul e outra norte.
Mais tarde, no reinado de D. Dinis, compensando a perda de Ayamonte que passou para o domínio de Castela, manou o reio reforçar a fortificação,ampliando-a com a construção da Muralha de Fora, para abrigo e defesa da população, atraindo-a com a confirmação e ampliação dos privilégios
atribuidos pelo seu pai D. Afonso III, concedendo-lhe nova Carta de Foral em 1282.
Durante todo o processo de conquista do Algarve, não se pode descurar a importância do papel das Ordens Militares Religiosas.
Castro Marim pela sua localização geo-raiana conseguiu atrair com a ajuda do rei D. Dinis e pela bula papal instituída pelo papa João XXII, a Ordem de Santiago, que terá herdado os bens da Ordem dos Templários extinta em 1321, instalando a sua sede no Castelo de Castro Marim em 1319 até 1356, ano em que foi transferida, por ordem de D. Pedro I, para Tomar, devido à cessação das lutas contra os mouros e de um progressivo desprestígio da zona.
A partir dessa altura, a importância deste Castelo foi diminuindo e a vila começou a despovoar-se, apesar dos privilégios atribuídos pelos monarcas.
Com a entrada do século XV, e com o incremento das campanhas ultramarinas, a Coroa Portuguesa encontrou no Algarve o melhor posicionamento geográfico e estratégico, pela proximidade ao Norte de África mantendo, assim, mais facilmente essas praças, controloando-as, para além de controlar possíveis ataques de corsários vindos do sul ou da vizinha Espanha.
Castro Marim tornava-se assim, pela sua localização geográfica, numa das principais praças de guerra aquando do destacamento das nossas tropas além-mar, perdendo o seu apogeu relativamente a outras praças de guerra algarvias durante o século XVI.
Durante o reinado de D. Manuel I, com a nova Carta de Foral atribuída a esta vila em 1504, inicou-se relevante obras de restauro e defesa do Castelo, inicadas em 1509.
Estas obras visaram um duplo objectivo de apoio às conquistas ultramarinas e de vigilância aos possíveis ataques corsários a que esta vila estava sujeita.
Dentro do recinto muralhado, situavam-se as ruínas da Igreja de Santiago, primitiva matriz da vila, construída no século XIV, a Igreja de Santa Maria e antiga Igreja da Misericórdia, junto à porta de Armas, que serviu a população até ao século XVI, altura em que a vila começou a crescer para fora do recinto muralhado, significando o aumento de terra firme.
Por este motivo e com o incremento das estruturas abaloartadas durante o século XV, mandou D. João IV, aquando das Guerras da Restauração em 1640, dada a importância militar desse ponto, restaurar o Castelo e fazer novas obras de fortificação, construindo o Forte de S. Sebastião e de Revelim / Forte de S. António.
Forte de São Sebastião
O forte de São Sebastião de Castro Marim - assim denominado por ocupar o local onde anteriormente terá existido uma ermidade dedicada a São Sebastião - é o melhor exemplo conservado do que foi o amplo processo de renovação do sistema defensivo da vila nos meados do século XVII.
A sua construção deve-se ao rei D. João IV, no âmbito das Guerras da Restauração com Espanha, e terá sido iniciado logo em 1641, o que prova a importância deste ponto do território. O projecto então posto em prática transformou o velho castelo medieval na praça militar mais importante de todo o Algarve, facto reforçado pela localização estratégica face à linha de fronteira.
A planta do forte adaptou-se ao cerro em que se implantou, definindo um recinto amuralhado irregular, que integra cinco baluartes e cuja porta principal está virada a Norte, precisamente na direcção do burgo e do castelo.
Esta relação de proximidade com o castelo de Castro Marim é um dos aspectos mais importantes das obras realizadas na vila no século XVII, na medida em que o novo sistema militar da localidade não prescindiu do antigo recinto muralhado, mas integrou-o na nova estrutura, constituindo-se, assim, uma complementariedade entre antigo e moderno que aqui adquire real expressão.
Actualmente encontram-se em recuperação as Muralhas e Baluarte do Forte de S. Sebastião.
À semelhança da anterior recuperação efectuada na Muralha Nascente do Forte de S. Sebastião, este novo projecto prevê a continuação da recuperação e consolidação das suas Muralhas e Baluarte.
As soluções possíveis de recuperação e consolidação das Muralhas pretendem constituir uma estratégia de intervenção com o objectivo principal de preservação da autenticidade e integridade da fortificação, respeitando a sua configuração original.
Revelim de Santo António
Mandado erigir por D. João IV, um outro forte, de menores dimensões, mas de importância estratégica vital, foi ainda construído, no cerro da Rocha do Zambujal, a nascente da vila, mas ligando-se quer ao antigo castelo, quer ao núcleo de São Sebastião.
Tratou-se do Revelim de Santo António, uma pequena fortificação dominante sobre o curso do Guadiana e erguida precisamente para controlar o estuário do grande rio do Sul.
No interior deste revelim, edificou-se a Ermida de Santo António, uma construção barroca de boa qualidade arquitectónica, com capela-mor quadrangular delimitada por fortes pilares-cunhais.
Actualmente está a decorrer a reabilitação da Colina do Revelim de Santo António.
Este projecto pretende reabilitar a estrutura militar do Revelim através da sua pavimentação, instalação de equipamento para informação e repouso dos visitantes.
Pretende-se também reabilitar o exterior da Capela, o Moinho e edificar uma estrutura de apoio para actividades culturais dotada de uma Cafetaria e Instalações Sanitárias e por último proceder a uma beneficiação paisagística de toda a colina do Revelim, reorganizando os acessos ao local e o relacionamento visual com a envolvente.
O projecto também engloba a construção de um Auditório ao ar livre e Hortas Pedagógicas.
Historical Centre - Linking the church, the castle and the fort, the streets of Castro Marim are lined with houses whose simplicity is typical of the architecture of the Algarve. White predominates, broken here and there by ochre and luminous blues. The bright borders painted on the facades bespeak a taste for geometrical patterns and floral motifs.
Main Church - The building dates from the 18th and 19th centuries and was originally a hermitage. The church suffered considerable damage in a fire in 1960. The church's most striking feature is its elegant bell tower. Surmounted by a false clerestory. The main and side chapels are worth a visit for the statues of the arcanjo São Gabriel (archangel Gabrial) (16th century). which retains traces of polychrome decoration, Nossa Senhora da Encarnação e dos Mártires (Our Lady of the Incarnation and of the Martyrs) (16th century) and a finely proportioned Santa Luzia (St. Luzia).
Misericórdia (Mercy) Church - Unimpressive from the outside, this church houses a main altar with seven wooden panels dating from the 17th century and a collection of 18th century statues.
The Castle - The fortified wall that surrounded the medieval town on top of the hill has its origins in the 13th/14th centuries. At the time of the wars of the Restoration (1610-1668) the castle was adapted in accordance with the latest techniques of warfare, including the introduction of artillery. The old castle stands on a broad open yard. Square shaped with circular towers at its corners and two gates, it is possibly Moorish in origin (10th to 13th centuries). The main gate bears an interesting design in relief, in the shape of a key, and marks typical of medieval stone masons. The ramparts still enclose the former Misericórdia, which has a Renaissance porch and inside, two 17th century tombs, and the ruins of buildings destroyed by the earthquake of 1755. These include the main church (14th century ), which was dedicated to Santiago (St. James), and the Alcaide's Palace. The castle affords an unrivalled view of the Guadiana river, the town and its salt pans, as well as the surrounding hills and, stretching away to the horizon, the sea. Fort of São Sebastião (St. Sebastian) - This defensive structure was built in the 17th century and was part of a set of ramparts that surrounded the town, some parts of which are still visible between the houses.
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