As terras do concelho de Vouzela
situam-se em plena zona de Lafões, numa àrea de aproximadamente
200km2 de paisagem maravilhosa marcada por montes, rios
e vegetação variada. A menos de 30km da cidade de Viseu é habitada
por uma população de 14000 habitantes, subsistindo maioritáriamente
da agricultura e criação de gado.
As raízes históricas de Vouzela
remontam ao séc. XV. Em 13 de Maio de 1436 o rei D. Duarte
instituiu o concelho de Vouzela ou Lafões, composto por 44
freguesias e 13 coutos. Durante alguns séculos, esta divisão
administrativa prevaleceu sem grandes alterações, até que em 1834
se passou a repartir o antigo concelho de Lafões em dois concelhos
separados pelo Vouga, ficando as freguesias da margem esquerda
deste rio a pertencer ao concelho de S. Pedro do Sul.
 Ao tomar a estrada para o caramulo,
de passagem por Vilharigues, vemos uma torre, infelizmente
reduzida a ruinas hoje em dia. Trata-se da
Torre Medieval de
Vilharigues. É uma torre de planta quadrangular, apesar
de apenas subsistirem duas das quatro paredes, é possível
observar o negativo de três pisos que possuía. Nas paredes
exteriores tem dois mata-cães assentes sobre quatro mísulas.
As torres medievais existentes no concelho de Vouzela fazem
parte de um fenómeno que se estendeu de forma mais ou menos
linear e sincrónica por quase toda a Europa. Em Portugal teve
maior incidência a Norte e na Beira. Inspirada na torre de
menagem, esta construção fortificada surge entre o séc. XII e
XIII, sendo adoptada como residência pela pequena e média
nobreza. Numa altura em que a riqueza dependia, em muitos
casos, do número de terras possuídos ou do número de direitos
sobre elas recaídos, «as casas torre eram o mais nobre e
evidente sinal de senhorio sobre uma terra.».
Registe a data em que a Liga dos
Amigos de Vilharigues colocou a placa junto à torre
(A). |
 Ainda noutra estrada pelo mesma
montanha do Caramulo, chegamos a Ventosa e à curiosa
Cruz da Independencia.
É um monumento tipico do estado novo, e comemora as duas datas
da independência de Portugal: a independência, propriamente
dita, e da sua restauração. Existe ainda uma terceira data que
é a da construção do monumento. A primeira curiosidade é que
todas as datas são da mesma década. No cimo da coluna
encontra-se a cruz e a segunda caracteristica curiosa:
trata-se de uma cruz celta, com um circulo imposto numa cruz
latina.
Se continuarmos estrada acima, podemos percurrer o circuito de
Penoita que passa pelo cume Abas perto do Caramulo, um dos maiores
pontos cénicos do país, vendo-se desde a serra da Estrela até
a vastidão do mar.
Registe as três datas referidas nas
faces da base da cruz por ordem crescente
(B,
C e
D). |
 Finalmente, ao seguir em direcção a
Fataunços, passamos pela Sra
do Castelo, junto ao parque de campismo do municipio.
Este local foi um centro militar e administrativo da
“terra medieval de Lafões”. Aqui segue-se uma prática
comum de implantação e organização dos domínios dos senhores,
anterior á segunda metade do século XIII: são ruínas de
antigos castros da idade do ferro que os senhores escolhem
para construírem os seus castelos e, daí, se defenderem de
ataques inimigos, vigiarem as estradas onde circulam homens e
mercadorias e dominarem as populações que trabalham as terras.
O da Senhora do Castelo ergue-se praticamente no centro do
território de Lafões, entre S. Pedro do Sul e Vouzela, podendo
exercer um controle militar e administrativo (económico e
jurídico) extremamente eficaz sobre a principal via de
articulação deste espaço. |
Para encontrar a cache às
cooedenadas da Sra do Castelo:
some aos minutos da latitude
(C -
B) /
100
diminua aos minutos da longitude
(A -
D)