Informação Geográfica
Integrado numa zona apelidada de "Estremadura Ribatejana", o concelho de Rio Maior situa-se numa área de transição onde as influências do Ribatejo e do Litoral se mesclam, dando lugar a um espaço cheio de originalidade. Abrange uma área de 277,4 km2 com altitudes inferiores a 500m, salvo raras excepções. As várias linhas de água que percorrem o seu território constituem uma densa rede hidrográfica da qual se destaca o rio Maior que deu nome à localidade e concelho.
O Norte do concelho, delimitado pela Serra dos Candeeiros, apresenta um variado número de grutas e algares naturais. Para Sul são mais evidentes as planuras e consequentemente, as influências ribatejanas.
Rio Maior situa-se no centro do país, a 80 km de Lisboa, 30 km de Santarém e 20 km de Caldas da Rainha. Pertence à Região de Turismo do Oeste e, administrativamente, é um dos concelhos do Distrito de Santarém.
Por se encontrar numa zona de transição, aí se percebem influências ribatejanas, a Sul, e estremadurenhas a Norte.
A zona Norte do concelho integra-se na área protegida do Parque Natural das Serras d´Aire e Candeeiros da qual também fazem parte as Salinas de Rio Maior.
Salinas Naturais de Rio Maior
As Salinas situam-se a cerca de 3 km de Rio Maior e encaixam-se num vale tifónico no sopé da Serra dos Candeeiros. Rodeadas de arvoredo e terras de cultivo são consideradas uma maravilha da natureza, uma vez que o mar fica a 30 km.
O conjunto apresenta-se como uma minúscula aldeia de ruas de pedra e casas de madeira, junto à qual se destacam uns curiosos tanques de formas e dimensões irregulares, que a partir da Primavera se enchem de água salgada dando origem a alvas pirâmides de sal.
A interrogação natural de quem visita local é saber como, inesperadamente a cerca de 30 km do mar e ocultas pelas encostas circundantes, surgem as Salinas.
HISTÓRIA e PRODUÇÃO
Embora o documento mais antigo que se refere às salinas date de 1177, pensa-se que o aproveitamento do sal-gema já seria feito desde a Pré-História.
A Serra dos Candeeiros é, dada a sua natureza calcária, possuidora de inúmeras falhas na rocha o que faz com que as águas da chuva não fiquem à superfície, formando cursos de água subterrâneos.
Uma dessas correntes atravessa uma extensa e profunda jazida de sal-gema que alimenta o poço que se encontra no centro das Salinas, e de onde se extrai água sete vezes mais salgada que a do mar.
Esta Jazida de sal-gema ocupa aproximadamente a área da Estremadura Portuguesa, entre Leiria e Torres Vedras, tendo-se formado há milhões de anos, depois do recuo do mar que outrora ocupou a região.
Embora inicialmente a água fosse retirada do poço através de duas picotas, o que exigia um esforço enorme dos salineiros, hoje em dia é retirada do poço através de uma moto-bomba e distribuída por oito tanques (concentradores), comunicantes entre si. Os concentradores têm capacidade para 1 milhão de litros de água. Aqui, esta sofre uma primeira evaporação. Depois de concentrada, volta à pia de distribuição que se encontra junto ao poço, sendo depois distribuída pelos talhos através das sete regueiras existentes.
O direito à água processa-se em função da proximidade do poço obedecendo a regras que nunca foram escritas e cujas origens se perdem no tempo.
A evaporação nos talhos dá-se entre três a seis dias, dependendo muito do calor que se fizer sentir. O sal é rapado com pás (antigamente com rodos de madeira) e posto na eira a secar durante 60 horas. Posteriormente é levado em carro-de-mão ou às costas, em sacas até à máquina que o transporta para a Cooperativa ou para os armazéns dos salineiros particulares.
O sal é moído, ou não, conforme a indústria a que se destina. Não levando qualquer tratamento químico, deve a sua pureza à acção do Sol e do Vento e ao trabalho do Salineiro.
Num passado recente, a maioria dos produtores de sal eram agricultores que se dedicavam sazonalmente - Maio e Setembro - à produção de sal, sendo os lucros obtidos divididos a meias entre o proprietário do talho e o “marinheiro”. Actualmente uma equipa contratada pela Cooperativa desenvolve a exploração e safra do sal da maioria das salinas.
Constituem um museu vivo onde os métodos de exploração pouco evoluíram ao longo dos seus 8 séculos de história, o que confere ao local a singularidade que o caracteriza. No entanto, as exigências da indústria moderna obrigam a um constante progresso e inovação das técnicas utilizadas pelos marinheiros. O desafio consiste na adaptação a uma economia competitiva e na conservação simultânea do tipicismo que distingue este património, que a todo o custo importa preservar.
Nesse sentido foi criada em 1979 a Cooperativa dos Produtores de Sal de Rio Maior, para responder às necessidades de aumento de produção e melhorias na sua comercialização. Este Sal puramente biológico é exportado para a Alemanha dada a sua elevada qualidade que se deve à referida ausência de quaisquer aditivos ou tratamentos químicos.
Casas de Madeira
Antigos armazéns de sal. Hoje, em grande parte, transformadas em casas de comércio uma vez que a maior parte do sal passou a ser guardado nos armazéns da cooperativa. A madeira foi o material escolhido de forma a evitar a corrosão do sal. Os suportes laterais exteriores são troncos de oliveira.
Fechaduras de Madeira
Fechadura e chave das casas de madeira. A chave é o acessório de menores dimensões, que apresenta um orifício na ponta. A chave é colocada com os dentes para cima. Ao pressionar a chave para cima, são puxados os “piqueletes” que soltam a tranca, permitindo a abertura da porta. Não existem duas chaves iguais.
Feira das Tasquinhas (Normalmente 1ª Semana de Março)
Feira de Gastronomia, Artesanato e Doçaria
A Feira das Tasquinhas é por excelência uma forma de reencontro com o passado. Um reencontro que nos refresca a memória e nos lembra que afinal as pizzas e os hamburgers não nasceram neste pedacinho de Europa à beira-mar plantado. Porque a gastronomia reflecte os modos de vida e a economia dos povos, aqui estão representadas as 14 Freguesias do Concelho (através de colectividades), cada uma igual a si própria. Recriaram-se espaços, pratos e saberes guardados nas memórias das avós.
Os que aí nos servem não são profissionais de restauração, são homens e mulheres com as ocupações mais diversas e que, durante estes dias, abdicam dos seus afazeres habituais para, com dignidade, darem o seu contributo a um certame de carácter inigualável. O segredo do sucesso está na receita, que como todas as boas receitas, pauta pela simplicidade. O convívio, o calor humano, a gastronomia local e o vinho, são alguns dos ingredientes que a compõem e que pode esperar encontrar.
Bom apetite!
Feira Nacional da Cebola
Tradicional exposição de cebolas e concurso do melhor cabo de cebolas
Bem-vindo!
A Feira de Rio Maior data de 15 de Setembro de 1761, tendo adquirido a designação de Frimor – Feira Nacional da Cebola muito recentemente.
Inicialmente era realizada em Arrouquelas, mas mais tarde foi passada para Rio Maior.
A feira durava 3 dias, com início a 13 de Setembro, junto da capela de S. Sebastião. Aí transaccionavam-se produtos agrícolas, pecuários, metalúrgicos, têxteis vindos da zona serrana e sal das Salinas de Rio Maior.
Em 1760, D. José instituiu a feira como franca. A irmandade de S Sebastião faz uma petição ao rei para que lhe fosse concedido o arrendamento do terrado cujas cobranças entram em vigor no ano seguinte.
Actualmente é uma feira agrícola, comercial e industrial, que tem por objectivos divulgar as potencialidades económicas da região, fomentar o desenvolvimento dos diversos sectores e proporcionar a troca de experiências inter-regionais, com vista ao desenvolvimento da economia local.
No seu âmbito, realiza-se anualmente a tradicional exposição de cebolas e o concurso do melhor cabo de cebolas.
São promovidas iniciativas complementares, como colóquios, exposições e espectáculos de índole social, desportiva e artística.
|