MAR EVASIVO
Um tsunami é uma série de ondas de água causada pelo deslocamento de um grande volume de um corpo de água, como um oceano ou um grande lago. Tsunamis são uma ocorrência frequente no Oceano Pacífico: aproximadamente 195 eventos desse tipo já foram registrados. Devido aos imensos volumes de água e energia envolvidos, tsunamis podem devastar regiões costeiras.
Sismos, erupções vulcânicas e outras explosões submarinas (detonações de artefactos nucleares no mar), deslizamentos de terra e outros movimentos de massa, impactos, e outros distúrbios acima ou abaixo da água têm o potencial para gerar um tsunami.
O historiador grego Tucídides foi o primeiro a relacionar um tsunami a sismos submarinos, mas a compreensão da natureza do tsunami permaneceu incipiente até o século XX e ainda é objeto de pesquisa. Muitos textos antigos geológicos, geográficos e oceanográficos referem-se a tsunamis como ondas sísmicas do mar.
Causas
Um tsunami pode ser gerado quando os limites de placas tectônicas convergentes ou destrutivas movem-se abruptamente e deslocam verticalmente a água sobrejacente. É muito improvável que esses movimentos podem formar-se em limites divergentes (construtivo) ou conservativos das placas tectônicas. Isso ocorre porque esses limites em geral não perturbam o deslocamento vertical da coluna de água. Sismos relacionados a zona de subducção geram a maioria dos tsunamis. Pesquisadores, em 2017, descobriram que o movimento horizontal do fundo do mar inclinado durante um terremoto subaquático pode dar tsunamis um impulso crítico. Os cientistas assumiam anteriormente que o movimento vertical sozinho contribuía a maior parte da energia de um tsunami. Tsunamis têm uma pequena amplitude (altura da onda) em alto mar e um comprimento de onda muito longo (muitas vezes centenas de quilômetros de comprimento), sendo por isso que geralmente passam despercebidos no mar, formando apenas uma ligeira ondulação de normalmente cerca de 300 milímetros (12 polegadas) acima do normal superfície do mar. Eles crescem em altura quando atingem águas mais rasas, em um processo de empolamento da onda descrito abaixo. Um tsunami pode ocorrer em qualquer estado de maré e até mesmo na maré baixa ainda pode inundar áreas costeiras.
Em 1950, foi colocada a hipótese de que tsunâmis maiores do que anteriormente se acreditava possível podem ser causados por deslizamentos de terra, erupções vulcânicas explosivas (por exemplo, Santorini e Krakatoa) e eventos de impacto quando em contato com a água. Esses fenômenos deslocam rapidamente grandes volumes de água, como a energia da queda de detritos ou expansão das transferências para a água a uma taxa mais rápida do que a água pode absorver. A mídia costuma chamar esses eventos de "megatsunâmis".
Tsunâmis causados por esses mecanismos, ao contrário do tsunami transoceânico, podem se dissipar rapidamente e raramente afetam costas distantes, devido à pequena área de mar afetada. Estes acontecimentos podem dar origem a ondas de choque locais muito maiores (sóliton), tais como o deslizamento de terra na Baía Lituya, no Alasca em 1958, que produziu uma onda com um pico inicial estimado em 524 metros. No entanto, um deslizamento de terra muito grande pode gerar um megatsunâmi que pode percorrer distâncias transoceânicas, embora não haja evidências geológicas para apoiar esta hipótese.
Geração por abalos sísmicos
Um terremoto pode gerar um tsunami se o tremor:
· Ocorrer logo abaixo de um corpo de água;
· For de magnitude moderada ou alta;
· Deslocar um volume bem grande de água.
Características
As ondas geradas por ventos corriqueiros e ondas de gravidade têm um comprimento de onda (comprimento entre as cristas) de cerca de 100 metros e uma altura de alguns centímetros. Entretanto, um tsunami em alto mar tem um comprimento de onda de cerca de 200 km. Essa onda pode viajar a mais de 800 km/h, mas devido ao seu grande comprimento de onda, seu período (intervalo de tempo entre a passagem de uma crista e outra no mesmo local) pode durar de 20 a 30 minutos, e a amplitude de onda pode não passar de um metro. Isso torna difícil a deteção de tsunamis em águas profundas. Navios raramente notam a sua passagem.
À medida que o tsunami se aproxima da costa e as águas se tornam rasas, o empolamento da onda comprime a própria onda e sua velocidade diminui para menos de 80 km/h. Seu comprimento de onda diminui para menos de 20 km e sua amplitude cresce significativamente, produzindo uma onda claramente visível. Com o advento do tsunami sobre águas cada vez mais rasas, a velocidade da onda diminui pouco a pouco, podendo desacelerar para menos de 20 quilômetros por hora. Seu comprimento de onda pode diminuir para apenas alguns metros e sua amplitude pode alcançar mais de 10 metros; a altura da onda pode variar dependendo da intensidade do tsunami e do relevo da plataforma continental. Exceto para os tsunamis muito grandes, a onda, ao se aproximar, não quebra, mas assemelha-se a um macaréu de grande velocidade. A variação da profundidade da plataforma continental pode alterar a altura da onda. Nas baías abertas e zonas costeiras adjacentes às águas profundas, onde há uma plataforma continental relativamente estreita, a altura do tsunami pode aumentar consideravelmente.
O aumento do nível das águas causado pelo tsunami é medido em metros acima do nível do mar. Um grande tsunami pode apresentar uma sequência de várias ondas que chegam durante um período de minutos a horas, sendo que o tempo entre uma onda e outra pode variar significativamente. A primeira onda a chegar à praia pode não trazer um significativo aumento do nível das águas,pois esta perde energia ao encontrar com águas mais rasas. As ondas subsequentes são beneficiadas pelo aumento do nível do mar, podendo alcançar com mais impacto as regiões costeiras.
Cerca de 80% dos tsunamis ocorrem no Oceano Pacífico, mas podem acontecer em qualquer grande massa de água, incluindo lagos. Além dos sismos, os tsunamis podem ser causados por deslizamentos de terra, explosões vulcânicas e impacto de objetos de grandes dimensões.
Validação histórica deste local
Este local foi devastado por um tsunami originado pelo terramoto de 1755. O mesmo arrastou todo o tipo de detritos que colheu durante o seu trajecto, onde a maior parte era areia das pequenas dunas da praia de Santa Rita.
O tsunami aproxima-se da costa, amplificando significativamente a cerca de 2 km da costa. Por outro lado, aos 70 minutos a primeira onda retrocede sendo visível até cerca de 2 km da costa. Estes resultados estão de acordo com relatos históricos. Por outro lado, calculando que aos 75 minutos o tsunami aproxima-se de Maceira (Ponto 6) a cerca de 2,8 km da costa. Os habitantes de Maceira (Ponto 6) também sentiram o sismo e muito provavelmente podem ter visto o tsunami a subir o Rio Alcabrichel. Estes resultados provam que o tempo de percurso descrito pelas testemunhas está correto, apesar de não ser obtido ao longo da costa.
A altura de inundação nas ruinas do convento de Penafirme (Ponto 8) varia entre 4,7 – 4,9 m, o que é suficiente para causar danos significativos no edifício, confirmando assim os relatos históricos que indicam que o convento ficou inabitável. A variação da altura da água com o tempo no Porto Novo mostra que efetivamente houve uma amplificação local nas arribas chegando aos 10,9 m de altura. Por outro lado, a variação da altura da água com o tempo na Costa da Póvoa de Penafirme – Praia de Santa Cruz (Ponto 9) demonstra que ocorreram três ondas maiores que 4 m de altura, validando os relatos apresentados na Tabela I. Deste modo demonstra-se que o modelo reproduz os relatos históricos, validando as condições do modelo numérico bem como os parâmetros da fonte do tsunami.
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A areia que invadiu o antigo convento, é fruto do tsunami e da movimentação das areias ao longo do tempo. Através de pontos de referência nas ruinas, calcula o seguinte:
1º Altura da areia que subterrou o local no ponto de observação 1.
2º Altura da areia que subterrou o local no ponto de observação 2.
3º Calcula o tipo de areia presente no local.
- areia fina (entre 0,06 mm e 0,2 mm); (ident. Sal fino)
- areia média (entre 0,2 mm e 0,6 mm); (ident. Açucar)
- areia grossa (entre 0,6 mm e 2,0 mm).(ident. Sal grosso)
4º Observando a geografia do terreno evolvente, deduz de onde apareceu o tsunami usando os pontos cardeias (N/S/E/W) ou colaterais (NE/NW/SE/SW) e explica por palavras tuas como chegaste a essa conclusão.
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